mirrors

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— E aí a gente foi morar junto em uma outra casa, nos mudamos recentemente. — Concluo, rolando a página do time no YouTube. — E desde então já fazem dois anos.

Depois que almoçamos, Luna conseguiu fazer Sol dormir (porquê Gomez a manteu acordada por um bom tempo ontem a noite) e ela comentou sobre querer saber sobre o time, então, cá estamos nós.

— Que legal! — Murmura, o queixo apoiado nas mãos. — E você se sente realizado? Tipo, profissionalmente, é o que você queria, né?

Era estranho falar sobre onde tinha chegado. Acredito que ainda não estamos no ápice da nossa carreira, mas havíamos chegado bem longe, é como se um filme passasse na minha cabeça. Todos nós passamos por muita coisa antes de estar aqui.

— É, é sim. — Acho que pareci um pouco confuso, mas logo tento suavizar minha expressão e sorrir pra ela novamente. — Exatamente o que eu queria.

— É legal que você tenha realizado um sonho tão grande. — Não percebo que estava encarando demais. Luna me deixava pensativo e de alguma forma, preso na imagem dela e isso era confuso.

— E você? Quais são os seus sonhos? Ou planos, ou metas. No que você pensa pro futuro? — Minha curiosidade realmente fala mais alto, foi praticamente automático quando toco o encosto de sua cadeira, pra empurrar um pouco pra trás e rodar para o lado.

Assim estávamos de frente, ela entrelaça os dedos nos fios de cabelos compridos e apoia o cotovelo na mesa de madeira, a cabeça apoiada na mão. Suspira antes de começar.

— Dar um futuro para a Sol, eu acho. — Pisca algumas vezes, ela não quis manter contato visual dessa vez. — E... Arranjar um lugar pra mim, tipo, meu. Meu e da minha filha, na verdade.

É a minha maior revolta, com certeza. Não era pra ser assim, eu queria ouvir qualquer bobeira vindo dela, qualquer sonho fútil ou coisa do tipo, mas, infelizmente Luna teve muitas responsabilidades jogadas em suas costas muito cedo.

— Ah, droga! — Murmuro, deixando um sorriso quase que involuntário escapar. — Você é incrível, Luna.

— Eu passava o tempo jogando videogame, antes de tudo acontecer. — Luna murmura, com as mãos dentro dos bolsos do moletom que eu havia a emprestado, arrastando os pés pela calçada.

Como prometido, minha mãe me mandou uma mensagem quando estava perto de chegar e eu não podia esperar para apresentá-la para Luna, então eu a trouxe.

— O Veiga vai gostar de você. — Chio. — Quando ele sair dessa crise louca... — Acabo rindo, ela me acompanha. — Você não se incomoda com ele te ignorando o tempo todo?

— Acho que não. — Dá de ombros. — Não dá pra chegar assim e esperar que todo mundo goste de você, entende?

alright, richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora