Capítulo Trinta e Seis

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Mais uma vez Hyun e eu estávamos saindo do elevador só escritório de Jimin.

Jimin estava dias insistindo que nós deveríamos ir tomar café com ele, e eu sabia que naquele dia não teria a agenda cheia pela manhã, então resolvi ir fazer o que ele tanto pediu.

Fui recepcionada muito bem pela secretária de Jimin. A qual, diferente de Lina, era educada e querida.

Assim que a mulher largou o telefone, depois de avisar Jimin, a porta de sua sala foi aberta.

Jimin já tinha um sorriso no rosto no instante em que olhou na nossa direção.

Assim que eu cheguei perto dele, ele já pegou Hyun no colo, e depositou um beijo na minha testa.

— Vem, entra — falou voltando para dentro da sala.

Eu entrei.

— Prefere descer ou pedir para alguém trazer aqui? — ele perguntou.

— Pode ser aqui — falei e ele assentiu. — Acho que é melhor.

— É — concordou. — Vai ser melhor para Hyun.

Ele sentou na cadeira dele.

— Hum, e esse menino bonito aqui? — conversou com o bebê e fez cócegas na barriguinha dele, fazendo ele rir.

— Está lindo, não é? — falei e Jimin concordou, sorrindo.

Hyun ergueu as mãos, deixando na altura do rosto de Jimin, que depositou um selar em ambas.

— Foi tranquilo vir com ele no carro? — Jimin perguntou me olhando.

— Sim — assenti. — Como sempre.

Ele sorriu e voltou a olhar para o bebê.

Logo ele fez o pedido para levarem as coisas para o café.

Enquanto não chegava, nós ficamos conversando, e mexendo com Hyun.

Não demorou muito para que chegasse o que Jimin pediu. Então ele colocou Hyun em um dos sofás, e colocou algumas almofadas em volta do bebê. Na frente desse mesmo sofá, havia uma mesa de centro, e ali Jimin arrumou as coisas do nosso café.

Enquanto tomávamos café, Hyun ficou bem quietinho no sofá, brincando com o mordedor de sempre.

Quando terminamos, o bebê havia pego no sono enquanto mordia o brinquedo.

Me levantei e caminhei até a janela da sala, apreciando a linda vista da cidade. Deixando Jimin admirar nosso filho sozinho por alguns momentos.

Peguei meu celular e olhei a hora, vendo que nós já estávamos ali a quase uma hora, provavelmente atrapalhando algo que Jimin teria que fazer logo.

— Acho melhor nós já irmos — falei me virando, encontrando Jimin encostado em sua mesa, me olhando.

— Por que? — perguntou.

Eu me aproximei um pouco da mesa, parando em sua frente.

— Você está em seu horário de trabalho — encolhi os ombros.

— Ainda tenho alguns minutos livres.

Ele esticou a mão e segurou a minha, me puxando para ficar um pouco mais perto.

— Ainda podemos ficar mais um pouco juntos — acariciou a minha mão.

— Tudo bem — assenti.

Ele sorriu de lado e me fitou.

Ele soltou a minha mão e levou ela até uma mecha do meu cabelo, a colocando atrás da orelha.

— Ontem fez um ano que nós nos separamos — comentou e eu ergui as sobrancelhas.

— Fez? — ele concordou. — Nossa... — murmurei.

Sua mão escorregou pela minha bochecha, até chegar em meu queixo. Ele segurou o mesmo e ergueu um pouco o meu rosto, como se ele quisesse fitar todo o meu rosto.

Seu polegar foi de encontro aos meus lábios, e deslizou sobre eles devagar.

— Já faz um ano — começou a sussurrar. — E por que eu ainda sinto que a nossa separação não foi certa?

Ele parou de deslizar o polegar em meus lábios.

— Por que eu ainda insisto em pensar que nós ainda não acabamos?

Ele deu um passo na minha direção, ficando mais perto. Jimin fazia pausas entre as suas falas, e entre uma delas, eu desci meu olhar para seus lábios, que estavam entre abertos. Esses lábios...

Eu sentia meu coração acelerado. Jimin aproximou um pouco mais o seu rosto, me fazendo sentir sua respiração batendo em minha pele. Sua outra mão pousou na minha cintura, segurando com firmeza, me levando para ainda mais perto dele.

Aquilo era tão incerto. Eu queria muito, ao mesmo tempo que sentia medo.

Tinha medo de nós acabarmos nos entregando, e depois não dar certo mais uma vez. Tentativas não faltaram no nosso relacionamento, o problema é que foram todas tentativas falhas. E eu tinha medo de acontecer mais uma vez, assim como sabia que Jimin também tinha esse medo.

Já haviam se passado três semanas desde o dia em que nós demos aquele quase beijo no meu quarto. Depois daquilo, nós não comentamos nada sobre, apenas fingimos que não aconteceu.

Mas o clima entre nós aumentou um pouco, um clima bom. Jimin lançava suas investidas discretas, e é óbvio que eu entendia todas elas.

A ponta do nariz de Jimin tocou no meu, e quando seus lábios estavam rentes aos meus, o telefone de sua mesa soou.

Jimin grudou as nossas testas, soltando um suspiro frustrado.

Eu me afastei dele, para que ele pudesse atender ao telefone.

Eu já estava começando a interpretar essas interrupções como um sinal de que aquilo não deveria acontecer. De que nós não deveríamos voltar, ou pelo menos ficar, se esse fosse o caso.

Todas as vezes em que estávamos prestes a nos beijar, algo nos interrompeu. Parecia mesmo um sinal...

Voltei para o sofá, analisando o meu filho. Jimin atendeu o telefone, e falou baixo com quem estava do outro lado da linha.

Peguei a bolsa de Hyun e comecei a guardar as coisas dele que eu tirei da mesma.

Jimin desligou o telefone e foi em direção ao sofá, se abaixando, ficando perto do bebê.

— Nós já vamos... — falei chamando a atenção de Jimin.

— Tudo bem — assentiu.

Ele beijou a bochecha de Hyun, em forma de despedida e levantou, me dando espaço para pegar o nosso filho no colo.

— Quer que eu leve ele até lá embaixo? — perguntou. — Eu acompanho vocês.

— Não precisa — neguei e sorri de lado.

'Tá legal, eu estava tentando evitar ele. Estava com vergonha. É ridículo, eu sei. Mas eu não conseguia evitar de sentir.

Mas sabia que isso seria temporário, só até o horário de ele chegar em casa.

— Nos vemos mais tarde — falei já estando com todas as coisas e com Hyun no colo, pronta para sair.

— Até depois — falou e se aproximou.

Ele beijou mais uma vez a bochecha do filho, e depositou um pequeno selar no meu rosto. Que talvez tenha sido perto demais da minha boca.

Me despedi dele e sai da sala. Sentindo as minhas bochechas arderem. Eu parecia uma adolescente bobinha, não era possível...



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