Lost Girls - Malila

Capítulo 25 B

Desculpem os erros, volto depois das 23 hrs

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Puxei o freio de mão assim que estacionei nos fundos da antiga casa em que morei. Franzi o cenho enquanto saía do carro, um sentimento estranho ao encarar aquele lugar. Não parecia como casa para mim. Só parecia uma velha casa abandonada. Era estranho pensar que um dia aquela casa era a melhor da rua e que o jardim estava sempre bem cuidado e preenchido pelas risadas da minha família.

- Zach disse que está limpo - Henrique avisou, também saindo do carro, me tirando dos meus pensamentos.

Respirei fundo. Eu tinha um trabalho a fazer.

- Vamos lá - chamei, caminhando até o muro que eu sabia que dava para o jardim.

Não foi difícil pular o muro dali e dessa vez nem ao menos me machuquei. Esperei Henrique fazer o mesmo antes de ir para dentro da casa.

Era uma casa grande de dois andares, um jardim nos fundos onde eu lembro de jogar futebol com meu pai enquanto minha mãe amamentava Sofia. Eu ainda lembrava perfeitamente de cada cômodo da casa, de como parecíamos uma família de classe alta. A sala com uma TV de última geração, a cozinha moderna, meu enorme quarto cheio de brinquedos, o quarto de Sofia todo decorado.

Eu nem imaginava que tínhamos tudo aquilo porque meu pai era um criminoso de alto escalão.

Caminhei pelo jardim com grama alta e coloquei as luvas que estavam no bolso da jaqueta antes de abrir a porta dali. Tossi um pouco ao entrar na cozinha e ser atingida pelo pó de uma casa que não é limpa há anos.

- Em cima - chamei meu amigo, subindo pelas escadas dali e ouvindo os passos de Henrique atrás de mim.

Notei que realmente estavam tirando bens dali ao não ver os quadros na parede. Tentei não me importar, apenas segui em frente, sem nem olhar para as portas abertas. Entrei no meu antigo quarto e engoli em seco, afastando todas as emoções nostálgicas ao ver as paredes em tons de azul claro.

- Eu lembro daqui - Henrique murmurou, entrando mais a fundo no quarto primeiro que eu - Deitávamos no chão e nos escondíamos debaixo da cama para tentar não ir à escola - ele disse nostálgico.

- Nada de ficar sentimental, Henrique - falei, rolando meus olhos e passando por ele - Não estamos aqui pra lembrar da nossa infância - completei, me sentando no chão.

- O que aconteceu contigo? Maraisa, para de ser insensível, você está soando como eles - Meu amigo reclamou e eu o encarei levemente irritada.

- Meu pai fez um antigo amigo te apontar uma arma. Ele colocou a vida da minha irmã em perigo. Você quer que eu derrama lágrimas e sorria por andar nesse quarto? - questionei para ele, o vendo engolir em seco - Tudo aqui nessa casa foi comprado com dinheiro sujo de sangue, minha infância foi construída em cima disso. Estar aqui só me traz ódio, Henrique - expliquei irritada, o deixando calado.

Minhas emoções se misturavam no meu peito, mas o ódio prevalecia. Estar aqui me lembrava tudo que meu pai fez para conseguir isso. Tudo que ele ainda fazia. E o fato de estar me obrigando a fazer isso.

Neguei com a cabeça, respirando fundo e me arrastando pra debaixo da cama. Se eu apenas arrastasse o móvel faria barulho e deixaria marcas. Eu não queria que alguém soubesse que estivemos aqui. Encontrei rapidamente uma tábua solta e a afastei, encontrando o cofre que meu pai havia dito.

Tirei a luva e coloquei meu polegar na entrada, sorrindo satisfeita quando o cofre se abriu. Coloquei a luva novamente mas arregalei meus olhos ao ver a quantidade de dinheiro que havia ali.