Tatum
Celebrar o dia da família era algo extrema importância na nossa vila, a tia Borya sempre fazia uma festa glamourosa e isso gerava renda e trabalhos importantes para a comunidade, porque a grande maioria das coisas usadas como decoração eram o lixo que ela comprava dos catadores dos oceanos, depois do evento tudo era reciclado e que o não servia descartado de maneira sustentável.
Muito trabalho, muita expectativa o ano inteiro, e ela teve que ficar de cama por uns dias por causa do cio sem aviso prévio, a vila toda já sabiam e por ele ter acabado, é claro que o pessoal esperava um grande anúncio para a noite.
— E isso é um evento tão importante assim? — Ezequiel me perguntou.
Ele tirou o cabelo da frente dos olhos e eu pensei que seria bom aparar um pouco, já que estava incomodando tanto.
— É sim, vai ter música, comida, jogos, a maioria dos irmãos do tio Jorge vem também, para as crianças tem a área de brinquedos e lazer, e sempre ficam seguranças e enfermeiras lá, a tia tem consideração e sempre muda os funcionários a cada ano, para que eles ao menos tenham a oportunidade de participar da festa por livre espontânea vontade, é um processo que envolve mais do que uma simples rotação de funcionários. — Comentei empolgado.
— A gente vai?
— Bom...
— Se bem que não tem como a gente ir mesmo, não tenho roupa para esses eventos. — Ele sentou sobre o balcão ao lado da pia e ficou mexendo nos cordões da calça que usava.
Olhei para o seu semblante, ele ganhou um quilo a mais desde o fim heat, estava mais saudável e comia bem, sem enjôos, isso aliviava um pouco a minha preocupação.
— Temos sim, a tia Borya mandou as roupas, ela é uma costureira e costuma fazer trajes para os filhos, sobrinhos e para mim.
— Você também não é sobrinho? — Questionou.
— Sou afilhado, é diferente. Meu pai é meu tutor legal, e os tios são os meus padrinhos, cada um exerce uma função, assim como as matriarcas.
— Quem?
— A Åse e a Freya são as minhas matriarcas, me refiro a elas como tal. — Terminei de preparar os pães e coloquei na sanduicheira, peguei um pedaço do pão que sobrou, com metade já comido o que era bem suspeito, e coloquei na boca, pensando no que preparar para beber.
— Mas matriarcas não são a posição delas na família? Porque não as chama de mãe?
— Bem, sou mais velho do que elas.
— Mas não tem problema, Tatum, idade é só um número, a gente tem que pensar que algumas pessoas querem estar em posições diferentes na nossa vida, eu sou o seu companheiro, mas poderia ser apenas um amigo, ou um irmão, ou até mesmo te tratar como um protetor.
— Assim eu nunca iria perder a minha virgindade. — Ri dessa verdade, porque com ele eu já dei um trabalho, eu sabia que jamais conseguiria tocar em outra pessoa.
— Iria sim, e também não tem problema em não fazer, tem muitas pessoas que são axessuais.
— Eu não... Eu... — Suspirei pesadamente, porque até certo ponto ele estava certo. — Eu acho que sou Ezequisexual, entende? Não é ser demisexual, porque eu amo outras pessoas, tenho vínculo, poderia ter me metido no relacionamento do Troy e da Penny, mas não é bem assim, eu não desejo ninguém nesse mundo além de você.
— Você ama? — Me fitou, um sorriso maroto brincava em seus lábios e fiquei todo nervoso.
— Apesar dos pesares, sim. Por um tempo gostei dele, quer dizer... — Me embolei no assunto. — Era confuso, porque o meu gostar era amor, mas não tinha aquelas coisa... E a minha consciência não me deixava se entregar, não gosto de me meter no relacionamento dos outros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caramel
FanfictionTatum Lavish é um shifter um tanto problemático, mas está decidido a não cometer o mesmo erro de antes e magoar seu companheiro, quer enfrentar seus medos e fazer o possível para fazer o afrontoso e bonito Ezequiel ser seu. Quanto ao Quiel ciumento...