Capítulo 30 - Descaminho

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O tempo seria o remédio para curar a falta de Antônia para Remiel. Ele, junto de Alice, Bereth, Norami, Érinn, Ai e Chun enterram o corpo da rainha anã proximo a floresta. O rei anão sabia que aquilo poderia acontecer, mas, não esperava que fosse daquela forma. Ele viu o medo nos olhos de sua amada antes dela morrer, e, implorou para Netzach que deixasse enterra-la ali. O deus concedeu aquele desejo, assim como um tempo para isso. Remiel termina de colocar a ultima mão de areia em cima do tumulo improvisado. 

-Por que você decidiu fazer isso aqui? - Alice pergunta. Remiel olha para ela, ainda com a cabeça baixa, mas, a garota podia ver a determinação nos olhos dele. 

-Antônia era descendente direta da rainha Isabella do clã de ferro. Isabella que fez o pacto com Netzach, e criou a arma que ele usou para matar e aprisionar esse povo. 

-Agora tudo faz sentido. - Disse Chun, um pouco sem respeito da parte dela. 

-Nós juramos... - Remiel começa a chorar. - Juramos que iriamos recuperar essas terras desse maldito tirano, e que morreríamos juntos aqui. Eu acho que o mínimo que posso fazer é enterra-la onde nosso povo tem direito. - Alice coloca a mão no ombro dele. 

-Nós vamos, mas, vamos precisar de sua ajuda, Remiel. - Ela fala com caridade nas palavras. - Tudo pode voltar a ser como seu povo desejou. Só precisamos vencer mais uma prova. 

-E te manter viva até lá, Alice. - Chun fala dando um tapa nas costas dela. - Nós temos que voltar, ou seremos os próximos a morrer por Netzach. 

-Chun tem razão. - Remiel seca as lagrimas. - Conhecendo Antônia, ela choraria, mas não cederia a luta. E eu não irei. Vou lutar com vocês. 

Eles voltam para as ruinas onde Netzach está, não é tão longe de onde Antônia foi enterrada. Calados, eles esperam a próxima prova. 

Netzach era um bom observador, mas, como a própria bruxa disse para Alice: "ele duvida até dele mesmo". Ele sabia que algo estava acontecendo de baixo de seu nariz, mas, mesmo que seus poderes fossem absurdos, até ele tinha limitações do que poderia usar. Partes do pacto que fez com os antigos anões que ainda não foram revelados completamente o impediam disso. Apesar de Isabella ter entregado o mundo nas mãos dele, ela fez pois sabia que nada poderia impedi-lo de exterminar tudo aquela época. Aquela época. 

Hoje, ele precisa controlar as rédeas da situação, e cheirou, sentiu o sabor, sentiu os ventos falarem, que precisava fazer isso agora, ou tudo para ele se tornaria um caos. Netzach era um bom observador, sim. E ele sabia a fraqueza de todos ali: 

-Bem, estamos a duas provas de terminar, e cada uma delas pode ser decisiva. - Ele dizia andando entre os competidores. - Os yanomamis estão na frente, mas, não muito atrás, está os elfos da floresta e os anões logo atrás deles. Ainda há chances para esses. Mas, quanto aos outros, é um adeus, se quiserem estão livres para voltarem a suas tribos e viverem suas vidas tranquilos. - Netzach esperou um tempo para que alguém se pronunciasse, porém, ninguém ousou dizer uma única palavra. - Bem, se preferem a morte aqui, fiquem em silencio mesmo. A próxima prova eu irei... fazer diferente. Originalmente, as tribos eram para competir entre vocês, mas, percebo que grupos se formaram, talvez por que alguns chegaram juntos e acham que estão brincando de amiguinhos, outros que se formaram aqui dentro. Isso me incomoda, eu os protejo dos perigos de fora, o mínimo que podem fazer é me dar algum... entretenimento de vez em quando. Essa era a chance, mas, eu percebi algo, algo que estava além do que eu podia imaginar. Vocês tem capacidades, cada um de vocês. Por isso, nessa prova, voces serão teletransportados com sua companhia para um lugar aleatório do deserto em um raio grande. - Ele estende a pata. - Carregarão essas bandeiras. - Ele joga elas para cima, e, magicamente, cada uma delas cai a frente de um representante de cada tribo. Cada bandeira tinha uma cor diferente. - Sua missão nessa prova é ter o máximo de bandeiras até o sol se por. No momento que isso acontecer, eu lhes trarei para cá de novo, e veremos quem será o ganhador. Podem decidir quem carregará a bandeira, vocês tem alguns minutos para bolarem a estratégia. - Ele pula para uma plataforma. 

Crônicas dos Mundos (Livro 2) - Domínios do LeãoOnde histórias criam vida. Descubra agora