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Caminhou exalando todo seu desânimo. Aquela cidade lhe causava confusão, nostalgia e ódio, era o que sentia desde o momento em que pisou os pés lá.

Balançou a bolsa de forma brincalhona, virando a rua, não sabia com o que poderia se deparar, talvez um monte de entulho, o que não seria possível já que estava em ponto turístico da cidade, jamais deixariam aquele lugar daquela forma.

"Uma capela" riu Ji-Hye quando analisa a rua e casas vizinhas, quando a ficha caiu de que sua casa havia mesmo se tornado uma capela.

Uma grande e adorável capela. De ornamentos brancos e paredes em um tom suave de azul, o quintal fora mantido, tinha um belo jardim com roseiras e crisântemos.

Adentrou na estrutura delicada, em um dos bancos havia um homem, sentado, parecia estar fazendo a sua prece em prantos. Quando percebe, termina sua oração e sai com pressa, sem nem olhá-la no rosto.

— Que bom que esse terreno teve um bom destino! — sorriu fracamente dando meia volta.

Havia chegado o momento de encerrar aquela etapa, infelizmente não havia mais nada que pudesse chamar de seu.

Gang-Tae, me diz que você não tem nada a ver com isso — mostrou para ele o ambiente em que estava.

Por que eu teria?

Porque está numa busca incansável para que eu me cure.

Preferia que continuasse como estava, fui invasivo? — agora tinha uma expressão séria.

Por que tá sendo bom pra mim? — uma lágrima escorreu pelo canto dos olhos.

Não era a intenção te deixar mal, mas deixá-la aliviada, me desculpe. — Gang-Tae andava de um lado para outro — Veja o que tenho aqui.

A câmera tremia conforme o homem tentava pegar no colo o gatinho que tinha resgatado.

A imagem dos olhos brilhantes, em tom oceânico, se afasta dando a ela a visão perfeita do animal de pelagem preta cintilante.

A confusão do animal estava visível de uma forma engraçada, fazendo Ji-Hye gargalhar com aquela imagem inesperada.

Funcionou! — comemora Gang-Tae do outro lado do celular.

Onde roubou esse gato?

Ele tava perdido perto do laboratório, procurei por anúncios de animais possivelmente perdidos e como não achei, agora é meu!

Já decidiu o nome dele? — diz voltando para o veículo estacionado a duas quadras da capela.

Não faço ideia, Edgar, bom, talvez zorro?

Você é péssimo. Que bom que a tarefa não é escolher nome para uma criança! — deu uma risada travessa. — Missão Adão fracassada!

Ele é preto, e o zorro usa preto, eu sempre quis ser o zorro sabia? — sorriu para a câmera pegando a caneca.

Gang-Tae você tá mais pra vilão de quadrinhos do que herói. Mas se na sua cabeça é o zorro achamos o nome para o gato, Tornado!

Um dia eu serei um herói, talvez não do jeito comum, mas do meu jeito — brinca agora mostrando o gato a arranhar seu sofá.

Olha só pra você, era o impiedoso dragão vermelho e agora fica todo babão vendo um gatinho brincar!

Tô ocupado! — desliga o celular sem aviso prévio.

— É nítido que você tem nem que seja um pedaço do coração vivo Gang-Tae! — olha para a fotografia no id.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora