DEZ ANOS ANTES

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A sopa de legumes que minha mãe preparou estava incrível. Enquanto almoçávamos, pela janela, avistei um caminhão de mudanças do outro lado da rua.

— Olha mãe, temos vizinho novo! — Comentei animada, antes de levar uma colherada de sopa à boca.

— Parece ser uma senhorinha. Deveríamos dar as boas-vindas. — Minha mãe sugeriu, se levantando da mesa e levando seu prato para a pia.

— Vamos levar sopa, mamãe! Seria muito legal! — Sugeri empolgada.

— Claro, vou colocar em uma vasilha. Enquanto isso, vai trocar de roupa. — Mamãe disse, apertando meu nariz.

Caminhamos de mãos dadas pela rua ensolarada daquela manhã de verão

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Caminhamos de mãos dadas pela rua ensolarada daquela manhã de verão.

Mamãe segurava a vasilha com um cheiro delicioso de sopa. Alguns rapazes ainda descarregavam caixas de um grande caminhão vermelho. Chegamos à casa da nova vizinha.

Mamãe tocou a campainha.

Olá... — A senhora sorriu para nós, seus cabelos eram em tons castanho-escuro com algumas mechas brancas.
— Posso ajudar?

— Olá, vizinha! Viemos dar as boas-vindas. Trouxemos uma sopa, esperamos que goste... — Mamãe sorriu, estendendo a vasilha.
— Se precisar de algo, é só nos chamar! Moramos logo ali na frente, na casa 148.

— Que fofura! Muito obrigada. Vocês são uns amores. — Ela pegou a sopa, sorrindo docemente.
— Estou bem por enquanto, minha neta que está fazendo a maior bagunça. Mas pode deixar, se eu precisar de algo...

Vovó! — A voz surgiu de dentro da casa, atrás da senhorinha.
— Você vai ficar brava comigo?... — era uma voz infantil e estava embargada.

Me inclinei, sem soltar a mão de mamãe, para ver quem era.

— Claro que não, querida. O que aconteceu? — A senhora abaixou-se para falar com a menina, colocando a mão em seu ombro.

— Eu estava brincando e meio que... rachei o vaso da sua planta favorita... — A menina começou a chorar.

— O vaso das minhas margaridas?

Sim... — A menina falou, soluçando.

— Ah... Não se preocupe querida. Eu troco o vaso depois. — A senhora respondeu, e a menina parou de chorar.

A menina pegou na mão da senhora e começou a me olhar, curiosa. Ela tinha olhos profundos e enormes.

— Qual seu nome? —  A senhora me perguntou.

JENLISA | LARANJA ULTRAFORTE - O Experimento CientíficoOnde histórias criam vida. Descubra agora