2 | Uma torneira explode na minha cara

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O primeiro dia de aulas em Hogwarts foi mais parecido com uma reunião de fofocas do que qualquer coisa relacionada ao aprendizado. Os estudantes estavam mais preocupados com o iminente Torneio Tribruxo do que com poções ou encantamentos. Minha primeira aula era Poções com o infame Professor Snape, e eu já sabia que não seria nada fácil.

Me acomodei ao lado do meu amigo Michael Wilkins, o cara que sempre me salvava das enrascadas com Snape. Normalmente, conversávamos muito durante as aulas, mas não tínhamos a mesma afinidade fora da sala. De qualquer forma, ele era meu salva-vidas quando o assunto era lidar com a carranca viva chamada Severo Snape.

A sala de poções, com suas prateleiras cheias de ingredientes mágicos e caldeirões borbulhantes, era o cenário perfeito para os dramas do primeiro dia. Snape, como sempre, lançava olhares que poderiam congelar até o fogo de um dragão. Entre as instruções impessoais e a tensão crescente, Michael e eu encontrávamos pequenos momentos para trocar olhares preocupados e sussurrar sobre o que o Torneio Tribruxo significava para nós.

As piadas de Michael sobre as peculiaridades de Snape eram o alívio cômico que precisávamos para suportar a aula.

Do outro lado da sala, não pude deixar de notar o novato, Percy Jackson. Embora eu soubesse que somos da mesma escola, e então seria fácil eu encontrá-lo pelo castelo, nunca pensei que ele fosse do mesmo ano.

Ele estava sozinho enquanto todos os outros estudantes tinham formado trios para essa aula. Quando olhei novamente para Michael ele sinalizava com a mão para que Jackson se juntasse à nós. Ele olhou surpreso, mas grato, e se aproximou.

— Seu nome é Percy, certo? — Michael perguntou estendendo sua mão em um cumprimento.

— Sou, sim e você? — ele perguntou apertando a mão dele, e então, notou minha presença — Quero dizer... vocês?

— Me chamo Michael Wilkins. Ela é Mary Campbell.

Eu apenas dei um aceno, e Jackson acenou de volta com um sorriso de lado.

— Bem, parece que nessa aula temos que fazer uma Poção Wiggenweld. Vamos começar, então? — comentei querendo logo acabar a atividade.

— Tenho aqui a lista de ingredientes... Percy e Mary, podem pegá-los enquanto eu pego os caldeirões, facas e outros utensílios? — Michael pediu para nós enquanto verificava a lista e nos entregava.

Nós apenas concordamos e fomos até o estoque de ingredientes. Olhávamos a lista e tentávamos encontrar eles. Porém Percy parecia se concentrar mais no pergaminho a achar os ingredientes, ele apertava os olhos tentando decifrar o papel e apenas fazendo nós perdermos tempo.

— Não consigo entender o que está escrito aqui. — ele finalmente falou. Ele apontou para o terceiro item da lista, onde claramente lia-se "espinhas de peixe-leão" em letras garrafais.

Irritada, direcionei minha frustração para Percy.

— Espinhas de peixe-leão. Como você não consegue entender o que está escrito aqui? Nem é tão diferente assim o inglês britânico. — pronunciei, mergulhando na tarefa de encontrar as espinhas entre os ingredientes.

Percy, com seu tom desafiador, segurava o frasco de espinhas, e sua resposta veio carregada de provocação. — E você não parece tão rápida achando elas.

Um olhar furioso foi minha resposta. Ele era ousado demais para meu gosto. Mal havia chegado a Hogwarts e já queria se destacar, achando um simples frasco em questão de segundos?

𝙊 𝙏𝙊𝙍𝙉𝙀𝙄𝙊 𝙎𝙀𝙈𝙄-𝘽𝙍𝙐𝙓𝙊 | 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑦 𝐽𝑎𝑐𝑘𝑠𝑜𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora