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— Senhor, senhor, por favor pare — a jovem de olhos oceânicos se agachou vendo Gang-Tae se arranhar a ponto de sangrar.

Seus pensamentos estavam longes, Gi-Dae batia a porta pedindo ao homem que abrisse, e a cada batida desesperada mais Gang-Tae era arrastado para aquela noite.

— Para — gritou para a pessoa atrás da porta — Por favor, para!

Seu ar lhe faltava.

— Senhor, por favor! — sacudiu Gang-Tae que volta a si a olhando com os olhos arregalados.

Seus olhos procuram o chão, tentando se familiarizar com o ambiente, agora em silêncio, olhou para a mulher, porque em toda aflição costumeira acabava naquele quarto?

— Não toca em mim — ainda ofegante pediu se afastando — Estou sujo e isso pode afetar você.

— Do que está falando senhor? — a jovem o olhava preocupada, tentando tocá-lo.

— Vai se contaminar — se arredou para o lado.

— Com meu sangue sujo — olhou para os próprios braços feridos com aqueles arranhões graves.

— Não senhor, não é sujo — tentou tocar seus ombros.

— Por favor para. Eu sei que me ajudou em outros momentos mas pode sair daqui.
— se afastou novamente. — Some!

— Não vou sair, não vou deixá-lo assim!
— o abraçou como fazia em todas vezes que o homem surtava. — Seu sangue não é sujo, nem mesmo está contaminado, pare de se martirizar, não aguento mais vê-lo se punindo!

— Você não sabe nada! — disse quando a mulher esconde sua cabeça com carinho.

— No começo eu te odiava por ser um homem tão difícil de lidar, e queria ir embora porque invadia meu quarto nos momentos de seus surtos. Querendo ou não, não vou deixá-lo se machucar por erros dos outros! — não conseguia mais esconder seus sentimentos.

— Pode pedir demissão se quiser eu não ligo. Por que continua aqui se sou tão ruim?

— Porque eu te — bufou dando uma boa pausa antes de continuar — te admiro, não pode se destruir desse jeito.

Devagar, e com paciência a mulher acalma Gang-Tae, como tem feito nos últimos cinco anos. O homem se desmancha, ajuda o mesmo a se levantar, se livrando de seus sapatos, e deitando na sua cama.

Como o costume, cobre o homem, que se enrola no cobertor, e deixa sobre a cama travesseiros extras, e em questão de segundos ele abraça um deles, se reconfortando.

A mulher lhe sorriu, observando sua silhueta adormecida, levou consigo um cobertor, e fizera o de sempre, dormiu no sofá.

A noite passou, e a manhã havia chegado mais rápido do que o costume, Gang-Tae olhou para o teto reconhecendo o quarto. Se levantou voltando para seu quarto, fazendo o de sempre.

Katy ainda dormia no sofá da sala, tinha uma feição perturbada, Gang-Tae se sentou na poltrona logo a frente do sofá onde a mulher se encontra adormecida.

A mulher abriu os olhos acreditando estar a ver a silhueta de Abel sentado à sua frente, olhando-a, se levantou confusa, e reclamando da dor nas costas, aquele sofá apesar de caro tinha um design nada confortável.

— O senhor já está de pé, se sente melhor? — se levantou de súbito embolando a coberta debaixo do braço e com a outra mão ajeitava o cabelo.

— Faz tudo isso por que realmente me admira? — se levantou indo até Katy.

— Sim, tenho que admirar meu chefe, ou sou demitida né, se por acaso ficar lele da cuca, não poderá pagar meu salário! — brincou — Com todo respeito — se curvou demonstrando o devido respeito.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora