Capítulo 25

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Boa viagem

—Flavia. — tentei chamar a atenção dela. — Tem como você parar um pouco, tá me deixando tonta. — falei com mal humor, na verdade ninguém tinha acordado bem, a Linar estava desenhando sentada no chão enquanto eu estava lendo, e a Flávia andando de um lado para o outro.

— Eu já tentei, mas nada chama a minha atenção, só consegui pensar naquela pessoa que tava seguindo a gente.

— Calleu e o Nathan já reforçaram a segurança, agora fiquei calma por que daqui a pouco eles chegam.

Ela se deu por vencida e sentou no sofá, hoje era o dia em que eles vão viajar e tudo tinha que estar em ordem para isso, eu voltei a ler o meu livro, que por sinal é o que eu peguei na biblioteca, estava lendo sobre feitiços, Flávia olhou para mim um pouco desconfiada.

— Livro de magia? — perguntou se sentando ao meu lado. — Você não pode fazer feitiço, ou pode ? — me indagou levantando uma sobrancelha.

— Eu posso fazer feitiço, sou uma ex sacerdotisa. — falei abaixando o livro e me virando para ela. — Eu só não tenho poder própria como você, mas eu posso fazer rituais usando algum sacrifício.

Falei para ela e eu vi que ela queria perguntar alguma coisa, mas na hora a porta abriu, Calleu e Nathanael passaram por ela, eles nem falaram com a gente e subiram rapidamente, e eu Flávia nos olhamos desconfiadas.

Nós duas levantamos do sofá para ir ver o que estava acontecendo.

— Linar. — chamei a sua atenção para mim. — Vá para a cozinha comer alguma coisa que eu e a tia Flávia já voltamos. — falei com ela que balançou a cabeça em concordância e foi correndo para a cozinha. — Vamos ver o que eles estão aprontando.

Subimos as escadas e cada uma foi para o lado do seu quarto, quando eu cheguei no meu vi Calleu arrumando as coisas e estava muito agitado, algo não estava certo.

— Calleu? — o chamei, mas ele não me olhou e nem muito pouco deu importância. — Calleu! — gritei, e ele logo me olhou. — O que está acontecendo? — olhei para ele com os olhos cerrados.

— As coisas pioraram lá na alcatéia, eu e o Nathan precisamos sair imediatamente. — falou colocando as roupas na sacola, e começou a passar a mão pelo cabelo.

— Ei, ei. — peguei os braços dele. — Fique tranquilo, eu dou conta de tudo aqui. — tentei acalmar ele.

— Tem certeza? — eu confirmei com a cabeça e beijei ele segurando o seu rosto, o nosso beijo se aprofundou, até ouvimos um barulho de pigarro atrás da gente. —Pode esperar eu me despedir da minha companheira?

Eu senti o cheiro de Nathan e sorri com o que Calleu disse.

— Claro que pode, eu vou te esperar lá embaixo. — respondeu, e saiu.

— Vá logo, quando mais rápido você ir, mais rápido você vai voltar. — falei dando um beijo em sua boca.

Ele suspirou e pegou a sacola encima da cama, veio até me e dando um beijo na testa.

— Eu vou voltar logo. — eu peguei a mão dele e nós descemos as escadas, encontramos a Flávia e Nathanael se beijando, Calleu deu uma falsa tosse para chamar a atenção deles. — Estou atrapalhando?

Perguntou sorrindo, e então os dois se viraram para a gente, e Nathan deu risada já entendendo que Calleu tava tentando se vingar das outras vezes que ele nos atrapalhou.

— Não, já acabamos. — falou sorrindo, e logo ouvimos passos vindo até a gente. — Pensei que não ia me despedir da minha criança favorita. — gritou Nathan pegando Linar no colo e girando.

— Para tio. — disse rindo e eu ri junto quando Calleu também pegou ela e fez cócega, ela começou gritar pedindo para parar, e assim ele fez. — Volta logo tios, eu vou sentir saudades disso. — falou com carinha de choro.

— Prometa que vai se comportar e eu prometo voltar rápido. — ele levantou o dedo mindinho e ela fez o mesmo, os dois juntaram os dedos e prometeram. — Bom, agora temos que ir. — ele deu um beijo na testa de Linar e levantou vindo até mim e me deu um beijo na boca.

— Se cuida, por favor. — ele concordou com a cabeça e saiu com Nathanael, eu e Flávia fomos olhar pela janela e demos tchau.

Eles deram partida e foram embora, eu saí da janela e fui até o sofá me joguei nele.

— É, estamos sozinhas agora. — falou Flávia.

Eu suspirei pesadamente e olhei para cima.

— Sim, vamos comer chocolate? — perguntei e ela virou a cabeça para mim. — Fiquei com vontade só isso.

— Será que você está...

— Não complete essa frase, agora vamos logo. — eu me levantei e olhei para a Linar que tava pulando de alegria. — Venha Linar vamos comer doce.

Ela pegou na minha mão e fomos para a cozinha assaltar a geladeira.

[...]

Já estava de noite, eu tinha colocado a Linar para dormir, e agora estava tomando banho, lavei o meu cabelo.
Sai do banheiro fui ao closet e vestir uma camisa de Calleu e uma cueca nova dele.

Eu estava confortável com elas, sentei na cama e peguei o celular para ver se tinha alguma mensagem dele, e ainda não tinha nada.

Suspirei e me deitei na cama fiquei um tempo olhando para o teto até dormir, eu estava em um sono leve quando ouvi alguém batendo na porta.

Abri os meus olhos e olhei o relógio, vi que era 01:30 da manhã, com toda contra vontade eu levantei e abri a porta dando de cara com a Linar.

— Oi meu anjo. — falei me abaixando a sua altura. — Por que tá fora da cama uma hora dessa?

— Eu tive um sonho ruim. — falou baixinho com a cara um pouco enterrada no urso que tava segurando. — posso dormir com você?

Eu concordo e peguei ela no colo, fechei a porta e deitei com ela na cama, aconcheguei ela bem perto de mim.

— Você sonhou com o que? — perguntei alisando o seu cabelo. — Pode me contar não tenha medo.

— Eu sonhei com um vampiro. — disse baixinho, eu logo fiquei preocupada. — Ele queria me pegar, disse que eu era dele.

— Fique tranquila, ninguém vai te pegar. — beijei a testa dela. — Vamos dormir.

Naquela época eu ainda não sabia, mas aquela promessa era difícil de ser comprida.

Que os deuses nos proteja.











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