EPÍLOGO| Beijo Raro |

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" Existe um beijo nesse mundo que é raro, e eu não quero perder. "

— Nicolas Germano, Beijo Raro.

Bip...Bip...Bip...

O som da máquina despertou Calvin, que abriu os olhos de pouco a pouco. Sentia uma dor enorme de cabeça, e a garganta extremamente seca. Sentia sede, queria água.

Ele procurou com os olhos algo que pudesse molhar a garganta e o que encontrou foi as paredes brancas do quarto, assim como sentiu o forte cheiro de desinfetante de eucalipto. Ele se ergueu, devagar, sentando na cama, ainda com dores na cabeça. Estava desnorteado, pedido ao ver que vários aparelhos se ligavam a ele.

Tentou falar algo, mas a seca em sua garganta impedia de falar algo que não parecesse um grunhido. Suspirou, parando de tentar. Percebeu que aquilo não daria em nada. Mas ele não desistiria fácil, e mais uma vez tentou, na esperança de tentar chamar alguém, e ainda sim só tinha sons estranhos saindo de sua boca.

De repente a porta foi aberta e por um rapaz moreno, e cabelos crespos entrou. O espanto chegou rápido ao rosto dele ao ver Calvin e em segundos ele abordava o garoto afobadamente.

— Meu Deus, Calvin... — Falou ele, apressado. Calvin? pensou o menino que estava conectado aos aparelhos. — Finalmente acordou!

— Quem... — Numa outra tentativa, Calvin começou a falar, mas o mesmo problema de antes o perseguia.

— Você quer água? Sua garganta deve doer por estar seca. — O rapaz falou, pegando a garrafa transparente. — Aqui, tome um pouco. Vai melhorar.

Desesperado por aquilo, o garoto secou a garrafa em segundos. Com a garganta devidamente umedecida, Calvin relaxou. Por pouco tempo.

A mão do rapaz moreno foi colocado em seu ombro. Assustado, ele imediatamente a retirou e se encolheu. Estava com medo. O garoto que deu água à Calvin se afastou bruscamente, confuso sobre o que tinha acabado de acontecer.

— Calvin, o que houve? — Questionou, alarmado.

— Quem... — Apesar da ajuda, a garganta de Calvin ainda parecia relutar em funcionar. Mas ele iria pôr para fora suas dúvidas, mesmo que com a dor. — Quem é você? Quem sou eu?! O que diabos eu estou fazendo num hospital?!

A reação alarmada de Calvin foi como uma faca no coração de Arthur Greyman. Uma lágrima rolou por seu rosto.

•HEART ATTACK•

Uma movimentação agitada e barulhenta fez Christian Andrews acordar rápido. Tinha dores no corpo, além de perceber que estava em um quarto de hospital. Tentou se sentar, e com um pouco de esforço conseguiu alcançar o objetivo. Mesmo que a dor na cabeça o atingisse em cheio.

Observou melhor o lugar onde estava. Havia um sofá próximo a sua cama e uma tevê pendurada na parede, segura em cima de um suporte. O quarto era branco, e cheirava a eucalipto e tinha sons de bip irritantes aos seus ouvidos.

A barulheira responsável por seu despertar vinha da cama ao lado da sua, onde um rapaz moreno se movia freneticamente tentando explicar algo ao outro, sentando na cama. Christian o reconhecia; era Arthur Greyman, o único gay assumido de toda a escola, e Christian o admirava por sua coragem de bater de frente com muitas pessoas que tentavam desdenhar dele por seu gosto sexual.

— Se acalma! Por favor! — Pedia ele ao outro garoto, que tinha o rosto tampado por Arthur, que estava na frente. Mas não precisou de muito para Christian saber de quem se tratava. — Calvin, para de fazer isso!

O Último Beijo | Livro #1 | Romance gay | Concluído✅Onde histórias criam vida. Descubra agora