Nadei mais rápido e não tardei a ver um grande penhasco emergindo na água lodosa à frente. Nele havia pinturas de sereianos: carregavam lanças e caçavam algo que parecia ser a lula gigante. Deixei o penhasco para trás seguindo a música dos sereianos:
"... já se passou meia hora, por isso não tarde
Ou o que você busca apodrecerá aqui..."Um punhado de casas toscas de pedra, manchadas de algas, tomou forma de repente no lusco-fusco que rodeava-me. Aqui e ali, às janelas escuras, vi rostos...
Os sereianos tinham peles cinzentas e longos cabelos desgrenhados e verdes. Seus olhos eram amarelos, como seus dentes quebrados, e eles usavam grossas cordas de seixos ao pescoço. Lançaram olhares desconfiados quando passei. Um ou dois saíram das tocas para examinar-me melhor. Seus fortes rabos de peixe prateados golpeando a água: as lanças nas nas mãos.
Continuei a nadar veloz, olhando para os lados, e logo as casas se tornaram mais numerosas: havia jardins de folhagens ao redor de algumas, e ele chegou a ver um grindylow amarrado a uma estaca do lado de fora de uma porta. Os sereianos apareciam por todos os lados agora, observando-me ansiosos, falando entre si, com a mão encobrindo a boca. Virei um canto e deparou com uma cena estranha.
Um grande número de sereianos flutuava diante de casas enfileiradas que pareciam uma versão local de uma praça de povoado. Um coro cantava no centro, chamando os campeões e, por trás, erguia-se uma estátua tosca; um gigantesco sereiano esculpido em um pedregulho.
Três pessoas estavam firmemente amarradas à cauda da estátua. E para o meu espanto, eu havia encontrado Percy. Eu não acreditava que havia pensado que ele não viria apenas por egoísmo.
Percy estava amarrado entre Hermione e uma garota que não aparentava ter mais de oito anos e cujas nuvens de cabelos prateados deu-me a certeza de que era irmã de Fleur Delacour.
Os quatro pareciam profundamente adormecidos. Suas cabeças balançavam molemente sobre os ombros e um fluxo contínuo de pequenas bolhas saía de suas bocas.
Corri em direção a Percy, meio que esperando os sereianos baixarem as lanças para o atacarem, mas eles nada fizeram. As cordas que atavam os reféns à estátua eram grossas, viscosas e muito fortes.
Olhei ao redor. Muitos sereianos que cercavam os reféns seguravam lanças. Nadei rápido para um deles, com uns dois metros de altura, uma longa barba verde e uma gargantilha de dentes de tubarão, e tentei, por meio de mímica, pedir a lança emprestada. O sereiano riu e sacudiu a cabeça.
— Não ajudamos — disse ele numa voz áspera e rouca.
— Ora VAMOS! — disse com ferocidade (mas apenas bolhas saíram de minha boca) já desesperada para ir embora dali e salvar Percy, tentei tirar a lança do sereiano, que a puxou para si, ainda sacudindo a cabeça e rindo.
Dei uma volta completa no corpo, olhando. Alguma coisa afiada, qualquer coisa...
Havia muitas pedras no leito do lago. Mergulhei e apanhei uma de aspecto afiado e voltei a Percy. Minhas mãos no seu rosto frio e pálido. Então, a golpear a corda que prendia ele e, depois de alguns minutos de esforço, elas se romperam.
Percy flutuou, inconsciente a alguns centímetros do leito do lago, acompanhando o movimento da água.
Corri o olhar à volta. Não vi sinal dos outros campeões. De que é que estavam brincando? Por que não se apressavam? Me virei para Hermione, ergui a pedra afiada e comecei a golpear as cordas dela também...
Na mesma hora, vários pares de fortes mãos cinzentas me seguraram e me arrepiei. Meia dúzia de sereianos começaram a afastar-me de Hermione, balançando as cabeças de cabelos verdes e dando risadas.
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𝙊 𝙏𝙊𝙍𝙉𝙀𝙄𝙊 𝙎𝙀𝙈𝙄-𝘽𝙍𝙐𝙓𝙊 | 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑦 𝐽𝑎𝑐𝑘𝑠𝑜𝑛
FanficMary Campbell, estudante da Escola de Hogwarts, tinha tudo para ter seu quinto ano perfeito: era ano do Torneio Tri-bruxo, competições e o esperado baile... Porém com a chegada de um novo e misterioso estudante, Percy Jackson, seu destino foi determ...