14 | Agora eu entendo o que Cam quis dizer

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No outro dia, Percy e eu resolvemos passar a tarde no Lago Negro, onde normalmente ficávamos quando Hogwarts estava um caos. E ela definitivamente estava.

Eu carregava o ovo dourado nos braços, caso déssemos a sorte de decifra-lo.

Nos sentamos em baixo de uma pedra embaixo de uma árvore que ali havia.

O vento sussurrava suavemente nas folhas das árvores, proporcionando um ambiente tranquilo para nossa conversa. Percy lançou um olhar curioso para o ovo em minhas mãos.

— Nenhuma desconfiança? — perguntou ele sobre o ovo.

— Nada — respondi emburrada — Essa porcaria apenas grita, ela não FALA a dica!

— É tão ruim assim? Tem certeza de que não tem como digerir as palavras? — Percy, ousadamente, pegou o ovo. Antes que eu pudesse protestar, ele o abriu, desencadeando um grito agudo e ensurdecedor. Meus ouvidos pareciam protestar diante do som estridente. Percy lutava para fechar o ovo, e eu, instintivamente, cobri meus ouvidos com as mãos, esperando que ele resolvesse a péssima ideia.

O grito diminuiu quando Percy finalmente conseguiu fechar o ovo, e eu soltei um suspiro aliviado. Era evidente que lidar com o enigma do Torneio Tribruxo não seria tarefa fácil, e o ovo dourado, embora intrigante, parecia estar mais interessado em nos testar do que nos fornecer respostas claras.

— É, é tão ruim assim — concluiu Percy, soltando também um suspiro aliviado.

— Viu? Você deveria me ouvir mais — provoquei, sorrindo.

— E eu não te ouço? — ele retrucou, sorrindo de volta.

— Só quando quer — disse, soltando uma risada descontraída. Em meio à risada, Percy lançou um olhar sugestivo junto de um sorriso que fez meu coração bater um pouco mais rápido.

Ele parou por um momento e, em seguida, se levantou. Com um gesto rápido, tirou o suéter, revelando uma regata branca por baixo. Seus músculos relaxados denunciavam sua forma física atlética. Percorreu alguns passos em direção ao lago, como se estivesse prestes a se lançar nas águas quando hesitou.

— Você não vem? — ele perguntou, lançando-me um olhar por cima do ombro.

— Enlouqueceu, Percy? Estamos no meio de novembro, essa água deve estar congelante — respondi, incrédula, enquanto segurava o ovo dourado como se fosse um bichinho de estimação.

Percy lançou-me um olhar de "estraga-prazeres", mas seu sorriso malicioso indicava que estava pronto para me convencer. Ele se aproximou, segurou minha mão e começou a puxá-la com um entusiasmo insistente.

— Veeeeeem! — ele implorava, seu apelo misturado com a empolgação que emanava dele. Cada puxão era uma tentativa de me levar em direção ao lago, enquanto eu resistia, segurando o ovo dourado com firmeza.

Ele notou que eu permanecia imóvel, então voltou sua atenção ao lago. Virou-se de costas para mim e, com um estralo dos dedos, convocou uma onda do lago, que se precipitou em minha direção, me conduzindo rapidamente para dentro dele. Percy riu, enquanto eu o encarava furiosa.

— Você não me deu escolha! — ele justificou, aproximando-se do meu rosto. A água do lago escorria de mim, enquanto meu olhar furioso encontrava o sorriso travesso de Percy. Ele era tão irritante e insistente que, por um breve instante, senti a vontade de beijá-lo, mas afastei-me antes que ele percebesse.

Ele, então, me puxou para mais fundo do lago, ele me segurava com seus braços. Ambos estávamos embaixo da água, eu ainda segurando o ovo dourado. No entanto, ele era o único ali que conseguia respirar debaixo da água. Percy, ao finalmente notar, formou uma bolha entre nós, permitindo-me respirar e criando um espaço onde podíamos conversar.

𝙊 𝙏𝙊𝙍𝙉𝙀𝙄𝙊 𝙎𝙀𝙈𝙄-𝘽𝙍𝙐𝙓𝙊 | 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑦 𝐽𝑎𝑐𝑘𝑠𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora