Capítulo 23

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"Bella..." Draco disse calmamente, tentando chamar a atenção dela de volta para ele. Ele sabia que era uma perda de tempo, de esforço, porque ela era uma caçadora e sua presa estava à vista agora. Hermione, por mais ousada que fosse e por mais que tivesse escolhido aliviar a pressão sobre ele, ficou sozinha sem varinha. Ela não tinha como se defender do que estava por vir, e isso o aterrorizava.

Houve um breve momento de silêncio onde pareceu que tudo na sala parou. Draco tentou se aproximar e agarrar o braço de sua tia, mas ela já estava em movimento. era como se ele estivesse passando o braço pelo melaço.

Bellatrix se lançou sobre Hermione, como uma fera caçando uma presa. Ela estava soltando um grito feroz, a faca erguida enquanto ela e Hermione colidiam com o piso duro de mármore. Era como assistir a um acidente de trem, uma colisão no ar durante uma partida de quadribol – horrível, dolorosamente lento, mas rápido, tudo ao mesmo tempo, e ele não conseguia desviar o olhar. Se ele não pudesse impedir o que estava acontecendo com Hermione, ele pelo menos sobreviveria à dor dela.

Houve um estalo que ecoou pela sala quando a cabeça da bruxa bateu no chão de mármore. Ele tentou avançar, mas Yaxley segurou seu ombro com firmeza, prendendo-o no lugar. Quando a lâmina de sua tia atingiu a pele do braço de Hermione, a verdadeira gritaria começou. Era como se ele não pudesse ouvir nada além disso e o som do seu coração batendo nos ouvidos.

O grito de Hermione era como o som de vidro quebrando, alto e puro, e horrível, como você sempre poderia esperar que cacos chovessem ao seu redor. Era um som que não tinha uma descrição verdadeira. Não existiam palavras para reprimir algo tão horrível como isso. Ele pensou que poderia morrer ali mesmo, com ela, mas seu coração continuou batendo.

Baque.

Draco ficou surpreso pelas janelas ainda estarem intactas.

Baque.

Os gritos dela ressoaram profundamente em seus ossos e enquanto ele se esforçava contra o aperto de Yaxley, tudo o que pôde fazer foi olhar para ela enquanto sua tia ansiava por algo em seu braço.

Baque.

Ele percebeu que outra pessoa estava gritando. Ele percebeu lentamente, como se estivesse saindo de um sonho, que era dele que vinha o som da dor. Ele gritou, junto com ela.

Baque.

Ela se virou, enquanto se debatia sob o peso da tia dele, e percebeu o olhar dele sobre ela, os olhos arregalados de dor e medo, os lábios tremendo quando outro grito saiu de seus lábios.

Baque.

Mas o olhar dela suavizou-se, mesmo que ligeiramente, quando os olhos dele encontraram os dela.

Baque.

Ele a deixou encontrar o conforto de que precisava para suportar isso, e ele o encontrou lá também. Ela ainda estava tremendo e as lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas os gritos pararam lentamente. Ambos se acalmaram lentamente.

Baque.

Finalmente, Bella se levantou, ficando de pé ao lado de Hermione com uma expressão de ódio no rosto. Como se já não tivesse feito o suficiente, ela cuspiu, a saliva caindo nas bochechas já úmidas de Hermione, e a bruxa mais jovem se encolheu.

Bellatrix se virou para encarar os dois homens, mas apenas fez contato visual com Yaxley. “Leve a sujeira de volta para as masmorras, onde eles pertencem”, disse ela, com o nariz erguido no ar, antes de se virar e sair da sala. Ela nem olhava para o sobrinho, pois ele não existia mais para ela. Quando ela se foi, Yaxley finalmente libertou o herdeiro Malfoy.

“Levante-a, garoto. Eu não vou tocá-la, não enquanto ela estiver sangrando,” o bruxo mais velho resmungou, empurrando levemente o corpo inerte de Hermione. Ela se encolheu, desde que o peso de Bellatrix a deixou, seu braço apertando seu peito, sangue derramando no azulejo branco abaixo dela. Foi tudo o que Draco precisou para avançar, curvando-se ao lado dela no chão.

The Trivial Consequences of HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora