❄️ CAPÍTULO 6: Quando a gente concorda ❄️

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Tatum

— Você não tem vergonha de mim? — Encarou o movimento das minhas mãos na minha roupa.

— Você disse para eu ficar pelado. — Não entendi.

— Sim, mas onde está a timidez. Ezequiel, por favor, não olhe, isso é vergonhoso. — Encenou. — Você não está sendo nada fofo.

— Ah... Mas eu, bem... Eu tô com vergonha, mas você me pediu, não sabia que tinha um jeito para fazer isso. — Segurei as calças nos pés. — Devo me vestir e tentar de novo?

— Não. — Riu de mim. — Só estou te provocando, Tatum, não era para ter levado tão a sério. Tira logo isso. Você poderia ter tirado a cueca ao mesmo tempo que a calça.

— Você consegue vestir a calça e a cueca ao mesmo tempo?

— Não, mas uma coisa não tem nada haver com a outra. Só tira logo isso. — Deu um tapinha de leve no meu braço. — Você é um shifter do mar, nem deveria usar tanta roupa.

— No ártico? Posso ser resistente ao frio, mas ainda sinto frio, Quiel.

— Mas não precisa de tanto. Você é um cara muito certinho, sabia? Quando eu era mais novo ia para as festinhas com o pessoal na praia, a gente bebia, eu sempre não tive muita resistência, vomitava horrores, não sabia que cachorros não podem comer coisas doces e  álcool, achei que fosse só com a minha parte animal. Minha mãe brigava muito comigo.

— Concordo com ela. — Eu precisava entrar em contato com a sua família.

— Anda logo com isso. — Jogou a camisa no chão, me fazendo olhar feio para ele. — Tatum, o chão da sua casa é mais limpo do que uma UTI de hospital, okay?

— Okay nada, você sempre deixa cair suco ou comida mole no chão. — Catei a peça do chão e fui segurando as outras, até ele ficar pelado também. A calça estava cheia de pelo então separei das outras.

— Estou mais cuidadoso.

Mostrei a ele a mancha amarela na camisa branca, querendo saber de que tipo era.

— Eu estava num lugar sem muita estabilidade. É só usar detergente antes de qualquer coisa. — balançou a cauda.

Fofo.

— Você me prometeu que iria melhorar sua estabilidade. — Cobrei, sabendo que isso era meio que impossível, o Quiel produzia muita saliva, e apesar do que já vi em outros shifters caninos que passaram na reserva, ele conseguia controlar muito bem, era um cachorro bem comportado, eu só não me agradava desse seu jeito bagunceiro.

— Não briga comigo. — Me puxou pelo braço, nos girou e me colocou sentado na cama. — Por que você tem que ser tão alto? Eu bato no seu peito, você é mais alto do que todos os outros daqui, mas não é desengonçado.

— Porque sou um orca, o deus da morte. — Mordisquei o ombro dele, segurando sua cintura, com medo de apertar com força demais. O Quiel era forte, mas eu era muito mais do que ele e muitas vezes morria de medo de abraçar e tocá-lo com demasiada força.

Ele estava tão cheiroso nesse momento.

— Você é um dinamarquês muito estranho.

— Sou indiano, Quiel. — Minhas origens ficavam na Ásia, mesmo que eu fosse parte do povo nórdico, eu ainda tinha sangue indiano, era filho de uma serpente, por mais doido que pudesse parecer.

— Ah, é verdade. Vai me dá um iPhone?

— O quê?

— Não, nada não, é uma piada interna. — Tocou o nariz na minha testa e beijou entre as minhas sobrancelhas. — Eu amo como seus olhos são doces.

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