Mai! Você Está Linda...

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Eu entrei num universo alternativo. A jovem olhando para mim parece digna de um tapete vermelho. Seu vestido longo e sem alças de cetim prata é simplesmente deslumbrante. Talvez eu escreva um agradecimento para Caroline Acton. É ajustado e realça as poucas curvas que tenho.
Meu cabelo cai em ondas suaves ao redor do meu rosto, escorregando sobre os meus ombros, para os meus seios. Eu boto um lado atrás da minha orelha, revelando os meus brincos de segunda chance. Eu mantive a minha maquiagem no mínimo, para ter um olhar natural. Delineador, rímel, um pouco de blush rosa e batom rosa pálido. Eu realmente não preciso do blush. Estou um pouco ruborizada pelo constante movimento das bolas de prata. Sim, elas vão garantir que tenha um pouco de cor no meu rosto esta noite. Balançando a cabeça para a ousadia de ideias eróticas de Marília, eu me inclino para recolher a minha bolsa de cetim prata e vou em busca da minha Cinquenta Tons.
Ela está conversando com Taylor e outros três homens no corredor, de
costas para mim. Suas expressões de surpresa e apreço alertam Marília da minha presença. Ela se vira, enquanto eu fico em pé e espero sem jeito. Caramba! Minha boca seca. Ela parece impressionante... Smoking preto, gravata borboleta preta, e sua expressão quando olha para mim é de espanto. Ela vem para mim e beija o meu cabelo.— Maiara. Você está de tirar o fôlego.Eu coro com este elogio na frente de Taylor e dos outros homens.— Um copo de champanhe antes de ir? — Por favor, — murmuro, muito rapidamente.Marília acena para Taylor, que se dirige para o hall de entrada com seus três companheiros.Na grande sala, Marília pega uma garrafa de champanhe na geladeira.— A equipe de segurança? — Eu pergunto.— Proteção pessoal. Eles estão sob o controle de Taylor. Ele é treinado nisso, também. — Marília me entrega uma taça longa de champanhe.— Ele é muito versátil.— Sim, ele é. — Marília sorri. — Você está linda, Maiara. Saúde. — Ela
levanta o copo e bate com o meu. O champanhe é de uma cor rosa pálido. Tem um sabor deliciosamente fresco e leve.— Como você está se sentindo? — Ela pergunta,com os olhos aquecidos.
— Muito bem, obrigada. — Eu sorrio docemente, não transparecendo nada, sabendo muito bem que ela está se referindo às bolas de prata.Ela sorri para mim.— Aqui, você vai precisar disso. — Ela me entrega uma bolsa de veludo grande que estava descansando na ilha da cozinha. — Abra, — ela diz, entre goles de champanhe. Intrigada, eu alcanço dentro do saco e retiro uma intrincada máscara prateada, com uma pluma azul cobalto coroando o topo.— É um baile de máscaras, — ela afirma com naturalidade.— Eu vejo. — A máscara é bonita. Uma fita de prata é enfiada em torno das bordas prateadas e um requintado filigrana é gravado ao redor dos olhos.— Isso vai mostrar seus belos olhos, Maiara. Sorrio para ela, timidamente.— Você vai usar uma? — Claro. Elas são muito libertadoras, de uma forma, — ela acrescenta, levantando uma sobrancelha, e sorri.Oh. Isso vai ser divertido.— Venha. Eu quero lhe mostrar uma coisa. — Segurando sua mão, ela me leva para o corredor e uma porta ao lado das escadas. Ela abre, revelando uma grande sala de aproximadamente o mesmo tamanho que a sua sala de jogos, que deve estar diretamente acima de nós. Esta é preenchida com livros. Uau, uma
biblioteca, cada parede repleta do chão ao teto. No centro, está uma grande mesa de bilhar, iluminada por uma luminária longa da Tiffany, em forma de prisma.— Você tem uma biblioteca — Eu chio com reverência, sobrecarregada com emoção.— Sim, a sala de bolas como Elliot chama. O apartamento é bem espaçoso. Eu percebi hoje, quando você mencionou explorá-lo, que eu nunca te levei para um passeio. Nós não temos tempo agora, mas eu queria mostrar-lhe esta sala, e talvez desafiá-la para uma partida de bilhar em um futuro não muito distante.Sorrio para ela.— Mão a obra. — Em segredo, me abraço cheia de alegria. Japinha e eu fizemos muito isso. Nós jogamos nos últimos três anos. Eu sou craque com um
taco. Japinha foi uma boa professora.
