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-- Mabel --

O segundo tempo do jogo já havia começado a mais ou menos 10 minutos, a Maju tava inquieta, sem saber se saia para fora e me deixava aqui sozinha ou se ficava me observando e dando apoio moral enquanto eu amamentava, mas pelo visto assistir o jogo pela tv não tava agradando muito ela.

- vamo Mabel - diz andando pela sala - vai Ceci, mama mais rápido aí meu amor, a titia tá perdendo muito jogo - faz biquinho.

- porra maju, te aquieta aí cara, tô ficando sem paciência já - reviro os olhos.

- depois que eu te deixo aqui sozinha a ruim sou eu né? Olha como tu me trata, nojenta - faz drama.

- aí Jesus - dou um suspiro - pronto terminei, agora olha sua sobrinha enquanto eu vou no banheiro por favor - digo tentando não me estressar, a garota não parava de reclamar desde o momento em que aquele jogo foi iniciado.

- eu não vou te esperar aqui dentro não, vou com a Ceci para as arquibancadas vê o papai e dindo gostoso dela jogar - diz tomando a Cecília do meu colo.

- Maria Júlia - a repreendo e ela me olha com uma cara maliciosa.

- qual foi Bel? Eu sei que vc só não concorda porque tá quase casada.

- só coloca ela para arrotar pra mim tá bom? - ignoro sua última fala - ah, inclusive, coloca o fone protetor na Cecília antes de sair - ela revira os olhos pegando os mesmos - obrigada - digo rindo e ela sai resmungando.

As vezes eu me pego pensando, será que a personalidade da Maria Júlia vai interferir na da Cecília? Tipo, pela convivência que elas vão ter e tals? bom eu espero que não, a minha cunhada sempre foi muito sincera, eufórica, tem uma personalidade bem forte e gostos peculiares, se é que podemos dizer assim, a minha filha já vai sofrer se puxar a mim e ao pai, se a Maria Júlia vir de brinde ela vai me julgar pelo resto da vida, certeza.

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Ao sair do banheiro percebo que a torcida está agitada, a Young Flu começou uma festa surreal, só se ouvia as vozes deles ecoando pelo estádio "sou tricolor de coração, sou do clube tantas vezes campeão" em uma sincronia perfeita, a torcida que estava dando uma festa, mesmo desanimada a segundos atrás, agora está dando um show no Maracanã, simplesmente um gol do González aos 17 do segundo tempo para voltar a confiança de todos que ali estava presente.

- ôpa, moça, tá tudo bem aí? - ouço uma voz grossa em meu lado.

Podemos se dizer que ao observar a torcida eu acabei me prendendo em pensamento e ficando longe da realidade, eu não fazia ideia do que esse cara estava falando, muito menos de quem ele era.
Começo a olhar ao meu redor e me deparo com um homem alto, diria que ele tem mais ou menos um metro e oitenta de altura, platinado, olhos escuros e com um porte físico altíssimo, de se invejar eu diria, ele era simplesmente, um Deus grego, essa era a palavra perfeita para definir ele.. mas perai, eu estou no chão do corredor do Maracanã? meu Deus eu estou no chão do corredor de um estádio lotado em frente a um cara gato, perai Ayanna que pensamentos são esses, vc é comprometida, começo a repetir isso para mim mesma.

- foi mal aí, eu não havia te visto, esbarrei em ti sem querer - ele prossegue e estende sua mão para me ajudar.

Meu Deus como eu cair com tanta facilidade? Será que alguém viu além dele? Que vergonha.. se aqui tivesse um buraco eu me enfiava nele e não sairia mais.

- moça? Tá tudo bem? - o mesmo repete sua primeira pergunta e me tira dos meus pensamentos novamente.

- aí meu Deus, desculpa, não se preocupa tá tudo bem sim - digo sem dá muita moral, mas seguro sua mão para me levantar e ele me puxa com um tanto excessivo de força me fazendo bater em seu corpo e ir em direção ao chão novamente até o mesmo agarra a minha cintura.

Em off - Filipe Ret🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora