Lost Girls - Malila

Capítulo 4

Ri ao ouvir alguma piada ridícula da Taylor enquanto tomávamos o café da manhã. Depois de uma semana, eu já havia percebido que café da manhã e jantar eram refeições sagradas, onde a família tinha que estar toda reunida. E eu me sentia bem que eles tentavam me incluir de alguma forma nisso.

Taylor e Gustavo não sabiam exatamente porque eu precisava de um lugar para ficar somente Mário e Ruth. E a mãe da família era muito gentil comigo, mesmo sabendo de tudo que já aprontei nessa vida.

- Ah, sua vez Maraisa - Gustavo já disse me estendendo o próprio prato do café da manhã, e eu fiz uma careta que o fez rir.

- Saudades de quando eu era a convidada - brinquei, levantando e indo até a pia.

- Pois eu amei esse novo cronograma, já nem lembrava mais o que é três crianças pra ajudar - Ruth sorriu, enquanto eu começava a lavar a louça.

- Então Maraisa, eu nem consegui perguntar como foi a conversa com a orientadora - Mário comentou e eu o olhei por cima do ombro - Sobre atividades extras curriculares.

- Ela disse que tinha vagas para alguns esportes e para o programa de música - respondi o vendo assentir - Ainda estou pensando.

- Hoje tem testes para a equipe de vôlei - Taylor comentou, com um sorriso que eu diria malicioso.

Alguém falou com Maiara durante o treino de futebol.

- Vôlei me parece uma ótima idéia - Mário disse e eu apenas assenti com a cabeça.

Terminei a louça, subindo para o quarto para escovar os dentes e pegar a mochila, descendo rapidamente e indo até o carro de Gustavo e logo indo até a escola.

- Caramba Gustavo, você dirige que nem uma mula - Tay reclamou do banco da frente e eu soltei uma risada.

- Olha, não é minha culpa que o limite de velocidade no subúrbio seja menos que 40km/h - ele respondeubdando ombros, acelerando um pouco ao entrarmos na rodovia.

- Bom, mas também não precisa andar à 40 em uma rodovia que o limite é 70 nessa área - falei vendo Taylor sorrir pelo encorajamento, encarando o irmão mais velho.

- Me desculpem se eu não quero bater esse carro e ainda ver o pai me impedindo de dirigir - ele reclamou e eu quase ri, se não tivesse lembrado que poucas semanas atrás, era eu batendo o carro.

Chegamos na escola em alguns minutos e logo cada um foi para um lado. Avistei Maiara e Bruno escorados na parede do corredor onde ficava meu armário e me aproximei dos dois.

- E aí - os cumprimentei assim que me aproximei, já abrindo meu armario pegando um livro de história que eu precisaria hoje.

- Vai fazer o teste para o vôlei? - Maiara perguntou curiosa.

- Vou sim - concordei, já animada.

- Ótimo, o teste vai acabar no mesmo tempo do treino da Maiara, podemos voltar juntos e você nos conta como foi - Bruno deu a idéia e nós concordamos rapidamente.

Fomos para a classe, eu já me acostumando com os olhares que recebia. Surpreendemente Maiara e Bruno não se importavam com os boatos, que aliás eram muitos. Eu já tinha ouvido que achavam que eu tinha sido expulsa da antiga escola por atacar um aluno com uma faca, outros diziam que eu havia entrado armada.

Adolescentes eram tão idiotas, não?

Felizmente as aulas passaram rapidamente e logo eu já estava na quadra de vôlei. Eu sentia mais olhares em mim, graças ao uniforme curto, porém apenas um estava me chamando a atenção.