IX | Palavras Ao Vento |

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"As vezes nossas ações falam mais que as palavras, e as vezes os sentimentos são a melhor opção a ser seguida do que a razão."

— Zeus Carter.

Por Calvin S. Lemos:

— Fugir, Christian? Deixa de ser idiota. — Respondi, desencostando do armário. — Tenho coisas mais importantes para fazer do que pensar na sua perseguição sem sentido.

— Como? — Questionou, ficando de frente à mim. Novamente ele estava próximo demais, e com o pequeno detalhe de estarmos num corredor vazio. Agora estou me perguntando onde estão os demônios que me seguem o tempo inteiro dentro deste antro de palhaços. Levantei o olhar, encarando diretamente os olhos verdes dele.

— Sabe, fico pensando. Será que a sua ex-namorada me beijou porquê o seu beijo era ruim? — Provoquei. Posso estar encurralado, mas isso não significa que estou sem defesa. Sou um Lemos, que nunca mais abaixará a cabeça para ninguém. — Você bem no fundo que isso é verdade né?

O maxilar de Christian se trincou em instantes.

— Como você pode saber que o meu beijo é ruim, sendo que nunca o provou?

— Dedução, Andrews. — Respondi, virando as costas para ele e abrindo o meu armário, encontrando os livros que precisaria. Este meu tempo é livre e o usarei para ler A Guerra dos Tronos. Ou ao menos tentarei, se o encosto que me persegue deixar. — Christian, poderia ir embora?

— Por qual motivo? Agora fiquei animado para mostrar que a sua dedução está errada. — O sorriso carregado de más intenções que Christian lançou me diz que possivelmente a minha leitura não será algo fácil de se fazer. — Afinal, nunca ouviu o ditado "Nunca fale mal de algo de que nunca provou"? E somos colegas, sendo assim é meu dever civil fazer você provar de algo que falou agora pouco que era ruim.

— Unidos pelo ódio mútuo um pelo o outro? Christian, meu caro imbecil que não sabe a hora de calar a boca, entenda que você é apenas mais um demônio na minha vida pacata.

— Pacata, Calvin? — Gargalhou, debochado. — Eu sou a parte que mais te alegra nessa vida "pacata", como disse.

— Vai se ferrar, Andrews! Meu dia não gira entorno da sua grandíssima e agraciada vida. — Ironizei, começando a andar na direção do refeitório. Iria começar a ler aquele livro com ou sem Christian me seguindo.

— Eu fico lisonjeado de ter espaço nesse coração gelado do Polo Norte. — Ele continuava atrás de mim e começava a me irritar. Mas ainda sim estava o ignorando. — Ei, vem aqui!

Sinto então o meu corpo ser girado e parar de frente para aquele idiota. Levemente arregalei os olhos.

— O que pensa que está fazendo, babaca? — Xinguei, batendo em seu braço. Suas mãos se moveram dos meus braços para a minha cintura. — Ti-tira essas mãos daí!

— Por quê? Você têm alguma fraqueza quando te toco aqui? — Christian possuía um tom cínico. — Está corado, Lemos.

— Me larga, Christian! — Mandei, mas ele não obedeceu. — Christian, por favor me larga.

— Só com uma condição. — Falou, com sorriso diabólico nos lábios. — Me dá um beijo. Na bochecha.

— O que?! Ficou louco? Somos homens!

— Quero apenas um beijo na bochecha. Isso não vai machucar a minha masculinidade.

Me ferrei. O que faço

The Last Kiss 

Por Christian Andrews:

Ver ele ali, daquele jeito trazia uma certa satisfação ao meu ego. Achava engraçado a vermelhidão que se tomou conta do rosto dele. Chega a ser cômico vê-lo tão vulnerável.

O Último Beijo | Livro #1 | Romance gay | Concluído✅Onde histórias criam vida. Descubra agora