Severus
Estava sozinho novamente. Fazia poucos minutos que Camila foi embora. Merlin, essa mulher tem uma energia invejável. Como ela pode passar horas andando pulando, sorrindo e falando sem se quer parar para descansar. Ah, e aquele estúpido sorriso. Incrivelmente largo quando direcionado a mim. Ela também tem a terrível característica de sempre me surpreender. Foi rápida em reconhecer Narcissa e se retirar quando percebeu a natureza da nossa conversa. Ainda me dando mais dor de cabeça, pois Narcissa queria saber quem era ela. Eu tive um tempo muito difícil tentando convencê-la que era apenas uma mulher qualquer e sem importância, mas ela insistia do contrário. Mostrando como argumentos o fato de Camila me chamar pelo nome e pelo simples fato dela estar nas masmorras a minha procura. Depois disso ela apreciou meu silêncio por não ter como refutá-la e decidiu que era hora de ir embora.
Além disso, houve a conversa fácil e sem preconceito de Camila com Draco. Sua atitude e cumprimentos com os Goblins. A sua coragem e sede de conhecimento. E acima de tudo, sua audácia por me comparar a uma ave, novamente me mostrando o quanto sabe sem realmente dizer em voz alta. Ela sabe sobre o Príncipe Mestiço, sabe da minha história mesmo que me doa admitir. E seu respeito e admiração inabalável por mim é... desconcertante. Ela sabe de tudo que eu fiz ou que ainda faço. Como se fosse uma maldita vidente. Mas não tem como isso ser possível, ela sabe do passado não do futuro.
Passei mais longos minutos sentado na minha poltrona, não mais observando a lareira e sim os materiais da mulher que tem virado meu mundo de cabeça para baixo. Aqueles olhos ambares, rosto fino levemente adornado com sardas e emoldurado por fios castanhos cacheados. Sua pele macia, clara e rosada que tem a terrível tendência de me fazer imaginar coisas que não deveria. As perfeitas curvas do seu corpo e sua personalidade corajosa, curiosa e desapegada é tão... libertadora. Deve ter sido por esse motivo que sugeri que ela fosse minha assistente, na hora parecia uma ótima oportunidade de deixá-la perto de mim, além das lições. Ela parece ser uma pessoa meticulosa e determinada, alguém que eu certamente permitiria perto do meu laboratório e dos meus raros ingredientes. Sim, perfeita... para o trabalho, claro.
Dois dias depois, durante o café da manhã no Salão Principal, recebi uma carta de Narcissa. Na carta ela falava de como estavam as coisas na mansão depois da prisão de Lucius, disse que todos os cômodos da casa foram revistados pelos aurores e que felizmente não acharam nada. Eu posso detestar as escolhas que Lorde Malfoy um dia fez, mas não posso negar que ele era extremamente meticuloso. Ela também mencionou a pouca saúde de Draco, ele não estava comendo muito, os elfos estavam lutando para que ele comesse apenas uma fruta. Precisaria falar com ele depois, não vou deixar o garoto idiota se matar. No final da carta ela pediu, ou melhor, exigiu que eu a apresentasse a Camila apropriadamente ou pelo menos contasse um pouco mais sobre ela na minha próxima carta. Contudo, ela já deve esperar que eu não faça nem um e nem o outro.
Quando eu estava para terminar minha refeição, Príncipe apareceu. Não com um pacote ou carta ou até com as outras corujas. Ele apareceu apenas para me atormentar, beliscar meu cabelo e minha comida. Camila realmente deveria ter pensado melhor antes de comprar essa coruja. Além disso, não sei como posso me parecer com um pássaro tão irritante.
- Eu não sei quando ela volta - falei para a coruja quando ela não parou de me encarar. - Espere por era no corujal, Príncipe. - A coruja deu mais algumas bicadas no meu bacon e levantou voo.
- Comprou uma coruja, Severus? - Fillius perguntou.
- Sim - respondi seco, por me lembrar de como a coruja era irritante.
- Ela é muito bonita. - Pomona comentou.
- De fato - respondi sem dar espaço para que a conversa continuasse, eles logo desistiram de fazer perguntas ou comentários.
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Rewrite the story
FanfictionCamila Signac uma detetive londrina e fã fervorosa dos livros de Harry Potter, acorda num chão de pedra em meio a uma confusão de sons. Explosões. Colisões. Gritos. Tremores. Nada fazia sentido até ela encontrar um certo ruivo e descobrir onde real...