Epílogo

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Evie

10 anos depois

— • Tio Jin, porque estamos de preto? • — Perguntei depois que ele estava relaxado na poltrona do avião.

Inesperadamente me pediu para trocar de roupa, e eu vesti a única roupa mais social que eu tinha, um vestido que a tia Borya fez.

— Estamos indo para um funeral.

— • Amigos? • — Até mordi o lábio.

Havía muitas pessoas estranhas dentro do avião, gente que poderia ter ligação com o tio Cheng. Coisa grande tinha acontecido.

— Um monte de coisas, Genevieve. Não fica longe de mim, nem por um segundo, entendido?

— Sim... Sim, senhor. — Respondi baixinho.

— Assim que o avião decolar vamos falar com o tio Mark.

Mark... Ah! O ex diretor do instituto.

Tio Jin, junto com a Tia Mila, tia Kim e a minha prima viviam em Varsóvia, já fazia um ano desde que ele aceitou o posto de diretor geral do centro de refúgio. Eu estava estagiando de secretária a oito messes, isso enquanto estudava medicina para ter alguma profissão importante.

E que, pasmem, não era nada igual ao estudo dos humanos. Ser médico era já trabalhar auxiliando em tempo real, até porque não existia faculdade de shifters e os nossos doutores não tinham tempo de parar para ficar dando aula em quadro, ou aplicando prova escrita.

Eu era competente, pelo menos.

— Estou com um pressentimento ruim. — Segurei no meu cinto assim que o avião particular começou a se mover na pista.

— Não esqueça de responder seus pais. O Tatum já quer me esganar porque eu trouxe você comigo.

— Já sou grandinha. — Resmunguei.

— Grande é um palavra muito forte. — Me provocou.

Revirei os olhos, não caindo na tentação de responde-lo. Eu era relativamente baixa, não uma anã como os pinguins. Mas apesar da pouca altura, tendo em vista que a minha raça não deixava com que eu crescesse muito, eu tinha cara de adulta, era muito bonita também.

Depois de ter me defendido em pensamento e ignorado o riso do meu tio, agarrei no braço dele enquanto o avião levantava voo, foi torturante, uma sensação pesada sobre meu corpo e meus ouvidos.

— Respira, pequena. — Ele passou a mão no topo da minha cabeça, bagunçando minha franja que fiquei muito tempo para deixa-la arrumada. — Devagar, com calma.

— Eu odeio isso. — Engoli em seco, meu coração ainda batia forte, apesar de estarmos estáveis no ar. — Posso tirar essa coisa? — Agarrei a fivela do cinto ao redor do meu corpo.

Ele falou que estava tudo bem. Respirei aliviada quando me levantei e olhei ao redor, esperando o tio Jin passar para segui-lo. O clima dentro desse pequeno espaço não estava nada confortável, ainda mais quando se tratava do cara grande sentado um pouco a frente da gente.

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