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— Parece que a coisa ficou feia entre vocês! — Lee entra no carro.

— É só o começo! Ele não vai ter paz, não enquanto não pagar.

— Senhorita, não acha melhor se sentar e conversar, o amor perdoa qualquer transgressão...

— É melhor você dirigir! — rebateu descontente.

Colocara de volta o pirulito na boca, observando o movimento das ruas.

— Você é jovem, não deveria ser tão rancorosa! — Lee-Yeon olhou para Ji-Hye de canto de olho.

— Você também e escolheu seguir esse tipo de vida, ao invés de ingressar na medicina ou polícia.

— Eu não tive escolha! Quando se está devendo, se paga como pode..

— Como assim? Você com dívidas? Nunca deixa uma pendência sequer.

— Nesse tipo de vida se ingressa cedo, para conseguir subir sua posição mas não foi meu caso. — deu uma risada.

— Woozie quem te escolheu? Ele te obrigou? — se indireita no banco, retirando o cinto de segurança.

— Quem devia era meu pai, então Ye-Jun me trouxe para 'quitar' a dívida, eu me livrava das atrocidades deles. Mas ele morreu algum tempo depois e Woozie me manteve, meus dias de capacho acabaram!

— Ele adora ser a Madre Teresa de Calcutá! Com quantos começou a trabalhar com Woozie?

— Eu tinha uns quinze anos, de qualquer forma ser um braço direito de um homem poderoso é exaustivo, mas não mais que ser o escravo de Ye-Jun. Esse glamour que você tem enxergado ao lado de Woozie, não passa de uma compensação mínima de todo desespero e peso de consciência, não importa o quão ame o dinheiro, o quanto seja ganancioso, jamais vai dormir bem depois de ver o que isso causa no mundo.

— Pensei que Woozie não lidava com o lado podre da organização.

— Pensou errado, Woozie comanda o escritório central, e apesar de seus bons atos e altas quantias para caridade, ainda é um criminoso, em algum momento da vida tivera de levar consigo homens para pagar suas dívidas, de formas não tão humanizadas, isso não é uma historinha, é um terror! E depois que entra não se pode sair, não com vida.

— Então essa coisa de arrancar dedos, se cobrir de tatuagem e pagar com a própria vida é verdade?

— Bem, é sinônimo de perdão, há um ritual que se faz na entrada de um novo membro e deve ser levado a sério, caso contrário...

— E vocês se banham em sangue e essas coisas malucas de comer coração humano? — perguntou com tanta empolgação que deixará Lee-Yeon desconfortável.

— Acho que tem visto muito filme. Não nos banhamos em sangue, a cerimônia é simples, deve mostrar lealdade, e no geral, partilhamos saquê, em geral bebemos em menos quantidade que Oyabun, os inferiores sempre servirão menos saquê para si, que seu superior, em relação com nossa posição.

— Que sem graça!

— Pra quem achava um absurdo arrancar os dedos, está sendo controversa!

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra.. — observou o colégio calmo, ainda não haviam sido liberados.

— Para mim é tudo a mesma coisa! — sorriu. — Não podemos vacilar, quando erramos pedimos perdão ao superior, e se ele perdoar, arranca um dos dedos como uma lembrança de que erros não são tolerados.

— Estranho em como todos vocês têm os vinte dedos! — arqueou a sobrancelha.

— Woozie não nos pune, como fazem os outros, é esse o motivo de todo ódio contra ele.

𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐋𝐕𝐄𝐓 (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora