9 | Conheci Luke da pior forma

463 60 74
                                    

Voltamos para a câmara repleta de portas, mas o problema era que elas pareciam estar brincando de esconde-esconde, mudando de lugar a cada piscar de olhos.

— Aquela deveria ser a Câmara da Morte. Queremos a Câmara do Tempo — eu disse a Percy.

Como se tivesse ouvido nossas intenções, uma das portas começou a brilhar, quase como se estivesse se oferecendo para a missão. Sem perder tempo, Percy e eu, munidos de curiosidade, nos dirigimos rapidamente em direção à porta cintilante, na esperança de que, desta vez, encontraríamos a entrada certa para a tão desejada Câmara do Tempo.

Então, nos deparamos com uma sala retangular, preenchida com uma bela luz dançante, que brilhava como pedras preciosas.

Esta sala também continha também uma enorme redoma de cristal, na qual, as suas extremidades refletiam luz ; dentro dele, tudo nasce em seu estado pré-vida, até crescer e, recomeçar o ciclo, interminavelmente.

A câmara se encontrava saturada com uma miríade de dispositivos relacionados ao tempo, exibindo uma coleção eclética de relógios de todos os tipos e... vira-tempos. O problema era que a quantidade de vira-tempos era exponencialmente maior do que poderíamos ter imaginado. Milhões deles preenchiam prateleiras intermináveis, uma visão impressionante e, ao mesmo tempo, assustadora.

Percy e eu nos entreolhamos novamente, uma comunicação silenciosa passando entre nós. Ambos sabíamos o que o outro estava pensando: a única solução era quebrar todos esses vira-tempos. Parecia um desafio colossal, enfrentar uma legião interminável de artefatos mágicos delicados e potencialmente perigosos.

Lancei feitiços como "Bombarda" e "Reducto", vendo os vira-tempos explodirem em resposta. Enquanto eu brandia minha varinha, percebi que Percy, com uma expressão misteriosa, puxara uma simples caneta do bolso. Estava prestes a soltar uma risada, imaginando o que ele faria com uma caneta, quando ele removeu a tampa, e para a minha surpresa, uma espada de luz dourada reluzente se materializou. Um "uau" involuntário escapou dos meus lábios.

A sala estava agora impregnada com o som de feitiços e o brilho dourado da espada de Percy cortando o ar.

No entanto, subitamente, uma voz ecoou. Jovem como a nossa, mas carregando uma ameaça palpável. E não estava sozinha; passos ressoavam, acompanhando ela.

— O que pensam que estão fazendo, destruindo esses itens tão preciosos? — a voz masculina falou, emergindo das sombras. Seu rosto se revelou: um jovem um pouco mais velho que nós, bonito à sua maneira, mas marcado por uma cicatriz severa. Seus cabelos loiros pareciam quase brancos. À sua retaguarda, uma formação de esqueletos vivos o acompanhava, como se fossem seus guarda-costas.

Um calafrio percorreu minha espinha enquanto eu e Percy trocamos olhares, percebendo que a situação tinha acabado de atingir um novo nível de complexidade. A ameaça à nossa frente, com seus guardas sombrios, deixava a nossa missão de destruir vira-tempos aparentemente simples.

— Luke... — sussurrou Percy com uma raiva contida.

— Meu nome — Luke falou sarcasticamente — Veja bem, Jackson, me deixe pegar um desses vira-tempos, e eu prometo que não destruirei essa sua gracinha

Seus olhos, afiados como a lâmina da espada que ele empunhava, se voltaram para mim. A ameaça se materializou diante de nós, encarnada na figura de Luke, com seus cabelos loiros quase brancos e a cicatriz que traçava seu rosto. Os esqueletos ao seu redor pareciam se movimentar com uma obediência assustadora, como sombras ansiosas por seguirem os comandos do seu mestre.

— Encoste nela e você morre — Percy ameaçou, e eu poderia ter qualquer outra reação como chorar de medo, mas meu corpo reagiu avermelhando minhas bochechas. Ele realmente parecia falar sério, pois seu rosto refletia fúria.

𝙊 𝙏𝙊𝙍𝙉𝙀𝙄𝙊 𝙎𝙀𝙈𝙄-𝘽𝙍𝙐𝙓𝙊 | 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑦 𝐽𝑎𝑐𝑘𝑠𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora