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— Não, não, não! — eu berrei, segurando meu celular contra o ouvido, incapaz de conter a torrente de emoções. — Vocês são incompetentes ou o quê? Eu enchi aquele hospital de seguranças, e vocês deixaram levarem ela de lá?
Eu desabei na minha cadeira, afundando completamente, prestes a me entregar. Passei a mão na minha testa, e em seguida passei os dedos entre os fios do meu cabelo.
Um bando de seguranças, todos foram treinados durante a vida toda e simplesmente não viram quando os homens da Genovese entram lá e tiraram Naomi.
Agora o que eu tinha contra eles, escapou dos meus dedos como se eu fosse um capo sem recursos.
Enrico, meu melhor amigo, que estava sentado na minha frente me olhou com confusão assumindo seus olhos.
— O que podemos fazer, capo? — Cássio, um dos soldados, me perguntou.
— Não façam nada. Esperem minha orientação até que eu tenha uma solução. — e avisei, antes de encerrar a ligação e soltei o celular em cima da mesa.
Enrico parecia um pouco mais relaxado, ele sempre achou que não iria dar certo. Não o plano de um sequestro, que a princípio não seria dessa forma.
Estávamos arriscando em deixar Christian participar disso tudo, e tudo o que restava era esperar o famoso "eu te avisei" dele e do meu consigliere que foi o primeiro a me aconselhar que não era uma boa ideia.
Enrico ergueu o olhar e franziu a testa, percebendo minha frustração. Ele sabia que eu não explodia, sabia como me controlar na maioria das vezes.
— Você sabe que Theo conhece as suas fraquezas a partir de agora, certo?
— Ele não conhece todas. Ele sabe que Diego é uma e a que ele não conhece, ele não ousaria tocar.
Enrico riu, como se eu tivesse falando alguma besteira.
— Tenho certeza que aquele homem não se importa com nada além do território dele. Acha que ele não pensaria em ferir a irmã dele só pra afetar você?
— Ele não faria, porque ferir Marcella pra me afetar, afetaria ele também. Estamos empacados no mesmo lugar se tratando disso, mas se ele fizesse, seria de um jeito que não afetaria ele.
Meu coração se apertou, eu precisava pensar melhor. Estar um passo a frente deles, quando se tratava dela.
Marcella era esperta, mas não desafiaria Theo por mim, e ele a tinha nas mãos. Bastava que ele a manipulasse, e então ele estaria usando Marcella como minha fraqueza.
Ele precisava apenas pensar e ser esperto.
Eu olhei para Enrico, mordendo a minha bochecha interna e um olhar questionador.
— O que você está fazendo aqui, ainda? Eu quero Christian, vá atrás dele e traga ele pra mim. Eu quero a cabeça do infeliz, ele fodeu tudo. Ele só tinha um trabalho e estragou a porra toda. E se alguém vai matar ele, sou eu.