— O quê? — Marília pergunta, divertida.Oh! Eu realmente devo parar de expressar todas as emoções no instante em que eu sinto, eu me repreendo.— Nada, — eu digo rapidamente.Marília aperta os olhos.
— Bem, talvez o Doutor Flynn possa descobrir os seus segredos. Você vai
encontrá-lo esta noite.— O charlatão caro? — Puta merda.— O mesmo. Ele está morrendo de vontade de conhecê-la. Marilia pega a minha mão e suavemente desliza o dedo em meus dedos, quando nos sentamos na parte de trás do Audi, em direção ao norte. Eu me contorço, sentindo aquela sensação na minha virilha. Eu resisto à vontade de gemer, enquanto Taylor está na frente, não usando o seu iPod, junto com um dos homens da segurança, cujo nome eu acho que é Sawyer. Estou começando a sentir uma dor maçante e agradável no fundo da minha barriga, causada pelas bolas. Cruzo os braços e me pergunto, quanto tempo vou ser capaz de gerir isso sem algum, um... alívio? Cruzo as pernas. Enquanto faço isso, algo que vem me incomodando no fundo da minha mente, sobe à superfície.— Onde você conseguiu o batom? — Pergunto a Marília suavemente.Ela sorri para mim e aponta para frente. — Taylor, — ela murmura.Eu começo a rir.
— Oh. — E paro rapidamente, as bolas. Eu mordo meu lábio. Marília sorri para mim, os olhos brilhando
maliciosamente. Ela sabe exatamente o que está fazendo, a besta sexy que ela é.— Relaxe, — ela respira. — Se for demais... — Sua voz some, e ela gentilmente beija cada dedo da minha mão, uma de cada vez, em seguida,
delicadamente suga a ponta do meu dedo mindinho. Agora eu sei que ela está fazendo isso de propósito. Eu fecho meus olhos,enquanto um desejo fatal atravessa todo o meu corpo. Eu me rendo brevemente a sensação, meus músculos apertam dentro de mim. Oh meu Deus.Quando abro meus olhos novamente, Marília está bem perto de mim, uma príncesa sombria. Deve ser o smoking e a gravata borboleta, mas ela parece mais velha, sofisticada, uma libertina devastadoramente bonita, com uma intenção licenciosa. Ela simplesmente tira o meu fôlego. Eu estou no seu encalço sexual, e se eu posso acreditar nela, ela está no meu. O pensamento traz um sorriso ao meu rosto e seu sorriso de resposta está me cegando.
— Então o que podemos esperar neste evento? — Oh, as coisas de sempre, — Marília diz despreocupadamente.
— O que não é habitual para mim, — eu a lembro. Marília sorri e beija com carinho a minha mão de novo. — Muitas pessoas que esbanjam dinheiro. Leilão, rifa, jantar, dança, minha mãe sabe como dar uma festa. — Ela sorri e pela primeira vez durante todo o dia, eu me permito
sentir um pouco animada com a festa.Há uma fila de carros de luxo estacionados até a garagem da mansão Mendonça. Longas lanternas de papeis cor de rosa, estão penduradas em todo o caminho, enquanto nós chegamos mais perto com o Audi, posso ver que elas estão por toda parte. No claro início da noite, elas parecem mágicas, como se estivéssemos entrando num reino encantado. Olho para Marília. Muito adequado para a minha princesa, e em mim floresce uma excitação infantil, superando todos os outros
sentimentos.—Ponha a máscara, — Marília sorri, e quando ela veste sua simples máscara preta, minha princesa torna-se mais sombria, mais sensual.Tudo o que posso ver do seu rosto é a boca bonita, esculpida e a mandíbula forte. Puta merda... Meu batimento cardíaco dispara com a visão dela. Eu aperto a minha máscara e sorrio para ela, ignorando a fome no fundo do meu corpo.Taylor puxa para a entrada de automóveis, e um manobrista abre a porta para Marília. Sawyer pula para abrir a minha.— Pronta? — Marília pergunta.— Como eu sempre estive.— Você está linda, Maiara. — Ela beija a minha mão e sai do carro. Um tapete verde escuro corre ao longo da grama num lado da casa, conduzindo-nos ao impressionante terreno da parte traseira. Marília tem um braço protetor em torno de mim, descansando a mão na minha cintura, enquanto seguimos o tapete verde, um fluxo constante da elite de Seattle, vestidos com suas melhores roupas e usando todos os tipos de máscaras, e lanternas que iluminam o caminho. Dois fotógrafos guiam os convidados para posar para fotos, contra o pano de fundo de um caramanchão de hera.— Sra. Mendonça! — Um dos fotógrafos chama. Marília acena com a cabeça em reconhecimento e me puxa para perto e nos posicionamos rapidamente para uma foto. Como eles sabem quem é ela? Sua marca registrada, seu cabelo bem liso cor de cobre, sem dúvida.— Dois fotógrafos? — Pergunto a Marília.— Um é do Seattle Times, o outro é para uma lembrança. Nós poderemos comprar uma cópia mais tarde.Oh, minha foto na imprensa novamente. Leila entra brevemente em minha mente. Foi assim que ela me encontrou, posando com Marília. O pensamento é inquietante, embora reconfortante, pois estou irreconhecível atrás da minha máscara.No final da linha, de terno branco, os garçons servem nas bandejas,copos cheios de champanhe, e eu sou grata quando Marília passa-me um copo, efetivamente me distraindo de meus pensamentos escuros.Nós nos aproximamos de uma grande pérgula branca, com versões
menores das lanternas de papel penduradas. Abaixo dela, brilha uma pista dedança quadriculada em preto e branco, rodeada por uma cerca baixa, com entradas por três lados. Em cada entrada estão duas esculturas elaboradas, de gelo, de cisnes. O quarto lado da pérgula é ocupado por um quarteto de cordas que toca suavemente,uma assombrosa e etérea peça, que eu não reconheço. Aparentemente o palco será de uso de alguma grande banda, mas ainda não há sinal dos músicos. Eu acho que isto deve ser para mais tarde. Pegando minha mão, Marília me leva entre cisnes na pista de dança, onde os outros convidados
estão reunindo, conversando com suas taças de champanhe.Em direção ao litoral, encontra-se uma enorme tenda, aberta no lado mais próximo a nós, onde eu posso vislumbrar as mesas formalmente organizadas e as
cadeiras. Há tantas! — Quantas pessoas estão previstas? — Pergunto a Marília, observando o tamanho da tenda. — Acho que cerca de trezentas. Você terá que perguntar à minha mãe. —Ela sorri para mim, e talvez seja porque eu só posso ver o sorriso que ilumina em seu rosto, mas minha deusa interior desmaiou.— Marília!
Uma jovem aparece fora da multidão e joga os braços em volta de seu
pescoço, e imediatamente eu sei que é Mia. Ela está vestida com um elegante, vestido longo de chiffon rosa pálido, com uma deslumbrante máscara veneziana, delicadamente detalhada para combinar. Ela parece incrível. E por um momento,me sento gratíssima pelo vestido que Marília me deu.
— Mai! Querida, você está linda! — Ela me dá um abraço rápido. — Você
precisa vir e encontrar minhas amigas.Nenhuma delas pode acreditar que Marília finalmente tem uma namorada. Eu dou uma rápida olhada, em pânico, para Marília, que encolhe os ombros de modo resignado, ‘eu sei que ela é impossível e eu tive que viver por anos com o seu jeito’, e ela deixa Mia me levar para um grupo de quatro mulheres jovens, todas vestidas com roupas caras e impecáveis.Mia faz as devidas apresentações de forma apressada. Três delas são doces e gentis, mas Lily, eu acho que é o seu nome, me olha amargamente por debaixo de sua máscara vermelha.

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