Capítulo 30

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Pov Marília Mendonça.

Me abaixei atrás da viatura ao ouvir os tiros contínuos e bufei irritada enquanto recarregava minha pistola. Encarei Luísa que fazia o mesmo que eu e vi seus olhos em contato com os meus.

- Eu disse para esperar reforços - ela reclamou e eu fiz uma careta.

- Eles estavam demorando e aqueles idiotas iriam fugir - me defendi, erguendo meu corpo levemente e voltando a atirar contra o os dois assaltantes que estavam do outro lado do estacionamento vazio - Me cobre - pedi para minha parceira que rolou os olhos antes de assentir.

E assim que ela começou a atirar eu corri com o corpo abaixado até a próxima pilastra do estacionamento, que me dava uma visão melhor do carro antigo que eles usavam como escudo. Só precisei de dois tiros de aviso contra o vidro do carro, quase os acertando de raspão para que eles voltassem a atenção para onde eu estava. Porém, depois de tantos tiros, os idiotas já estavam sem balas.

- Sonza! - gritei, chamando a atenção da minha amiga, avisando que eles iriam correr.

Coloquei minhas pernas para funcionar e consegui empurrar um para o chão, puxando as algemas com rapidez e o prendendo. Me levantei, soltando um suspiro aliviado ao ver que Luísa havia feito o mesmo.

- Mendonça? Sonza? Estamos a caminho - ouvi a voz do meu capitão pelo rádio e bufei baixinho.

- Depois de dez anos - resmunguei, puxando os criminosos do chão - Já resolvemos, chefe - avisei, os colocando na viatura com a ajuda de Luísa - Teve tiroteio mas o estacionamento estava vazio, sem civis - completei, já me jogando no banco do motorista - Estamos indo para a delegacia.

- Certo, bom trabalho Mendonça - ele elogiou e eu não evitei o sorriso orgulhoso.

- Tira essa merda de sorriso do rosto - Luísa resmungou, cruzando os braços no banco do passageiro enquanto eu dava partida - Você anda muito impulsiva - me criticou e eu soltei um suspiro pesado, negando com a cabeça.

- Agora não - pedi, olhando pelo retrovisor para checar os dois detentos ali.

Luísa bufou mais uma vez, mas se manteve quieta enquanto eu dirigia até a delegacia, o que não demorou. Em poucos minutos eu já estava fazendo a parte burocrática enquanto minha parceira os levava para alguma cela da delegacia.

- Mendonça! - ouvi a voz do capitão Swan e me virei, o vendo se aproximar.

- Senhor - cumprimentei respeitosa, mas ele sorriu.

- Mais dois pra sua cota do mês, está em uma boa época - ele elogiou orgulhoso - Está indo muito bem.

- Só tentando fazer meu trabalho - respondi humilde.

- E está fazendo bem, porém não posso evitar de me questionar se seu envolvimento maior no trabalho não tem relação com o último caso Pereira - ele comentou analítico, cruzando os braços.

- Não senhor, isso já é passado - garanti sem hesitar.

- É melhor assim mesmo, Mendonça - Capitão Swan bateu duas vezes em meu ombro - Continue assim e uma promoção pode bater em sua porta - sugeriu e eu não evitei o sorriso orgulhoso enquanto ele se afastava.

- É realmente passado? - ouvi Luísa perguntar e suspirei, me virando novamente e a encontrando parada ali.

- Ouviu toda a conversa? - perguntei, a vendo assentir.

- E então, é passado mesmo? - insistiu, me seguindo quando comecei a caminhar para fora da delegacia.

- Sim, é passado - repeti o que já havia dito.

Lost Girls - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora