Demon Slayer - A história não contada

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Quando recebo a mensagem do mestre Kagaya corro até sua mansão já preparado para uma missão importante, pois sei que missões dadas diretamente por ele tem a ver com as visões daquela ... Grrr!! Tento me concentrar novamente no que importa, concluir essa missão, mas é impossível, cada vez que tenho que vê-la, todos os sentimentos que tento reprimir voltam a tona.

Nós éramos mais novos, eu ainda era aprendiz do mestre Urokodaki e Sabito era meu amigo e parceiro de treinamento. Numa reunião importante dos pilares, todos os aprendizes estavam no jardim da casa do mestre conversando, até que ela apareceu.

De imediato notei sua beleza. Ela era tímida e não se aproximou, pelo menos tentou, mas Mitsuri e Shinobu não deixaram. Elas trouxeram a menina para perto e a apresentou a todos. Acho que cada aprendiz sabia quem era ela: "a menina das visões".

Todos tinham medo dela, pois ela já havia previsto a morte de muitos pilares, o que fazia dela uma excluída. Muita gente a evitava, segundo os relatos do mestre Urokodaki. Sabito que era mais sociável que eu logo fez amizade com ela e acabou me apresentando também.

Sempre que íamos a casa do mestre Kagaya, nós a víamos e falávamos com ela. Sabito sempre falava do quanto ela era bonita e de como eu parecia um bobo perto dela, ele também falava que toda as vezes que eu falava com ela, que ela ficava vermelha, e que isso significava amor.

Tentava ignorar esses comentários, mas por dentro adorava saber que alguém como ela gostava de mim, mas isso mudou. No dia da prova final da organização, ela estava diferente. Naquela época era ela junto com as filhas do mestre Kagaya que passavam as regras da prova.

Depois de explicar tudo ela se aproximou de nós desejando boa sorte, mesmo que estivesse visivelmente triste. Sabito disse que ela provavelmente estaria com medo por nós, que era coisa de menina. Tentei ignorar esse detalhe e iniciamos a prova.

Sabito saia na frente matando todos os onis que apareciam. Ele era rápido e preciso. Até se deparar com um Oni que não deveria estar ali. Era um Oni muito forte, que com um simples golpe me jogou desacordado metros a frente. A última coisa que vi foi Sabito correr em sua direção e ser devorado.

Quando finalmente acordei, a prova já havia acabado e Sabito havia morrido. Eu me sentia um lixo, não havia matado um Oni sequer e o pior, não fui capaz de salvar meu melhor amigo. O mestre Urokodaki veio ao meu encontro tentando me consolar, até que ela apareceu. Sayuri se aproximou e sem medo ou vergonha, a abracei. Ela retribuiu o abraço e me disse a frase que jamais irei esquecer.

- Eu deveria ter contado a ele sobre sua morte, mas eu ... - me afastei e a interrompi.

- Você sabia desde o início que ele morreria ?

- Sim, mas ...

- Se sabia por que não o impediu, por que não disse ?

- Giyuu, eu ...

- Não me chame pelo primeiro nome, você não merece. Na verdade, não me chame mais, não fale comigo. Finja que não me conhece porque a partir de agora, te tratei da mesma forma.

Deixei ela chorando e fui embora. Sabia que havia sido duro com ela e que ela jamais esqueceria minhas palavras, mas ela era a única pessoa responsável pela morte de Sabito e eu não a perdoaria .

Com o tempo, matei esse sentimento dentro de mim e a cada vez que a via, dizia pra mim mesmo que ela era a culpada de tudo, fazia isso para não ceder, para não voltar atrás com minhas promessas.

O tempo foi passando e ela cresceu. Eu me tornei um pilar e a via com mais frequência. Ela estava linda, mais linda do que nunca. Seus longos cabelos pretos, a pele branca, os olhos grandes e escuros que parecem ler nossa alma. Droga!

Respiro fundo e volto a realidade. Estou diante do mestre Kagaya e dela. Ouço atentamente a missão e sem resposta ou demora eu vou até o tal vilarejo. Quando chego na vila próxima ao local, percebo que está nevando. Já está amanhecendo e sei que "ele" já deve estar bem longe daqui, mas preciso averiguar.

Na subida do monte sinto um Oni por perto. Corro em sua direção programado para matar, mas o que vejo é um menino carregando uma Oni. Acho que devem ser parentes, pois o menino está desesperado e isso me lembra do sacrifício da minha irmã para que eu me salvasse.

Tento acerta-la mas o garoto não deixa. Ele ainda não percebeu que a irmã dele é um demônio, que não vai voltar a ser como era antes. Tenho dó mas não posso deixar que ela viva, agora ela é uma inimiga.

Com uma genialidade o garoto quase acerta seu machado em mim, mas ele erra por pouco. Seus reflexos são bons e ele é ágil. Poderia ser um excelente caçador. Sua irmã mesmo sendo uma Oni tem algo diferente, ela resiste em comer carne humana, por este motivo a deixo inconsciente e selo a boca da dela com um bambu. Quando o menino acorda o mando para um treinamento com o mestre Urokodaki.

Antes envio uma carta ao mestre contando sobre o garoto, sobre seu olfato apurado e da condição da oni ao resistir ceder aos instintos.

Dali volto até a minha aldeia, desejando que o mestre concorde comigo e que o garoto entre para a organização. Nesses anos todos sendo um caçador, nunca vi uma Oni se comportar dessa maneira, e a vontade do menino de fazer a irmã virar uma humana novamente me faz ter esperanças de que isso um dia aconteça.

Na volta me pego pensando se Sayuri sabia que isso aconteceria, será que ela havia previsto isso? Será que ela ainda pensava em mim ? Não, ela não me vê como via antes e eu posso afirmar isso, já que ela me trata da mesma forma que eu a trato e mesmo que não tratasse, a promessa que fiz a Sabito de que não a perdoarei ainda está viva em mim.