Capítulo Vinte e Seis

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Quinze dias se passaram. Meu filho já estava com quinze dias.

Já eram mais de sete da noite, e eu estava sentada na sala, com Hyun em meu colo. Ele recém havia mamado, e estava com os olhos estralados, com as mãozinhas juntas em cima de sua barriga, mexendo devagar seus pequenos dedos.

O barulho do bico estalando em sua boca era tão fofo, e só de olhar para ele, e ver ele chupando o bico, sentia que meu coração iria explodir de tanta fofura. A chupeta era para recém nascido, mas meu filho era tão pequeninho, que a chupeta parecia ficar enorme em seu rosto.

Eu estava assistindo a um seriado na televisão, só que, sem prestar atenção, já que minha atenção ficava presa no meu bebê.

— É estranho a casa sem o seu pai, não é? — falei e formei um bico em meus lábios.

Os quinze dias de licença a paternidade de Jimin haviam acabado. Aquele havia sido o primeiro dia em que ele voltou a trabalhar depois que o nosso filho nasceu. E já estava fazendo uma enorme falta, eu já havia me acostumado com nós três juntos em casa.

Ele desde o dia anterior ficou se lamentando por já ter que voltar a trabalhar. Dizendo que queria ficar mais tempo em casa.

— Huh, falando nele — falei ao ouvir o barulho do carro sendo estacionado na garagem.

Logo a porta foi aberta, revelando Jimin com suas roupas sociais, das quais fazia tempo que eu não o via usando.

— Oi — ele sorriu ladino.

— Oi — respondi e sorri pequeno.

— Desculpa mesmo ter chegado esse horário, Jiyeon — falou tirando os sapatos. — Eu realmente tinha muito o que fazer, e coisas que não podiam demorar muito mais tempo para serem feitas.

— Está tudo bem — sorri de lado. — E você avisou, não precisa se preocupar.

— Apenas quinze dias fora, e aquilo virou um caos — fez bico. — Eu não via a hora de chegar em casa.

Se aproximou.

— E como está o meu garoto? — sorriu olhando para o filho.

Ele se abaixou e depositou um selar no rosto se Hyun. E fiquei surpresa ao sentir um selar sendo depositado em minha testa, antes de ele se levantar totalmente.

— Vou tomar um banho e vou pegar ele — falou abrindo os primeiros botões da camisa social preta que ele usava. — Não é bom pegar ele com essa roupa que passei o dia inteiro fora. Eu já volto.

E saiu em direção às escadas. Eu ri de sua preocupação.

Não demoraram muitos minutos para que Jimin aparecesse na sala vestindo uma roupa confortável, deixando um rastro de perfume pelo cômodo. Estava cheiroso.

— Estava esperando o papai voltar e pegar você, não estava? — falou ao se sentar ao meu lado, olhando para Hyun.

Eu estiquei os meus braços em sua direção e ele pegou o bebê. Já com um sorriso bobo se formando em seus lábios.

Jimin depositou um selar na bochecha gordinha de Hyun e cheirou o pescoço dele.

— Que menino cheiroso — sorriu.

Ele ajeitou o bebê em seus braços.

— O pai sentiu sua falta, sabia? — Jimin resmungou fazendo um bico.

Ele acariciou o rosto de Hyun.

— Como foi o dia de vocês? — perguntou e me olhou.

— Foi bom, bem tranquilo. Só estava estranho estar apenas eu e ele em casa.

— Sentiram a minha falta? — ele cerrou os olhos e riu. — Eu fiquei o dia inteiro desejando vir para cá logo.

— Está cansado? — perguntei.

— Um pouco. Mas nada que me impeça de ficar aqui com vocês.

Sorriu de lado e eu assenti.
Poucos minutos depois Hyun estava dormindo, tendo sobre si o olhar bobo de seu pai.

Jimin o colocou no bebê conforto que estava na mesa de centro, e cobriu ele com a coberta.

— Já comeu? — ele perguntou encostando as costas nas almofadas do sofá.

— Ainda não — neguei.

— Vou pedir alguma coisa para nós — pegou o celular.

Ele levou alguns minutos mexendo no mesmo, digitando, mas logo largou o aparelho.

— Acho que eu vou tirar umas férias — apoiou o cotovelo na almofada, me olhando.

— Férias?

— Sim — assentiu. — Eu tenho férias pendentes, e eu quero poder ficar mais um tempo em casa. Vai ser bom, não vai?

— Acho que vai ser ótimo — ele sorriu.

— Não achei que eu fosse sentir tanta falta assim de estar em casa com vocês — olhou para o bebê conforto. — Eu sabia que ia sentir, mas não imaginava que ia ser tanto.

— Efeito Hyun — eu ri. — Qualquer minutinho longe dele, já faz uma falta enorme.

— Faz — concordou e sorriu.

Ele se deitou no sofá, e logo se ajeitou deitando a cabeça em minhas coxas.

Automaticamente eu levei meus dedos até seus fios macios.

— Eu gosto de ficar assim com você — falou em um sussurro.

Sempre que ele falava algo do tipo, ele falava bem baixo, como se achasse que a minha reação ao ouvir, fosse diferente da que ele gostaria.

— Eu também — concordei e sorri de lado.

Minha outra mão estava pousada em seu ombro, então sua mão alcançou a minha e a segurou. Ele fez um leve carinho e sorriu.

Eu continuei mexendo em seus cabelos.

— Você fica bonito de óculos, não entendo por que usa tão pouco — falei e ajeitei os óculos em seu rosto.

— Eu prefiro usar lentes — encolheu os ombros. — Usar óculos por muito tempo me incomoda, e eu já acostumei com as lentes.

— Fica bonito de qualquer jeito — elogiei e ele sorriu.

Ele suspirou, e voltou a acariciar a minha mão. Sua mão puxou a minha até perto de seus lábios e ele depositou um selar no dorso da mesma, sem cortar o nosso contato visual.

Sem conseguir controlar, eu sorri. Estava bom demais ficar daquela forma com Jimin, coisa que não acontecia a muito tempo. E mesmo que eu negasse as vezes, eu sentia falta daquilo. Era bom estar assim.

Casamento DesgastadoOnde histórias criam vida. Descubra agora