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Abraçando o travesseiro, esperando que a canseira emocional a vencesse, os olhos estavam pesados mas havia ausência do sono, a cabeça latejando em uma dor persistente.

As luzes da cidade vistas do alto, o som abafado da vida que prosseguia lá embaixo, movimentações de carros e sons distantes de uma casa noturna. Se levantou, indo até a grande janela, recordava vagamente Las Vegas, as ruas coloridas e agitadas, repletas de homens e mulheres desperdiçado seu dinheiro como se aquela noite fosse para eles, a última!

Dois toques na porta a puxa de volta de seus devaneios, não sentia a mínima vontade de atender aquela porta, pensou em se jogar na cama e fingir que estava dormindo, ou então recusar sem nem mesmo saber o motivo da presença.

Relutante trilhou um caminho desanimado com passos preguiçosos, na esperança de que quem estivesse atrás da porta se desse por vencido e desistisse, mas não foi o que aconteceu. Abriu a porta ainda de luz apagada, quando vira uma jovem de lábios pintados, parecia uma boneca, sua beleza chama atenção apesar de sua expressão triste.

—— O senhor Abel pediu para trazer para ti esse chá, para ajudá-la a acalmar os ânimos! —— abaixa a cabeça em respeito, adentrando no quarto.

—— Abel? —— estava verdadeiramente confusa.

—— Sim senhorita, caso deseje algum serviço basta nos chamar no bipe! —— se retirou fechando a porta.

Encarou a bandeja sobre a cama, de bom tom, mas não conseguia sentir vontade de se alimentar, ou sequer acalmar os 'ânimos', engoliu por tanto o que sente que precisou explodir para descarregar o peso do peito.

Respeitaria o processo de luto pessoal sem buscar atalhos.

—— Tem um recadinho pra você! —— Gang-Tae não parecia muito contente

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—— Tem um recadinho pra você! —— Gang-Tae não parecia muito contente.

—— Bom dia pra você também Abel! —— rebate com certa preguiça.

Gang-Tae lhe entrega o que seria um convite.

—— Por que abriu, não era destinado a mim? —— pergunta incrédula.

—— Tudo que entra pela porta é fiscalizado. Este convite se parece mais com uma ordem para mim, mas irá apenas se quiser! —— se sentou na cadeira mais distante possível existente naquela mesa.

—— É de fato uma ordem, conhece este lugar? —— joga para ele o cartão.

A empregada pega o cartão, entregando-o em sua mão.

—— Gagnaire Pierre, culinária francesa.. acho que alguém está disposto a fazer as pazes amigavelmente! —— deu uma risada balançando a cabeça negativamente.

—— Consegue me acompanhar até lá hoje a noite? —— pediu esperando por um não em alto e bom som.

—— Se ele te proíbe de conversar comigo, imagina o que aconteceria se te visse saindo do meu carro? —— devolve o cartão.
—— Por que eu faria isso por ti?

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora