Tempos de guerra
Eu estava dormindo agarrada em Linar, passei a mão no outro lado da cama e vi que Calleu não estava mais, abrir os olhos lentamente o quarto estava escuro por causa das cortinas, me separei da Linar e sentei na cama peguei o celular que estava na mesinha e olhei a hora, era 05:00 muito cedo até mesmo para o Calleu. Pensei, dei de ombros e levantei da cama deixei a Linar dormir mais um pouco por que ainda estava cedo.
Andei um pouco e parei no meio do quarto inclinei a minha cabeça para o lado em direção as janelas, fui até ela em passos lentos e abri, me deparei com tudo escuro lá fora, eu não estava acordado e sim em um sonho.
- Merda. - senti contração e coloquei a mão na barriga e olhei para baixo e vi sangue saindo de mim. - Aí merda. - gemi com a dor aguda que senti no ventre. - Não, não, não. - falei repetidamente enquanto colocava a mão no pé da barriga com a tentativa inútil de segurar o bebê lá dentro. - Eu não posso perder vocês, não agora. - me sentei no chão sentindo muito dor, e foi quando eu o vi todo de preto.
Abertei os meus olhos na tentava de enxerga-lo, ele abriu as suas asas e podi ouvi a sua voz grossa ecoar em meus ouvidos.
- Sua filha foi concedida a mim. - falou o ser de aura negra, eu o reconheci de algum lugar. - Ela a mim foi dada e quando chegar o momento certo irei levá-la. - disse por fim antes desaparecer.
- Mieera. - ouvi uma voz calma mim chama, eu estava sem força para levantar a cabeça. - Mieera você tem que acordar, a Linar corre um grande perigo. - disse com uma voz de súplica, levantei a minha cabeça e vi uma anjo idêntica a Linar, suas lindas asas brancas e os seus cabelos vermelhos. - Aquela não é a verdadeira Atena. Os deuses não se interfere em assuntos mundanos.
Então eu tive um choque de realidade, me virei para olhar a cama e vi que ela estava vazia, com a mão ainda em minha barriga eu levantei.
- Tenho que acordar. - falei e logo senti a dor me consumir.
- Nada disso é de verdade, ela está bricando com a sua mente, você tem que acordar. - ela segurou em minha mão. - Salve a minha filha, acorde! - gritou por fim.
Eu acordei ofegante, e já fui sentado e veio a tontura junta, passei a mão pela minha barriga e olhei para cama não tinha nenhum sinal de sangue, suspirei aliviada, e foi aí que eu me lembrei, levantei da cama rápido e nem me importei em vestir uma roupa mais decente.
Desci as escadas desesperada gritando pelo Calleu que saiu do escritório com a cara de preocupado.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou ele e eu fui logo falando sem muita enrolação.
- Aquela não era a Atena. - ele me olhou com a cara de quem não estava entendendo nada. - A mulher que esteve aqui não era a Atena, e aonde está a Linar?
Ele passou a mão pelo cabelo e eu entendi o que está acontecendo, ela já tinha levado a Linar.
- Vagabunda, eu vou matar ela. - falei no puro ódio Calleu saiu correndo para avisar os lobos para fazer uma busca por elas.
Ele me pediu para me acalmar e vestir uma roupa que iríamos conversar, subi de volta ao quarto e fui tomar banho.
Quanto eu tomava banho notei um sinal estranho no lado esquerdo da minha barriga, o lugar a onde ficava a menina.
Fiquei assustada e fui para frente do espelho e vi o sinal com mais atenção, era como se fosse uma tatuagem com o símbolo do infinito.
- Que merda é essa? - foi aí que eu lembrei, companheiros especiais recebem uma marca antes do seu nascimento, eu também tinha uma em meu ombro em formato de triângulo. - isso só pode ser uma brincadeira de mal gosto.
Tomei banho e vestir uma calça e uma blusa azul de manga longa. Respirei fundo e sai do quarto e fui para o escritório aonde já estava Calleu, Nathanael, Flávia e outros lobos.
Assim que eu entrei ele parou de falar e pediu para que os lobos saíssem.
- Então, alguma notícia? - perguntei me sentando, por algum motivo eu me sentia cansada. - Por que estão me olhando de um jeito estranho?
- Você tá com uma aura diferente, e o seu cheiro mudou. - falou Nathanael.
- Pra mim tá só um pouco mais doce. - falou Calleu. - Deve ser por causa da gravidez, e respondendo a sua pergunta, pelo que parece nenhuma das duas cruzaram a fronteira.
Suspirei aliviada, ela deviria está em algum templo preparado a Linar para o sacrifício, tive que explicar a eles tudo o que aconteceu, menos a parte aonde o nosso bebê morreu.
- Então você quer dizer que a nossa filha já tem um companheiro? - perguntou Calleu indignado. - Primeiro a Linar agora a minha filha que nem nasceu e nem muito menos tem um nome. - ele começou a andar de um lado para o outro, se esse assunto não fosse sério eu até iria dar risada.
- Isso vai ter que ficar para outra hora, agora você tem um mapa dessa região? - ele concordou e foi até a prateleira pegar. Estendeu sobre a mesa e eu comecei a marca os pontos aonde havia templos desativados.
- Irei mandar lobos para lá agora. - Nathanael saiu para dar as ordens.
Eu fiquei observando o mapa até senti uma tontura, me sentei de maneira tentando disfarçar, mas Calleu percebeu.
- Está se sentindo bem ?. - ele agachou ao me lado, e eu balancei a cabeça que não. - Você vai comer alguma coisa, está grávida e não pode deixar de se alimentar. - ele levantou. - Flávia leva ela para comer alguma coisa.
Ela me ofereceu a mão e nós fomos para a cozinha comer alguma coisa, bebi um pouco de suco e comi um pão que não chegou a para em meu estômago e voltou.
Me sentei e coloquei a mão sobre a barriga.
- Meus amores, eu preciso que vocês sejam fortes para que a mamãe possa salvar a irmã de vocês. - muitos achariam isso coisa de louco, mas eu consegui conversar com eles, que estavam se sentindo ameaçados depois do que aconteceu.
Senti que eles ficaram calmos, tentei comer de novo e dessa vez eles aceitaram.
(...)
Já estava chegando a tarde e todos os templos foram vasculhados, eu estava apreensiva, mas sabia que ela só podia fazer o sacrifício durante a lua cheia que era amanhã.
Eu tava no quarto olhando um outro mapa mais antigo, e foi quando vi um templo de Hardes que ficava ao sul da alcatéia, bastante longe.
- Ela tem algum a ajudando. - falei, sai do quarto e fui para o meu antigo aonde a Linar dormia, arrastei a cama e tirei uma tábua e retirei de dentro do buraco uma arma. - Adega de mercúrio.
Ela era toda preta com uns leves tons de verde, em seu cabo tinha uma esmeralda.
Suspirei, arrumei tudo e fui até o closet aonde ainda tinha algumas das minhas outras armas, peguei a mala e sai do quarto.
Já no meu quarto guardei tudo, e desci para o escritório de Calleu com o mapa.
- Ela está no templo de Hardes. - falei assim que entrei, interrompendo a reunião de Calleu. - Não me olhem assim. - disse já estressada por causa de tudo. - Faça patrulha por perto, e me mantenha informada.
- Mieera, estávamos em uma reunião importante. - falou Calleu calmo para não me deixar mais estressada. - Não posso mandar os meus homens assim do nada.
Olhei firmemente para ele, e entendi que não queria a sua autoridade questionada.
- Está bem, aqui está o mapa, dê uma olhada. - forcei um sorriso, mas por dentro eu queria matar todos ali. - Vou me retirar agora.
Por esse e outros motivos que eu odeio homens.
Subi de volta para o quarto, se eles não vão salva a minha filha, eu vou.
Que os deuses não protejam eles de mim.
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Sacerdotisa dos deuses
Hombres LoboA muito tempo alguns deuses tiveram filhos com criaturas da terra e dos céus, e algumas das mulheres nascida viravam sacerdotisas dos seus pais, esperando até completar a maior idade e poder ser um deus mas com Mieera foi diferente, pós a jovem não...