A GRANDE DESCOBERTA

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ESSA FOI A MAIOR DESCOBERTA (CIENTÍFICA) DA MINHA VIDA.

Eu podia sentir a minha barriga gelada e o vômito querendo escalar pela minha garganta. Meu coração acelerado, a quase incontrolável vontade de gargalhar combinada com a vontade de chorar e gritar histericamente. Não sei como classificar a soma de todas essas sensações, mas elas estavam misturadas no meu corpo, lutando para ver qual entre elas assumiria todo o controle da minha coordenação motora.

O que, exatamente, deve sentir uma pessoa que acabou de fazer uma grande descoberta científica?


Medo?

Pavor?

Pânico?

Orgulho?

Tristeza?

Surpresa?

Felicidade?

Ânsia de vômito?

Vontade de gargalhar?

3 HORAS ANTES DA DESCOBERTA CIENTÍFICA

16:50

Digitei um "Desculpa" na mensagem para Kai e estava me segurando pra enviar, mas acabei desistindo. Eu não sabia se ele iria aceitar, eu não sabia nem o que eu estava fazendo.

Caminhei pelas barracas naquele espaço gramado, procurando ansiosamente por Kai entre a multidão. Uma confusão de emoções me envolveu enquanto procurava por ele entre as barracas coloridas, meu olhar desviando nervosamente de um lado para o outro.

Ryunjin estava próxima, e eu me aproximei com passos hesitantes.

— Você viu o Kai por aqui? — Perguntei, forçando um sorriso que não alcançava meus olhos.

— Ele estava na equipe de vendas mais cedo... — Respondeu Ryunjin, apontando na direção.
— Mas não tenho certeza se ele ainda está lá.

— Muito obrigada. — Agradeci virando as costas e logo em seguida ouvi um "De nada" bem baixo.

Quando finalmente avistei Kai entre a multidão, meu estômago se contorceu nervosamente. Ele estava terminando de organizar a barraca e seu rosto era iluminado pelo resto de sol da tarde.

— Kai. — Chamei, tentando soar confiante enquanto me aproximava dele.

Não tinha ideia se ele estava irritado comigo. Já fazia muito tempo desde aquela última mensagem dele e não tinha nenhuma resposta minha.

Kai levantou o olhar na minha direção e, quando me viu, simplesmente ignorou minha presença e voltou sua atenção para suas tarefas novamente. Como se eu fosse invisível. Como se eu não fosse nada além de uma distração insignificante.

Respirei fundo, decepcionada.

— Olha... Sinto muito por tudo aquilo e principalmente por não te responder. — Decidi falar e o observei continuar sua tarefa, como se eu fosse indigna de sua atenção.

JENLISA | LARANJA ULTRAFORTE - O Experimento CientíficoOnde histórias criam vida. Descubra agora