— Jimin!!! — o repreendi e ele aumentou seu bico.
— Ela estava tão animada falando desse almoço de família, contando que você iria, então eu não consegui dizer que não — resmungou.
— Exatamente, almoço de família — ergui as sobrancelhas. — Eu não sou mais da família.
— Então... — ele sorriu sem graça e coçou a nuca, desviando o olhar. — Ela meio que acha que nós voltamos.
Eu não respondi nada, apenas abri a boca em confusão.
— Eu falei que eu estava morando aqui novamente, e ela chegou nessa conclusão, ainda mais por causa do bebê. Ela ficou tão feliz com isso, eu não consegui falar a verdade.
O bico em seus lábios não se desfazia, ele parecia um bebê manhoso.
— Uma hora você vai ter que falar a verdade, Jimin — falei em um tom mais baixo.
— Eu vou contar, mas depois do aniversário dela — se aproximou. — Por favor, vem comigo.
Como se fosse propositalmente, seus olhos aumentaram de tamanho, fazendo com que sua expressão ficasse ainda mais fofa, parecendo ainda mais com um bebê.
— Eu compro aquele doce que você gosta.
— Aquele que só tem do outro lado da cidade? — ergui as sobrancelhas e ele assentiu.
— Esse —levantou e pegou a chave do carro que estava em cima da mesa de centro. — Eu busco agora se você quiser.
— São onze da noite, Jimin — eu ri.
— É aberto 24 horas — deu de ombros.
— Não precisa ir — neguei. — Está tarde.
— Se for para fazer você ir comigo, eu vou agora, e se às três da manhã você quiser mais doce, eu vou mais uma vez — ele estava tão fofo, eu tinha que me controlar para não sorrir a cada fala sua. — Não quero ver a mamãe triste comigo no dia de seu aniversário — falou e mordeu o canto da boca.
— Eu vou com você — falei já vendo um sorriso crescer em seu rosto. — E não precisa ir comprar o doce agora. Mas amanhã eu vou querer.
— Eu saio do trabalho e direto vou comprar — largou a chave e voltou a sentar no sofá.
Dia seguinte:
— Fico tão feliz que vocês vieram — a mãe de Jimin falou ao me abraçar. — E é bom ver vocês juntos novamente — ela se afastou e sorriu. — E como vai o nosso pequeno? — pousou a mão na minha barriga.
— Muito bem — eu sorri.
— Que bom — sorriu. — Venham, entrem.
Jimin colocou uma mão em minhas costas e me conduziu até o quintal da casa, onde estavam o restante da família.
— Certo, agora eu entendi ainda melhor por que você não conseguiu falar à ela — sussurrei para Jimin e ele riu.
— Ela está mesmo feliz — falou olhando para sua mãe. — Me desculpe por fazer você vir, Jiyeon — me olhou.
— Está tudo bem — eu sorri de lado. — Eu gosto da sua mãe, você sabe. Não é nenhum sacrifício fazer isso.
— Mas você ter que fingir que estamos juntos, é demais, não é?
— Você se culpa demais por coisa pequena, Park Jimin — brinquei e ele sorriu. — Relaxa.
Já fazia uma semana que Jimin havia voltado a morar na nossa casa. Estava tudo certo até aquele momento, nós não havíamos mais brigado, e nossa convivência melhorou ainda mais um pouquinho.
E eu estava talvez um pouco surpresa, já que ele chegava mais cedo do que sempre chegava antes.Nós já havíamos terminado de almoçar, mas continuamos todos na mesa conversando.
Sorri ao sentir o bebê chutando e acariciei minha barriga.— Jimin — o chamei e ele me olhou. — O bebê está chutando.
Ele sorriu e levou a mão a minha barriga, mas no mesmo instante que eu falei, o bebê parou de chutar, fazendo com que um bico se formasse nos lábios de Jimin. Já faziam dias que ele tentava sentir o bebê chutando, mas sempre que eu falava, o bebê parava de chutar, parecia que ele entendia que eu queria mostrar aos outros. Eu gostava de acreditar, óbvio que apenas na minha imaginação, que aquilo era algo somente para mim que ele fazia, apenas para eu sentir.
— Parece que alguém não quer se mostrar para o papai — Jimin resmungou e sorriu logo em seguida, provavelmente por ter se referido a si mesmo como papai.
— Logo você vai conseguir sentir — ele assentiu, com sua mão ainda acariciando a minha barriga.
— Vocês pretendem fazer um chá revelação? — a tia de Jimin perguntou, chamando a nossa atenção.
Eu já havia entrado nos cinco meses de gestação, estava cada vez mais perto de eu poder descobrir o sexo do bebê, e eu já me encontrava morrendo de ansiedade para isso.
— Ah não — eu neguei. — Estou ansiosa demais para saber o sexo, para ter que esperar até um chá revelação — falei e ela riu.
— Eu não aguentaria a ansiedade também — Jimin disse e encostou as costas na cadeira, passando um de seus braços pelos meus ombros. — Acho que eu acabaria tentando descobrir antes.
Surpreendentemente eu não fiquei desconfortável com sua aproximação repentina.
— Os dois são muito ansiosos e curiosos então — ela falou e sorriu.
A tia de Jimin voltou a conversar com outro familiar e Jimin voltou a se virar para mim.
— Você acha que é menino ou menina? — ele me perguntou.
— Acho que é um menino — falei e ele assentiu. — E você?
— Eu meio que não tenho um palpite, mas das vezes que eu sonhei com o bebê, em todos eles eram um menino — ele sorriu. — Talvez seja um sinal.
— Você sonha com ele? — ergui as sobrancelhas, sem conseguir conter um sorriso, e ele assentiu. — Por que nunca me contou?
— Até uma semana atrás nós nem conversávamos direito — deu de ombros. — Achei que seria estranho eu falar disso.
— É, talvez — concordei.
Ele se aproximou um pouco mais, para poder sussurrar no meu ouvido.
— Minha família gosta tanto de você, e eles nem notaram que nós não voltamos de verdade — falou e se afastou, com um sorriso ladino.
— Acho que nós sabemos fingir bem — falei e ele riu, concordando.
— É bom poder ficar assim com você de novo, conversando assim. Eu senti saudades disso.
É, eu também senti saudades...
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Casamento Desgastado
Roman d'amour- Eu continuo aqui porque apesar de você agir feito uma maluca, eu ainda amo você - esbravejou. - Apenas amar já não está mais sendo o suficiente entre nós dois, e isso já está mais do que claro.