O Último Beijo | Livro #1 | Romance gay | Concluído✅

VIII | Desejos Proibidos |

" O ser humano é movido por desejos de coisas que não podem ter, mas mesmo assim as quer."

                           — André Soeiro

• Por Christian Andrews:

Observei o Calvin ir embora; ou melhor fugir de mim ginásio a fora. Me senti bem em saber que de alguma forma causei desconforto nele. Preciso contar com as minhas melhores armas para poder lidar com ele. Depois daquela nossa acalorada conversa, o sinal tocou e o lugar onde eu estava foi invadido pelo treinador do time de basquete, o qual eu sou o capitão.

— Christian! — Saudou — O que faz aqui? Nosso treino é apenas mais tarde.

— Eu vim aqui para pensar um pouco — Menti, o observando ligar as luzes do ginásio, o que fez por um momento, meus olhos arderem. — Eu... Droga de luz!

— Desculpe, Chris. Devia ter avisado. — Disse, colocando o apito no pescoço.

— Não, tudo bem. — Me levantei, pronto para sair dali e seguir o que os meus sentidos me induzem: procurar por Calvin Lemos.

As vezes procuro entender a motivação para todos os sentimentos que tenho quando ele está perto. Talvez os seus olhos azuis; ou simplesmente deve ser uma distração para os meus mais sombrios pensamentos. E também pode ser os dois motivos. Apenas sei que Calvin mexe comigo de uma forma estranha que não me deixa quieto.

Contudo, por enquanto irei deixá-lo em paz. Por um tempinho, já que agora tenho aula. 

No caminho para a próxima aula, avistei Marcus abraçado à algo, com um sorriso idiota nos lábios. Ele se ancorava nos armários e algo no seu olhar dizia que o que fosse aquilo que tinha nos braços, era algo que ele adorava.

Não esperei ser visto por ele, apenas segui um caminho totalmente diferente. Minha paciência para lidar com as suspirações amorosas do meu melhor amigo está no limite. Segui, com meu humor rabugento na direção dos na bancos colocados na parte exterior da SHHS. Ao menos ali, tenho chances de pouco de paz de espírito.

Ou pelo é nisso que quero acreditar.

— O que pensa que está fazendo? 

— O que garotos como você e Arthur querem. Não acha que pode ser maravilhoso? 

No que estava pensando quando falei aquelas coisa?

Minha mente estava totalmente nublada e eu não pensava muito bem no que fazia. Talvez seja porquê estou frustado, e procurei no lugar errado o alívio. Isso foi um erro incalculado. A verdade é que quando encontrei o olhar dele encontrando o meu no refeitório fiquei estranhamente ansioso, e sei que isso tem ligação direta com o que nós dois concordamos dentro daquele quarto escuro na casa de Olliver Winters. Quando ele saiu do refeitório, imediatamente larguei a garota que beijava para o seguir, e ao entrar no ginásio pude vê-lo dançar livremente, como se houvesse apenas ele no mundo. Seus movimentos precisos, bonitos e até intrigantes me prenderam ali e ao acabar a sua " performance", não tive a intenção de segurar a provocação que saiu da minha boca. O plano era o provocar um pouco e depois ir embora sem ligar para a sua ira, mas de novo seus olhos encontraram os  meus e perdi totalmente o controle sob a minha própria língua e falei aquelas coisas. Nem quero o que aconteceria se tivesse seguido em frente. Calvin Santiago Lemos têm algo que me intriga tanto ao ponto de mesmo levando detenção estou lá, sempre por perto em busca de uma maneira de o irritar.

E meus truques funcionam. Muito bem por sinal.

Aquela confusão no seu olhar; aquelas íris azuis hipnotizantes não cansam a minha admiração por eles, somente eles. São tão bonitos e deixa o Lemos tão transparente em relação ao que sente , para mim.