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"Retirá-la do internato e entregá-la no aeroporto abandonado por que?"  Ji-Hye bebericou do café pensando consigo mesma, como Hyeon teria coragem de entregá-la daquela forma. Não era um trabalho difícil pegar a confiança dela e depois destruí-la, era o que ele fazia de melhor.

Pensou por muito tempo se deveria intervir, pedir respostas, confrontar sobre sua suposta mudança, mas concentrou-se no seu objetivo, que tinha apenas uma semana para ser finalizado, não tinha ideia por onde começar, as famílias do cassino não fazem aparições por lá, três visitas anuais, eram tudo que recebiam da presença, suas famílias são uma incógnita.

— Pensa, pensa! — bufou desesperada pela falta de ideia batendo a mão contra a própria testa.

O celular da maleta tocou, correu até ele, abrindo o aparelho antigo.

Já temos um progresso? — a voz do homem da noite anterior surgiu de forma abafada do outro lado da linha.

Me deu a tarefa o ontem a noite, não são nem onze da manhã, acha que é fácil bolar um plano?

Não foi essa a pergunta que te fiz. Verifique o envelope que passará por debaixo da porta. É melhor ser ágil, não acho que Steve aguente muitos dias sem água e comida.

O envelope preto passou por debaixo da porta, Ji-Hye corre até ela, abrindo a procura da silhueta. Nada, estava vazio, como se o entregador houvesse sumido!

Se fiz alguma gracinha eu — a chamada encerrou.

Bufou incrédula, dobrando o aparelho e o guardando no bolso, se agachou para pegar o envelope, que continha dentro horários de rotina, endereços que a mulher não fazia ideia para o que lhe serviriam, mas estava sem tempo.

No canto do envelope havia chave para um quarto de hotel, e o horário a comparecer, em menos de trinta minutos deveria estar a postos para começar sua difícil missão, fazer por Steve o que não pôde fazer por Lucy.

Sequer trocou as roupas, se preocupou em gastar aquele pouco tempo se precavendo como podia. Levando consigo uma pistola extra no coldre da coxa, uma faca de combate e gazua.

Ao todo vinte garotas, entraram em filas indianas, e lá estava Madeleine, tinha cabelos longos, suas madeixas brancas contrastavam com seu corpo miúdo e rosto brando, uma boneca.

Algo estava errado, diferente das outras, não olhou no rosto de Hyeon, era como se o mais velho fosse invisível.

Passaram direto pelo casal, mas Madeleine segue devagar como se estivesse no escuro.

— Madre Helena, o que aquela jovem tem? — Hyeon perguntou tomando cuidado para não ser ouvido pela jovem.

— Madeleine nasceu cega, bem, foi o motivo de terem a mantido conosco, é como se estivesse abandonada por aqui devido a sua condição, mas suas mensalidades continuam sendo pagas, assim como seus gastos médicos! Estranho, não?

— Até demais. Não há nenhum nome no comprovante de mensalidade que indique quem a mantém aqui?

— Não! Desistimos de procurar, por opção dela, foi difícil perceber que outras jovens sempre voltavam para seus lares! — Helena foi até Madeleine, passou seu braço pelo da menina e a levou até Hyeon. — Diga oi ao Arturo.

A menina parou a sua frente estendendo a mão, dedilhando seu ombro, fazendo Hyeon se afastar.

— Está tudo bem, ela quer saber como se parece. — a madre sorriu ajudando a menina a tocar seu rosto — Tatear o rosto ajuda a formar uma imagem mental.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora