❄️ CAPÍTULO 3: Você é tão quente... ❄️

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Tatum

— Ezequiel! — Esbravejei, vendo a bagunça de roupas na minha cama.

Ele estava fuçando o meu closet e vestindo tudo como se fosse um provador de loja. Desse jeito as roupas iriam ficar sujas e amassadas!

— Porque você só veste cinza, branco e azul marinho? Não que não fiquei ótimo... — Ele tirou a camisa e a jogou no chão, isso só aumentou a espessura da veia saliente na minha  testa. — Não tem como ser temático assim.

— Então pare de vestir e bagunçar minhas coisas. — Tirei um frasco pequeno com álcool e higienizei minhas mãos e fui cantando uma a uma tentando resistir aos meus impulsos, porque eu sabia que eu não conseguiria voltar com as peças ao mesmo lugar depois delas irem para o chão. — Vou realmente comprar roupas para você!

— Não... — Se virou para mim de um jeito dramático. — Você não pode!

— Eu não suporto! O que deu em você hoje? — Reclamei, mesmo sabendo que ele estando nesse estado agitado poderia ser o seu normal, o que era bem diferente da primeira semana que nem no prato ele encostava direito, parecia que morria de medo de mim.

— Eu gosto de vestir suas roupas, tem o seu cheiro, é o único jeito de ter seu cheirinho em mim, Tatum, por favor, não tire isso de mim. — Fez beicinho.

Eu gaguejei na mente, completamente estarrecido e vulnerável, ele tirou o dia me provocando e quando se aproximou da hora do jantar estava elétrico.

— Então para de bagunçar! — Saí tirando do avesso os meus casacos, de cara feia e suspirei pesadamente quando o vi ainda insatisfeito com o que vestia. — Ezequiel!

— Vou só experimentar mais um, por favorzinho. — Juntou as mãos em súplica, com as calças abaixadas até os joelhos.

— Saia daqui! — O expulsei aos empurrões e fechei a porta para que não entrasse mais.

Eu queria poder me conter e deixá-lo à vontade, mas tinham certas coisas que estrapolavam o limite, uma delas era ver as coisas jogadas e fora do lugar!

Assim que dobrei tudo e coloquei no cesto de roupa suja, saí do closet e olhei para o papel de presente rasgado no chão, quando eu já ia reclamar olhei para as costas do Ezequiel e o vestido verde claro indo até o meu da sua canela.

— O que é isso? — Tentei perguntar, querendo saber de quem tinha mandado esse presente, e quem tinha dado esse colar espalhafatoso que estava no seu pescoço.

— O quê? — Ele se virou para mim, se fazendo de desentendido.

— Isso? — Apontei para o seu corpo.

Ele estava tão bonito...

— É um vestido.

— Eu tô vendo que é um vestido. — Fiz uma careta, olhando-o da cabeça aos pés.

— Você não gostou?

— Não gostei. — Porque eu não sabia que ele gostava de roupa feminina, e não sabia que ficaria tão bem nele, se eu soubesse teria comprado algo, agora não dava tempo! — Quem te deu isso?

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