7 | Percy é ofendido por um furão

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De alguma forma, mesmo com a escola praticamente virada contra mim, a perspectiva de tomar um milk-shake em Hogsmeade com Percy conseguiu iluminar meu dia. Era como se aquele simples plano fosse uma fagulha de normalidade em meio ao caos que se instaurara.

No dia seguinte, ao descer do dormitório para a comunal, Cam me abraçou desesperadamente, como se temesse perder-me para sempre. Ficamos ali, envoltos em um abraço apertado, enquanto ele expressava sua preocupação.

— Mary, tá tudo? — ele perguntou exasperado. — Eu vou falar com os diretores, isso não é justo e...

— Tá tudo bem, Cam! — tranquilizei, interrompendo sua torrente de palavras. — Eu acho que... devo competir.

— O que!? Eu sei que você não colocaria o nome, mas se colocou...

— Não, eu não coloquei! Só acho que... talvez seja meu destino enfrentar isso. Prometi a Percy que o ajudaria, e essa é a forma que encontrei. Preciso fazer isso, Cam.

Ele me olhou com incredulidade, como se tentasse processar a complexidade da situação. Nossos olhares se encontraram, e eu sabia que, de alguma forma, precisava seguir em frente.

— Você vai arriscar sua vida para ajudar alguém que recém conhecera? — ele me perguntou indignado, sua expressão carregada de furor.

— Não é só por isso! — expliquei, tentando acalmar sua indignação. — Também não tenho escolha, os diretores já decidiram. Eles falaram que esse é meu destino, que não podem desobedecer ao cálice.

Cam soltou um suspiro exasperado, como se estivesse prestes a explodir. — Eu cheguei a brigar com Fred e George por sua causa. Eles precisam muito mais do dinheiro que nós. Estão chateados por terem perdido para alguém mais nova e que nem deveria estar participando!

— A culpa não é minha! — retruquei, sentindo-me sufocada pela situação. — Eu não queria ter sido escolhida, e eu já havia decidido que daria a eles a grana!

A tensão entre nós era palpável, um reflexo do peso que a escolha do cálice lançara sobre meus ombros e sobre os relacionamentos ao meu redor.

Cam deu as costas, visivelmente bravo, e eu fiquei sozinha ali. Sabia que, apesar da raiva momentânea, logo nos resolveríamos. Nunca tivemos uma briga séria, e entendia que ele só queria me proteger.

Tinham me informado que a primeira tarefa seria daqui a uma semana. Eu precisava logo descobrir o que seria para me preparar.

Enquanto eu estava parada na comunal, de repente, Harry Potter se aproximou. Os corredores silenciosos da Grifinória proporcionavam um ambiente íntimo para nossa conversa.

— Mary, só quero que saiba, eu acredito que você não tenha colocado o nome no cálice — ele me disse, seu olhar sério transmitindo compreensão — Essas coisas estranhas acontecem comigo normalmente, e não acho que você colocaria o nome.

— É bom saber que tenho alguém ao meu lado — agradeci, sentindo um alívio momentâneo.

— Você já sabe qual será a primeira tarefa? — ele me perguntou, enquanto os retratos nas paredes nos observavam curiosos.

Eu neguei com a cabeça, revelando minha falta de informação.

— Certo, eu posso te ajudar. Eu e Hermione podemos fazer o possível — ofereceu Harry, seu olhar determinado refletindo a vontade de ajudar.

— Isso é sério? Muito obrigada, Harry! — agradeci com um sorriso de gratidão. A oferta de ajuda de Harry e Hermione representava um raio de esperança em meio às incertezas.

𝙊 𝙏𝙊𝙍𝙉𝙀𝙄𝙊 𝙎𝙀𝙈𝙄-𝘽𝙍𝙐𝙓𝙊 | 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑦 𝐽𝑎𝑐𝑘𝑠𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora