❄️ CAPÍTULO 7: Quando aparece um empecilho ❄️

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Tatum.

O Ezequiel continuou dormindo mesmo depois da hora do almoço, onde nem levantou para comer, mesmo levando a comida até a cama, ele engoliu apenas duas colheradas.

Medi a sua temperatura com o termômetro, uma febre de quarenta graus era muito preocupante, não me admirava que estivesse tão cansado e delirante, mas isso era culpa de se segurar para poder não me prejudicar.

Onde ele não estava me prejudicando? Seu sofrimento era o meu sofrimento, me doía vê-lo grunhir dessa forma.

— Eu vou no laboratório agora, tomar o soro, tudo bem? Você me espera? — Acariciei seus densos cabelos.

— Ai vou poder morder você? — Suas orelhas felpudas se mexeram e pensei como minha mente era suja, já que imaginei mordendo elas enquanto a gente fazia sacanagem.

— Aí você poderá me morder, porque não vai ter perigo.

— Eu deveria ter feito isso ontem. — Reclamou. — Assim você não iria precisar tomar de novo.

— Eu não me importo de tomar novamente. — Assegurei. Ele não precisava ficar triste com isso, a noite tinha sido maravilhosa, a minha única ressalva é que mesmo depois de ter limpado, ainda estava escorrendo coisas para fora de mim. Me perguntava o quanto fundo ele gozou para me deixar pingando desse jeito. — Uma vez que você me morda, será imune a mim, aí poderá me morder quantas vezes quiser.

— E orca tem gosto de quê? — Riu baixinho.

— Eu nunca comi outra orca, só para você saber.  A gente caça atum, não somos do tipo que devora tubarões, baleias e leões marinhos, não é bom atacar grupos que podem ter shifters.

— E seu espírito se contenta só com peixe? E para o seu governo, existe shifters de peixes, viu? Senhor imperatriz do oceano. — Cutucou o meu peito.

— Você já viu um?

— Não, mas se existem shifters de calango e rã, deve existir de peixe, num é possível... — Enrugou a testa, parecia interessado na ideia que passava pela sua mente.

— Tenta levantar e comer um pouquinho, eu volto já, já. Tá bom? — Afastei o seu cabelo para o lado, deixando sua testa livre e beijei delicadamente entre suas sobrancelhas, assim como ele fazia comigo. — Eu já volto... — Mordi o lábio, achando o que estava prestes a falar o cúmulo. — Eu já volto, meu amor.

Ele se inflou de alegria, em choque, aproveitei para sair correndo porque faltava pouco infartar de vergonha. Ele não poderia dizer a ninguém que eu fiz isso, era tão ridículo!

Saí apressado, vestindo meu casado no meio do caminho e desci a colina, depois tomei um desvio para a esquerda, indo para casa do B-jin rapidinho, queria que ele fosse pegar a Genevieve para dormir com eles, caso não fosse um incômodo.

O Troy me viu de longe na sua forma de espírito e se aproximou correndo, eu sorri para ele e logo mais o meu amigo surgiu completamente pelado e me olhando incrédulo.

— Você está doente? — Fez uma cara de alarme.

— Não começa... — Passei por ele, me arrependo de ter perdido meu tempo em ter lhe dado atenção.

— Você sorrindo, com cara de idiota ainda mais? E tá com um cheiro diferente. — Fundou perto da minha nunca e com um solavanco me distanciei, olhando para ele de forma ameaçafora. — Tá sim, meu nariz não me engana, é um cheiro doce, é sério! É até gostoso. — Se aproximou de mim com o seu faro apurado e isso me deixou nervoso.

— Para! Para Troy! Isso é invasão de privacidade!

Toquei o seu cabelo cumprido, sentindo-o duro por causa do gelo, seus cílios também estavam congelados. Seus olhos eram parecidos com os do Quiel, no entanto, mais opacos e afiados, não tinham o mesmo brilho caramelo que o meu cachorrinho.

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