Capítulo Vinte e Dois

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— Não seria melhor se você sentasse um pouco? — Jimin perguntou, andando atrás de mim.

— Não.

Eu estava andando de um lado para o outro dentro do quarto do hospital, como se aquilo diminuísse a dor das contrações frequentes.

— Droga, por que tem que doer tanto? — parei e apoiei uma mão na parede, enquanto a outra estava pousada na barriga.

— Vai acabar logo — Jimin disse parando em minha frente.

Eu sabia que aquilo não era verdade, ele apenas estava tentando me manter calma. Mesmo que ele estivesse em um poço de nervosismo.

Ele estava tentando não transparecer, mas estava estampado em seu rosto no quão nervoso ele estava.

— Quer beber um pouco de água? — perguntou.

Eu neguei e no mesmo instante senti outra contração.

— Onde nós estávamos com a cabeça, por Deus — andei até a cama e me sentei na ponta. — E se eu não for uma boa mãe?

Jimin se abaixou na minha frente.

— Você vai ser uma ótima mãe — sorriu ladino. — Eu tenho certeza.

Eu respirei fundo diversas vezes. As contrações já estavam vindo em um curto espaço de tempo, e cada vez mais intensas, durando mais tempo.

— Como nós deixamos isso acontecer , — continuei choramingando. — Nós nem estamos juntos, Jimin. O que vai ser do nosso filho?

Eu estava sentindo tanta dor, que já nem sabia mais o que falava. Poderia já estar falando besteiras e nem estava me tocando.

— Jiyeon — Jimin me chamou e segurou meu rosto. — Para de pensar nessas coisas.

— Eu já nem sei mais o que estou falando — sorri fraco.

Ele sabia que as coisas desconexas que eu estava falando, não eram um real problema. A não ser quando eu falava da dor que estava sentindo.

— É bom o Hyun não nascer com a cara igual a sua — falei olhando para o teto e ouvi Jimin rir. — Com a dor que estou sentindo, ele tem que ser parecido comigo.

Era brincadeira, já que eu queria mesmo é que ele fosse parecido com Park. Só de imaginar seu rostinho pequeno, parecido com o do pai, já me deixava com o coração quentinho.

Foram mais duas horas até eu alcançar os 10 centímetros de dilatação. Duas horas que eu continuei com as minhas frases desconexas, com Jimin o tempo inteiro a minha volta, se preocupando com cada passo que eu dava.

Eu já estava deitada na cama, e Jimin estava em pé ao lado da cama. A médica já estava na ponta da cama e já havia me instruído a fazer força para empurrar o bebê.

Suor escorria pela minha testa, assim como as lágrimas que não paravam de sair de meus olhos.

— Respira fundo, Jiyeon — Jimin falou segurando a minha mão.

Eu respirei fundo e mais uma vez fiz força, deixando um gemido sair de minha boca.

— Jimin — choraminguei. — Eu não vou conseguir — falei entre lágrimas.

— Vai sim — balançou a cabeça assentindo e apertou a minha mão.

— Dói muito.

— Você é forte, vai conseguir sim — ele sorriu ladino, tentando me confortar.

Eu continuei fazendo o mesmo processo, respirar fundo, e fazer força para empurrar o bebê.
Logo acabaria. Esse era o meu pensamento em tamanha dor.

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