Capítulo Nove

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— Sua barriga está começando a aparecer mais — Yoongi falou sorrindo.

— Está né — eu sorri e passei a mão na minha barriga.

Eu e Yoongi estávamos sentados no sofá, conversando um pouco. Era o nosso dia de folga, e resolvemos passar um pouco da tarde juntos. Mas é claro que esse nosso pouco, durava muito tempo.

Estávamos empolgados conversando algumas coisas sobre o bebê, mas fomos interrompidos pela campainha tocando.

Eu levantei e fui até a porta, abrindo a mesma. Era Jimin.

— Oi — ele cumprimentou com um aceno.

— Oi.

— Posso entrar? — perguntou. — Quero falar algo importante.

— Entra, mas eu não posso falar agora —  falei mais baixo enquanto ele entrava. — Tenho visita.

— Eu espero — ele murmurou tirando seus sapatos. — Oi Hyung — trocou um toque com meu amigo.

Os dois automaticamente entraram em um assunto, assim que Jimin se sentou na poltrona a frente do sofá. Mas logo Yoongi levantou, dizendo que iria embora, provavelmente notando que Jimin queria conversar comigo.

— Nos vemos no trabalho segunda — ele falou me abraçando. — Até mais, gorda.

— Ya — dei um tapa em seu braço e ele riu.

— Você sabe que é só brincadeira — piscou e saiu pela porta.

Eu fechei a porta e me virei novamente em direção aos sofás, vendo Jimin parado em pé no meio da sala.

— Pode falar.

— Eu acho que eu deveria voltar a morar aqui — falou e eu franzi o cenho, confusa.

Faziam dois dias desde que nós brigamos, e durante esses dias, nós não conversamos, nem mesmo por mensagens. E do nada ele chegar ali querendo voltar a morar na casa, é confuso.

— Por que?

— Eu acho que vai ser melhor — encolheu os ombros. — É melhor eu estar por perto, tenho medo de você passar mal e eu não estar aqui.

— Nossa convivência não é das melhores quando nos vemos muito seguido — falei e sorri sem graça.

— Eu vou mudar isso, eu prometo. Eu sei que eu já prometi isso várias vezes, mas dessa vez vou me esforçar mais para melhorar. É importante eu estar presente, desde a gestação. E não apenas acompanhando você às consultas.

Ele sorriu ladino.

— Também vai ser muito melhor eu estar morando aqui quando o bebê nascer, para cuidar dele.

— Huh, isso é verdade — eu concordei.

— Você pretendia o que? Cuidar dele sozinha? — ele riu baixo. — Mas isso só se você quiser, Jiyeon. Não vou voltar para cá, se você não se sentir confortável com isso.

— A casa também é sua, você não precisa me pedir permissão para voltar para cá — encolhi os ombros.

— Mas eu quero que você se sinta confortável comigo — mordeu o lábio, parecia apreensivo. — Apenas se você quiser, Jiyeon.

Eu fiquei o olhando, em silêncio. Era verdade, era bom ele ficar perto desde o início, até para se eu me sentisse mal, ter alguém por perto seria ótimo. E nós dois querendo ou não, ele ia precisar estar 24 horas perto quando o bebê nascer.
Por que eu com certeza não conseguiria deixar o bebê com ele nem por uma hora, e ele também não iria querer deixa-lo longe de mim. A nossa única alternativa era morar juntos novamente.

— Tudo bem — assenti e ele sorriu. — Mas temos que melhorar, Jimin. É enlouquecedor viver do jeito que nós ficamos quando estamos perto por muito tempo.

— Eu já disse, vou melhorar, estou falando sério — me garantiu, com um lindo sorriso de canto em seu rosto. — Que bom que escolhemos a casa com três quartos — ele brincou. — Amanhã eu trago as minhas coisas e arrumo o outro quarto de hóspedes, ok?

— Uhum — assenti e caminhei até um dos sofás, me sentando.

Ele voltou a sentar na poltrona a frente do sofá.

— E como vocês estão? — perguntou e eu sorri ao ouvir ele se referindo a nós desse jeito.

— Estamos bem — falei e passei a mão na barriga. — Eu já estou começando a sentir ele se mexer.

— Sério? — ele sorriu.

Eu assenti. Nós voltamos a ficar em silêncio por alguns segundos e então ele suspirou.

— Me desculpe por não ter te avisado — falou e eu o olhei. — Eu não tive tempo, mas deveria ter arrumado um minuto para te mandar mensagem. Eu vacilei feio.

— Eu fiquei chateada, mas também não deveria ter agido daquela forma quando você chegou.

— Você tinha total razão, então é super compreensível — um bico se formou em seus lábios enquanto falava.

Eu achava aquilo extremamente fofo, e tive que me controlar para não sorrir ao ver.

— E sabe, eu não sei o que ia fazer se você não fosse aceitar eu voltar a morar aqui — roçou a nuca. — Iria ter um treco em ter que ficar longe do bebê depois que ele nascer.

— Você já é um pai babão antes mesmo de seu filho nascer, Jimin — falei e ri, achando fofo.

— Não consigo controlar — fez um bico.

E logo após sorriu ladino. Parecia perceber o mesmo que eu, estávamos tendo uma conversa que deixava ambos bobos.
Conversar sobre o bebê era o que mais me fazia bem, ainda mais se fosse com o pai dele...

— Eu vou para meu apartamento — passou as mãos pelos cabelos e levantou. — Estou cansado — suspirou.

Eu me levantei e fui com ele até a porta.

— Então... — se virou para mim. — Eu volto para cá amanhã, prometo não incomodar você — brincou e sorriu de lado. — Obrigado por me dar mais uma chance de mudar isso, é realmente importante para mim.

— Eu sei que é importante, e também é direito seu estar por perto — eu sorri pequeno.

— E acredite, se eu pudesse, eu mudaria tudo, desde o início — fitou os meus olhos. — Vou indo — falou quebrando o silêncio que se instalou ao nos encararmos. — Qualquer coisa me liga, hum?

— Tudo bem — assenti. — Tchau Jimin.

— Tchau — acenou e saiu pela porta.

Eu ainda fiquei parada na porta, o acompanhando com o olhar, até ele entrar em seu carro. Após isso, fechei a porta e voltei a me sentar no sofá.
Desejando que a nossa escolha de morarmos juntos, mesmo que fosse apenas por causa do bebê, sem nenhum sentimento envolvido, desse certo, sem brigas.

Casamento DesgastadoOnde histórias criam vida. Descubra agora