XVI | O Calor da Paixão - Parte II |

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"O seu sorriso é tão resplandecente, que deixou o meu coração alegre."

— Sorriso Resplandecente, Dragon Ball GT.

º Por Christian Andrews:

O caminho até a SHHS foi repleto de silêncio. Ao que posso ver não é apenas eu que está pensando nos últimos acontecimentos entre nós; Calvin também está assim. Apesar de estar concentrado no trânsito, pude perceber os olhares "discretos" dele em minha direção, os quais fazia questão de retribuir com um sorriso nada discreto.

Calvin pode tentar esconder, mas ele sempre foi cristalino para mim. Mesmo depois da nossa mini guerra começar, os seus pensamentos eram facilmente decifrados por mim e talvez sempre previ suas reações provocativas e dessa forma, mesmo ele não querendo, eu o manipulei quase todas as vezes.

Porém, não quero manipulá-lo mais. Quando o encontrei, rendido e sendo espancado dentro do beco, entrei em pânico e depois uma raiva descomunal tomou posse de mim e espanque o primeiro que apareceu na minha frente, os outros fugiram, incluindo a vadia da Lydia. Graças ao meu pai e seu segurança chefe, aprendi a lutar e a usei para livrar o Calvin daquela, que parecia uma punição. Me senti satisfeito só após ver a irmã de Calvin tentando o erguer no colo. Foi então que percebi que o cara que havia sido abandonado pelos companheiros e a vadia já tinha desmaiado.

Lembro de pensar em dizer para nunca mais tocar em Calvin, mas contive a frase enquanto ia na direção de Jessie e o irmão machucado. O tomei dos braços dela e juntos fomos até o meu carro.

A raiva e o preocupação que eu tinha eram sentimentos que havia esquecidos há tempos em relação ao Calvin, mas ali estava ele, ardente e doloroso dentro de mim. Cada hora que encarava o rosto dele, a sensação aumentava. No fim, Jessie dirigiu até o hospital mais próximo enquanto eu segurava seu irmão no banco traseiro.

Mesmo depois de todo o ocorrido ainda me sinto preocupado com o que pode acontecer com ele e de alguma maneira estranha quero protegê-lo. De alguma forma inexplicável, o que começou com uma aposta está evoluindo para outra coisa e estou com medo disso. Não quero criar sentimentos quando é apenas uma competição. Corações não decidem os resultados de uma disputa e sim esforço e é só que farei: irei me esforçar.

Pelo meu próprio bem, irei ignorar a preocupação imbecil do meu coração e focar apenas em quebrar o coração de Calvin. Tenho um objetivo e me auto-proíbo de sentir outra coisa.

Chegamos na escola quando a maioria dos alunos, somente alguns ainda estavam entrando. Meu "querido" passageiro mal esperou o carro estacionar e saiu, nem agradecendo a carona. Ri comigo mesmo o achando meio infantil.

Saí do carro logo depois.

— X —

Ao entrar no ginásio, o primeiro colega de time que me cumprimenta com um aceno de mão é Tyler. Os outros me olharam de sobrancelha arqueada, como se estivessem me julgando. Estranhei isso.

Escondendo a minha curiosidade, me aproximei de Tyler, na esperança de conseguir alguma informação sobre qual assunto os atletas dos time haviam me metido.

— Qual é a deles? — Questionei, brincando com a bola de basquete. Tyler riu antes de me responder.

— Primeiro me diz você, Andrews. O que têm entre você e o Lemos? — Sua pergunta me fez o encarar confuso. — Acha que ninguém olhou vocês chegando hoje juntos?

Ah, então é isso...

— O que tem de errado de chegar juntos?

— No mesmo carro, capitão? — A sobrancelha também se ergueu, mas em ironia. — Planejando o que, Christian?

O Último Beijo | Livro #1 | Romance gay | Concluído✅Onde histórias criam vida. Descubra agora