Capítulo Dezoito

384 35 3
                                    

Algumas semanas se passaram desde que Jimin ficou doente, que felizmente logo melhorou. Eu já estava com sete meses e três semanas, com ansiedade cada vez maior.

Eu estava sentada na ponta da cama, em uma tentativa de tentar calçar os meus tênis. Minha barriga já estava enorme, e estava cada vez mais difícil de conseguir colocar um calçado fechado. E lá estava eu, com uma perna dobrada por cima da outra, mais uma tentativa falha de colocar os malditos tênis.

Ouvi a risada de Jimin e olhei para a porta. Encontrando ele parado ali, rindo do meu esforço.

— Ya, para de rir — resmunguei, mas acabei rindo junto.

— É engraçadinho de ver — ele riu mais uma vez e entrou no quarto.

— Estou assim carregando o seu filho — falei vendo ele se abaixar na minha frente e pegar um dos tênis.

— Mas não quer dizer que eu não possa achar engraçado seu esforço para colocar os tênis.— riu, colocando o tênis no meu pé. — Fica tão bonitinha, toda irritadinha.

— Eu estou assim por culpa sua, seu babo — eu ri.

— Ah sim, culpa minha — ele ironizou. — Na hora de fazer estava bem bom né — me olhou. — Você encostada naquela bancada...

— Aish — reclamei. — Para com isso Park Jimin — empurrei meu pé em seu peito, fazendo ele cair sentado no chão.

Ele riu.

— Está com vergonha por que? — ergueu as sobrancelhas ao ver minhas bochechas corarem.

— Não estou — neguei e ele riu.

Ele terminou de amarrar os meus tênis e levantou do chão.

— Vou começar a chamar você para colocar meus tênis, é isso — brinquei.

— Pode chamar — deu de ombros. — Podemos ir? Está pronta?

— Podemos — assenti e levantei da cama.

Antes de sair do quarto, parei na frente do espelho, me analisando de longe.

— Eu pareço mais baixa do que o normal com a barriga desse tamanho — eu ri.

— Pior que parece — ele concordou e eu o olhei, vendo ele sorrir.

Eu passei a mão na barriga e voltei a olhar para o espelho. Aquilo com certeza não era uma reclamação, eu estava amando a minha barriga daquele jeito, saber que meu amor estava ali dentro...

Saí do meu transe e finalmente saí do meu quarto, seguindo Jimin até a rua.

Fomos o caminho todo no carro, conversando, fazendo mais alguns planos de coisas relacionadas ao bebê. Nós já havíamos feito tantos planos...

Chegamos no shopping e andamos lado a lado, procurando uma loja que havíamos pesquisado para comprar o carrinho do bebê. Sim, eu estava com quase oito meses de gestação, e nós ainda não havíamos comprado o carrinho de Hyun.

— É no próximo andar, eu acho — Jimin falou.

— De tantas lojas, por que essa?

— É onde tem o carrinho que você gostou — encolheu os ombros.

Nós continuamos andando pelo shopping. Mas fomos parados por alguém chamando Jimin. Era Lina.

— Oi Jimin — cumprimentou Jimin. — Olá — ela virou para mim e sorriu.

— Oi — forcei um sorriso.

— Preciso falar com você — ela voltou a olhar para Jimin.

Eu entendi que precisava ser apenas com Jimin. Revirei os olhos discretamente, já decidida a sair dali. Eu não conseguia gostar daquela mulher, não adianta.

Antes que eu pudesse dar um passo, senti a mão de Jimin tocar na minha, me mantendo no lugar em que eu estava. Ele acariciou lentamente o dorso da minha mão.
Eu entendi aquilo como um pedido para que eu ficasse.

Lina desceu o olhar até as nossas mãos e eu jurei ver um grande esforço de sua parte para continuar com a sua expressão do mesmo jeito em que estava.

— É sobre o que? — Jimin perguntou. — Trabalho?

— Sim... — ela assentiu e ia começar a falar, mas Jimin a interrompeu.

— Eu estou de folga. Não quero saber de trabalho na minha folga, eu já havia falado — ele falou de modo calmo e educado. — Vou comprar algumas coisas para o meu filho, na segunda nos conversamos. Tchau Lina.

— Tchau — ela falou baixo.

Jimin começou a andar e puxou a minha mão.
Eu olhei para trás rapidamente, vendo a expressão nada agradável no rosto de Lina.

— Ela com certeza é afim de você — brinquei, mas aquilo fazia o meu interior queimar.

— Aish, não é não — negou.

— É — insisti. — Só pela forma que ela te olha e age. Viu ela se esforçando para se manter neutra quando viu você segurando a minha mão?

Então ele pegou e olhou para as nossas mãos, que ainda estavam juntos e soltou.

— Desculpa, não percebi que ainda segurava sua mão — sorriu sem graça. — É, eu notei isso. Mas eu já deixei bem claro que nunca vai rolar nada, não adianta ela fazer esse tipo de coisa.

— Você acabou de falar que ela não é afim de você — eu ri de ele estar se enrolando.

Ele riu.

— Não quero você tendo ideias errados sobre isso. Eu já notei sim, seria idiotice se não notasse. Mas é totalmente unilateral — deu de ombros e continuou olhando para frente.

— Eu não tenho que pensar nada sobre isso — ele me olhou. — Mesmo que fosse recíproco, a vida é sua, você faz o que quiser. Não tem nada a ver comigo.

Ele apenas acenou com a cabeça e voltou a olhar para frente.
Felizmente logo estávamos entrando na loja.

Nós ficamos um longo tempo naquela loja. O intuito era apenas comprar o carrinho, mas óbvio que não foi apenas isso que nós compramos.

— Acho que esse garoto vai ser mimado demais — Jimin falou largando as sacolas na cadeiras ao seu lado.

— Vai não — fiz bico.

Ele riu.

— Nós estamos o mimando antes mesmo dele nascer, imagina depois — sorriu bobo.

Após comprarmos as coisas, decidimos passar na praça de alimentação do shopping e comprar algo para nós comermos.

E Jimin pareceu adivinhar. Eu estava morrendo de vontade de comer um hambúrguer. Nem preciso dizer que fiquei parecendo uma criança quando Jimin deu a ideia de irmos comer exatamente o que eu queria.

E o nosso sábado foi assim, juntos comprando coisas para o nosso filho. Passando mais um tempo juntos.




Casamento DesgastadoOnde histórias criam vida. Descubra agora