❄️ CAPÍTULO 5: Acho que me enganei... ❄️

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Quiel

Era engraçado que depois daquele evento de natal onde eu e o Tatum demos uns amassos, quem ficou tímido fui eu. Foram dois dias para eu voltar ao normal, isso porque o coitado do meu companheiro ficou se culpando, achando que tinha me machucado ou magoado.

Eu ainda ficava sem acreditar de como eu quase perdi o homem da minha vida, porque depois de conhecer e ter o Tatum, eu não me imaginava com ninguém além dele. Ele era realmente o pedaço que me faltava, só o seu sorriso me arrancava suspiros de paixão, e nessa de ficar bobo e apaixonado eu acabei dizendo que amava ele.

- Como... O que você disse? - A faca despencou da sua mão e caiu no chão, eu fiquei preocupado que se machucasse, ele estava cortando tomates frescos, usando um avental com um desenho muito fofo de cachorrinho.

- Perguntei o que a gente vai fazer no fim de ano.

Ele ligou rapidamente a torneira e lavou a sujeira das luvas, eu ri da situação, vê-lo desesperado e desajeitado de era uma coisa muito fofa.

- Eu escutei muito bem o que você disse.

- Então por que perguntou? - Desviei o olhar, me sentindo meio inseguro. Fiz uma confissão muito repentina, mesmo que tenha dito "eu te amo" dentro de uma frase.

- Porque poderia ser que ouvi errado. - Retrucou.

Eu tinha falado por impulso, estava com vergonha disso, queria desviar do assunto e me esconder, mas não consegui. Seu olhar analítico caiu sobre mim e eu pigarriei.

- Eu disse que amo você. Por acaso é proibido? Caramba, que alarme que você fez. - Cruzei os braços sobre o peito, me virando para ficar de frente para a geladeira inox inverse. Eu precisava de uma dessas na minha casa.

- Ama? Ama o quê?

- Você, ué. - Enruguei a minha testa. - Quem mais seria? Tem outro Tatum igual a você? - Fiz bico, arrastei o pé no piso aquecido, balançando de um lado para outro, de vez enquanto olhava de soslaio para ele.

- Não vejo motivos para você me amar, ao menos não em tão pouco tempo. - Falou seco.

Parei de me mexer, passei a mão no cabelo e tentei não ficar sem graça. Caramba! Isso foi como levar um tapa na cara! Eu ainda não tinha me acostumado com o jeito seco que ele falava as coisas, o que falou soou muito insensível, porque me fazia parecer uma pessoa emocionada demais, alguém fácil, e eu estava magoado.

- Você está insinuando que estou precisando ou...

- Não sou uma pessoa que a outras pessoas gostam tão rápido. - Me interrompeu. - Eu mesmo só tenho dois amigos e não vou aos eventos de família. Me pergunto como você ama uma pessoa que é tão indiferente com tudo, porque eu até então me conheço. - Passou a faca nos tomates, nem vi quando pegou do chão, ele jogou tudo na panela que borbulhava com o ensopado de legumes e se manteve atento ao seu trabalho do que em mim, era compreensível. - E não sou tão fácil de ser gostado. - Completou.

- Eu amo. - Bati no meu peito. - Posso até listar os motivos.

- É mesmo? - Não acreditou muito em mim.

- Você é paciente, gentil, me faz comida e cuida de mim, além de me ajudar com qualquer coisa que eu preciso.

- Ah... Isso. - Continuou de cabeça baixa, cortando dessa vez um pouco de gengibre. - Não me entenda mal, não faço por gentileza, faço por consciência pesada, você é o meu companheiro, eu lhe causei algum mal, eu preciso reparar o erro e te deixar bem.

- Então quer dizer que quando eu ficar bem o suficiente para você, vai me mandar embora? - O afrontei, querendo uma explicação. O seu silêncio me deixou nervoso, tanto ao ponto de ser baixo e manipulador, não gostava de me sentir numa posição ruim, também odiava meu temperamento, fiquei ofendido a troco de nada.- Você não precisa se dá o trabalho de fazer isso. - Virei de costas e fui caminhando decidido até a saída, me sentando no banquinho no hall de entrada para calçar os sapatos da área externa.

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