Dois meses depois, o grupo se vê andando à cavalo, apenas conversando sobre momentos engraçados enquanto procuravam encontrar uma nova pista.
Tudo ocorria bem até o princípio, desde o último evento as viagens tinham acontecido normalmente.
Entretanto, neste caminho em específico, Colen se encontra preocupado por algum motivo.
— E então? — Edgar fez uma pausa dos assuntos bobos — Já sabe o próximo destino?
— Não sei... — A mulher olhou para um caderno de anotações e um mapa em suas mãos assim que seus cavalos pararam — Não creio que estejamos perto de algum lugar, tudo o que vejo não passa de florestas. Talvez hoje nós tenhamos que acampar ou mudar de rota enquanto ainda estiver sol.
— Isso! — Colen gritou — Oh... quer dizer.. ebaa..! Acampamento, eu adoro acampamentos.
— Certo...? Senhorita Lilith, creio que possa fazer uso de alguma magia para encontrar para onde deveríamos ir.
— Tudo bem, vamos tentar — Lilith fechou os olhos, uma luz roxa emitiu em volta da mesma até que pudesse enxergar uma trilha — Bem, parece que estamos no caminho certo!
A expressão de Colen voltou para a mesma do início.Seguindo viagem, todos contavam histórias engraçadas de infância que vieram a passar
— Ah sim! Uma vez eu e meu irmão quebramos o telhado de casa! Caímos direto no chão, minha mãe ficou furiosa — O pirata havia se distraído da preocupação.
— É mesmo né, Senhor Colen, você nunca mais nos contou sobre sua família, como sua mãe.
— Ah é? Que pena... — Ele coçou seu queixo e passou a mão pela barba — Família é um assunto um pouco difícil pra todos nós, não é..? — Todos continuavam esperando que ele contasse algo — Tudo bem... digamos que eu não tenha uma boa relação com meus pais...
— Fala sério! Nós nem temos, não tem que se preocupar! — Edgar deixou escapar e viu Lilith lançar um olhar raivoso — Quer dizer... pode se abrir, parceiro.
O pirata respirou fundo — Meu pai foi capitão do exército católico que eliminou todos os bruxos possíveis, ele e minha mãe nunca apoiaram meus sonhos...
Além do Victor, que seguiu meus passos e veio ao mar, eu tenho dois irmãos mais velhos. Até que eles eram mais legais que meus pais, mas me viam como o caçula esquisito.
Eu sempre fui um peso, meu pai tinha esperanças que eu seguisse ele, e que me tornasse o sucessor, queria que eu fosse general ou capitão como ele, e ao invés disso me tornei capitão do meu próprio navio!
— Uau, então onde está esse resto da sua família?
— Não muito longe... Mas desde que Victor completou 18 fugi com ele, cortei relações com todos e seguimos nossas vidas, quer dizer, eu tive a chance de seguir... — Colen enxugou uma lágrima e fez esforço para que o sentimento passasse — Eu sabia que mesmo depois de tudo o que fizeram pra mim, ele ainda tinha contato com a família. Não o culpo, acho que eu era o único lá que não se sentia compreendido...
— Está tudo bem — Lilith sorriu — Nós sabemos como se sente. Mas agora tem a nós, nós somos sua família agora, vamos sempre apoiar você.
— Uhum, você tem certeza, maruja, eu não estou mais sozinho. Apenas me sinto mal por meu irmão, talvez se ele não tivesse fugido, ele estaria vivendo com a família dele completa.
— Colen, não tem com o que se preocupar, tenho certeza de que seu irmão teve uma boa vida com a família dele.
O grande homem sorriu gentilmente — Claro... Quem sabe eu peça desculpas um dia...
— Olhem! Uma casa! — Sun apontou para uma grande casa laranja.
Os olhos de Colen aumentam, suas pupilas diminuem e seu coração dispara — Pessoal, acho melhor continuarmos...
— O que? Por que? — Edgar indagou.
— É... tem algo de errado aqui... tem alguma coisa errada com essa casa, vamos embora! — Seu cavalo começa a dar meia volta.
— Não esquenta, relaxa aí é só uma casa. Você é um pirata, não vai ter medinho de um lugar assim, não é? — Edgar riu e desceu do cavalo junto dos outros.
— Tem um homem vindo — Lilith alertou.
Um grande homem, de corpo robusto e forte, com uma postura ameaçadora, uma inchada e um grande chapéu de palha vinha.
Colen puxou o seu e tentou se esconder, Bob voou até a cabeça de Sun e deixou seu dono em paz.
— Senhor, será que pode nos ajudar? — O garoto perguntou.
— Smettila di nasconderti, stupido (pare de se esconder, idiota) — Sua voz era grossa e pesada, tendo um sotaque italiano forte.
— O que? — Os três à frente se surpreenderam.
— Vamos Colen, diga o que está fazendo aqui — O homem ergueu seu rosto, com uma barba curta e pele parda, de olhos castanhos escuros e um nariz longo, assim como Colen.
— Eu... eu.. bem... — O pirata tentou achar uma saída.
— Impuro...(imundo), vamos, entrem todos, não fiquem queimando no sol — Todos o seguiram.
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Assassina de Pandora
FantasyÉ inevitável se perder na confusão do acaso. E é inevitável se entregar quando ele lhe oferece o que mais desejava. Neste complexo mundo literário, em meio aos meados do século XIX na Rússia, um mundo de reinos, magia e diversas espécies humanóides...