5 | A Festa de Boas-Vindas

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Depois do episódio de sermos quase atingidos por um raio de Zeus, Percy e eu nos separamos para irmos aos nossos dormitórios. Tínhamos sido combinado de ir à festa de Gina, Fred e George. Ela esquecera de relatar o local onde seria, mas eu já sabia onde aconteceria.

Todas as festas em Hogwarts eram feitas na Sala Precisa, onde nenhum professor ou funcionário imaginava. E em todas essas festas, principalmente a dos Weasley, aconteciam... novidades. Depois de uma noite, Hogwarts inteira se enchia de fofocas.

Eu me arrumei junto das minhas amigas Katie e Betty. Katie usava um vestido vermelho vinho que ia até a coxa, enquanto Betty usava um vestido rosa claro no mesmo comprimento, e amarrava seus cabelos louros. Eu vestia um vestido, também não longo, azul claro.

— Katie, o que achou da minha roupa? Acha que devo ir com o verde?  —  Betty perguntou, ansiosa por uma opinião que aparentemente tinha grande peso para ela.

Katie, meio sem jeito, respondeu — Não, este tá lindo. Qualquer um na verdade... — Mas sua hesitação era tipo uma sirene de "tem algo a mais aqui", que eu captei no ar.

Eu tinha a sensação estranha que Katie gostava dela, mas nunca cheguei a comentar com ninguém. Afinal, não era da minha conta. Mas elas me pareciam formar um casal bonito.

Tínhamos marcado de nos encontrar na frente da comunal de Percy, um gesto que podia ser interpretado como uma gentileza da minha parte. Contudo, vale ressaltar que essa "cortesia" se devia mais ao fato de Percy ainda não ter decorado todos os intricados caminhos de Hogwarts. Afinal, ele se ofereceu para me buscar, mesmo sem ter a menor ideia de como chegar ao Salão Principal, porém, tive que recusar ou nunca iríamos chegar na festa.

Caminhei pelos corredores de Hogwarts e desci algumas escadas até o subsolo do castelo, onde ficava a comunal da Lufa Lufa. Quando cheguei, notei que a porta da comunal era extremamente diferente da Grifinória. Não me parecia ter a entrada com uma senha. Tinha alguns barris estranhos ali, pensei então que haveria algum código com eles.

Depois de uma pausa dramática, Percy finalmente emergiu pela porta da comunal. Para a ocasião, ele estava parecendo um modelo acidentalmente perdido em Hogwarts, vestindo uma camiseta branca de botões com mangas curtas e uma calça preta. No entanto, algo estava fora do normal: o sorriso contagiante que ele normalmente ostentava estava estranhamente ausente.

Ele me encarou, mas o sorriso habitual tinha tirado umas férias sem aviso prévio. Em vez disso, suas bochechas decidiram competir em um concurso de quem ficava mais vermelha.

— Tá tudo bem, Percy? — perguntei, tentando descobrir se ele estava prestes a desmaiar ou se só esqueceu de praticar seu sorriso no espelho.

— Tá tudo bem sim. É só que... esquece, — ele respondeu, misturando as palavras como se estivesse jogando Scrabble mental. Fiquei ali, me perguntando se ele tinha esquecido o roteiro ou se tinha acabado de entrar numa aula prática de rubor facial.

Nós caminhamos lado a lado até o sétimo andar do castelo, era uma longa caminhada e nossas pernas cansava, Percy e eu até chegamos a pensar em chamar Blackjack, o pégaso negro dele, para nos ajudar, porém os jardins de Hagrid eram mais longe ainda.

Quando finalmente chegamos no sétimo andar, a sala precisava estava escondida atrás de uma enorme tapeçaria de Barnabas, o Maluco. Logo, a porta se materializou, e nós entramos na festa.

Eu, que já havia testemunhado festas na sala precisa, estava tão deslumbrada quanto Percy. O espaço estava adornado com decorações azuis que reluziam. Uma pista de dança enorme e brilhante chamava a atenção, pronta para receber os passos de dança de Fred e George Weasley. Mesas estrategicamente posicionadas abrigavam aqueles que preferiam sussurrar fofocas enquanto as viam presencialmente.

𝙊 𝙏𝙊𝙍𝙉𝙀𝙄𝙊 𝙎𝙀𝙈𝙄-𝘽𝙍𝙐𝙓𝙊 | 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑦 𝐽𝑎𝑐𝑘𝑠𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora