❄️ CAPÍTULO 15: Águas Turbulentas ❄️

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[Shaanxi - China]

A figura sentada abaixo do pé ameixeira terminava de tocar uma peça em sua Cítara. O vento soprava calmo, havia pouca névoa ao redor do pavilhão, sem vassalos ou servos, sem qualquer outra alma viva além do artista e a pessoa de  expectador.

"Por quanto tempo mais terei que esperar?" Pensou o sujeito, essa já era a décima terceira música que o artista tocava, ela só tinha vindo atrás de uma informação, não assistir um espetáculo de música.

Se manteve quieta esse tempo todo por pena, achou que poderia conseguir satisfazer o desejo depriminte desse pobre príncipe exilado. Se não fosse por sua inteligência e pelo fato dele ser desprezado por todos, jamais teria pisado nesse fim de mundo. Precisava de presas fáceis, pessoas manipuláveis, igual aquela orca, era bom que tudo estava indo de acordo com o seu plano.

— Foi uma apresentação estupenda, vossa alteza. — Elogiou, isso não tinha sido uma mentira, o jovem bastardo realmente tinha talento em suas mãos.

— Ah, convidado. — Ele deixou o instrumento guardado dentro da maleta. — Quero agradece-la por atender a um pedido tão egoísta, como pode ver, nem mesmo meus empregados se inportam com a minha música, saber que ficou até o fim, até escutar a peça do gato... Como posso retribui-la por tamanha gentileza?

O rapaz levanto-se e adotou de uma postura elegante, suas vestes eram tradicionais e luxuosas, possuia uma pele um pouco pálida para o pessoal da região, era especialmente bonito se olhado por pouco tempo, mas a medida em que os olhos eram fisgados pelo o olhar açucarado do homem, notava-se uma beleza atemporal e marcante, seus traços finos, sua voz gentil e calma, seus movimentos sutis enfeitiçava até a mais poderosa das feiticeiras.

— Foi algo muito agradável de se ouvir, vossa alteza tem talento. — Elogiou.

— É um elogio gentil, senhora Menezes. Deve estar cansada de ficar sentada por tanto tempo, gostaria de tomar uma xícara de chá?

— Ah, não é neces...

— Afirmo que possuo um precioso estoque de produtos, chá é algo que nem todos compreende a profundidade das suas propriedades calmantes. É algo que alegra e te distrai em momentos de solitude. Me acompanhe, eu também fiz biscoitos e tenho bolo de chocolate. — Estendeu a mão para mim.

Apesar da delicada mão ser fria e pálida, era perceptível as marcas arrocheadas em seus pulso, assim como perto do pescoço. Ela olhou cuidadosamente para aparência do bastardo, sabendo que essa sua educação e bom humor era um disfarce para mascarar os maus tratos que sofria.

Alguém nessa casa usava esse tolo de brinquedo, teria que se livrar desse obstáculo o quanto antes, o precioso príncipe Cheng, além de jovem e inocente, era possuir de uma das maiores riquezas de toda China. Para ir a fundo com os seus projetos, fundos eram necessários, assim como um patrocinador obediente e manipulável.

— Como sabia que eu gosto de bolo? — Sorriu educada.

Ao levantar-se da cadeira, ajeitou o cabelo loiro e curto atrás da orelha, pegou a bolsa de mão e andou ao lado do rapaz na direção que ele ia.

— A senhora também é uma amante de bolos? Gosto especialmente de coisas doces como chocolate ao leite e creme de avelã.

— É bom sim. — Sorriu de maneira amistosa, estava entendiada e ansiosa, mas precisava controlar seus sentimentos para que esse panda estúpido não notasse.

Era ridícula a forma como um carnívoro tão grande perdeu a mior parte das suas capacidades. Esses tipos de shifters tinham uma saúde frágil pela falta de consumo de proteína, não era de admirar que alguém se aproveitasse de um filhote como ele, e ela não deixaria de fazer o mesmo, além de burro, o garoto era lindo.

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