XXI | Laços de Flor |

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" Pode não ter sido uma vida fácil, mas eu não mudaria isso. Afinal, foi por viver nesses tempos que pude estar contigo. Por muitas vezes, eu amaldiçoei o destino por não ser forte para te proteger. Mas dessa vez... Dessa vez, eu não deixarei o nosso laço de flor se romper de jeito algum."

Lexclash.

º Por Calvin Lemos:

Coloco os dedos sobre os meus lábios, pensativo sobre o que aconteceu nas piscina. Acho que devo ter alucinado sobre aquilo. Não pode ter de fato acontecido de verdade. Tem que ser mentira ou uma alucinação aquele beijo que Christian Andrews me deu aquele beijo. Sei que talvez tenha sido para me dar oxigênio, mesmo assim não posso deixar de pensar sobre e o quanto isso está me afetado. Depois que saímos da piscina, fomos para a delegacia mais próxima e fizemos um B.O, acompanhados de Christian e Marcus. Benji e Tyler ficaram para tentar encontrar Lydia e seus ajudantes.

No fim, eles sumiram e desde então nunca mais foram vistos. Nem as amigas daquela piranha sabiam em qual buraco ela pode ter se enfiado, e desconfio que estejam acobertando ela. Imaginar algo do tipo só me deixa com mais raiva, mas com medo também, porque desta forma não sei quando é que essa filha da puta pode retornar para acabar com o que começou.

— Calvin Santiago Lemos — Meu nome é chamado pela enfermeira de cabelo afro e pela negra. Seus olhos castanhos claros miravam a prancheta em sua mão. Quando cheguei perto dela, me questionei seriamente o real motivo dela não ser uma modelo. Estou de volta ao hospital para retirar o gesso e ver como irei lidar com a recuperação completa. Entrei no consultório junto de Marcus, deixando as outras pessoas na recepção.

Uma vez dentro da sala, Arthur e eu nos sentamos e ouvimos o doutor explicar tudo sobre a minha perna, falando sobre os cuidados que ainda ficariam, que mesmo tendo o gesso fora, teriam que ser mantidos por causa da lesão ser bastante recente. Me disse que ainda não poderei voltar aos treinos, contudo posso dirigir novamente. A única coisa que sentirei falta vai ser dos cuidados de todos comigo e do quanto fui mimado durante esse tempo. Até Christian se mantia por perto para me ajudar, mesmo que tentando disfarçar e não querer deixar seus atos mais contraditórios do que já pareciam. Podiam ser discretos, mas eu percebi os cuidados dele comigo e isso fez eu me sentir um pouco nostálgico por que o Christian de treze anos fazia do mesmo jeito.

Ao sairmos do hospital, senti minhas pernas mais leves. Aquele gesso era um peso do qual não aguentava mais ter na perna e me sinto feliz que ele finalmente foi embora e que posso fazer uma coisa que desejo há tempos: dirigir. Obriguei Arthur a vim dirigindo meu Porsche, somente para quando voltarmos, eu dirigir ele.

Quando finalmente comecei a dirigir o carro, senti todos os meus pêlos se arrepiarem. Arthur ao meu lado suspirou.

— Não se empolgue demais, Cal — Disse, ainda colocando o cinto. — Não quero voltar para o hospital por um longo tempo.

— Relaxa, Greyman. Não sou um maluco — Arthur tossiu, como se falasse que eu estava mentindo. — Tá bom, eu sou um pouco. Mas não ao ponto de tentar nos matar.

— Faz o seguinte: finge que fala a verdade e eu finjo que acredito, ok? — Respondeu. — Como andam as coisas entre Christian e você?

— Estranhas. Bizarras. Ainda não digeri o que ele fez há dias atrás — Falei, com a mão no volante. — Quero uma explicação para aquela fúria dele. Nunca vi ele tão furioso e preocupado antes, nem quando Alice me beijou. E a cereja do bolo: num assunto que me envolve.

— Christian realmente nunca ficou daquele jeito antes. — Meu amigo refletiu. — Ele foi capaz de entrar numa briga por você. E existe o fato de todas as investidas dele, o cuidado silencioso, mas excessivo dele nesse tempo em que estava de gesso. Tudo é realmente estranho...

O Último Beijo | Livro #1 | Romance gay | Concluído✅Onde histórias criam vida. Descubra agora