selfish

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Richard

— É sério, o meu passado na internet é obscuro. — Brinco, puxando meu celular novamente, apenas para achar outro vídeo e estender para Luna novamente.

Normalmente, eu estaria totalmente constrangido de mostrar meus vídeos antigos pra alguém, mas Luna ria de uma forma tão contagiante que eu só queria fazer ela rir assim pra sempre.

— Ah, você tá muito fofinho nesse aqui. — Ela solta um sorriso dessa vez, virando a tela para mim, onde um vídeo de quando eu era bem mais novo do que a maioria dos outros vídeos passava. — Meu Deus, você era muito fofinho!

— Eu ainda sou fofinho, ok? — Brinco, assistindo Sol brincar com os meus dedos, sentada sobre minha perna direita.

— É, você é. — Ergue o celular, como se comparasse. — Puberdade te fez muito bem.

— Obrigado, eu acho — Rio, a assistindo dar de ombros e deslizar o indicador pela tela.

A verdade é que eu não estava sabendo me conter ultimamente. Eu só queria abraçá-la e saber como ela está, toda hora. Luna parecia estar bem melhor e isso me deixava numa felicidade imensa. Sol está cada dia mais esperta e Veiga é quem mais sofre.

— Sabe no que eu estava pensando? — Ela diz depois de algum tempo em silêncio, assim que solta seu sanduíche sobre a bandeja. — Em alugar um apartamento para a Sol e eu. Tipo, pertinho.

Junto as sobrancelhas.

— Hum? — Resmungo, sem querer entender muito bem.

— É que eu andei dando uma olhadinha e tem um preço bom, é grande o suficiente pra nós duas e é perto de tudo. — Ela apoia os cotovelos na mesa. — E aí eu posso arranjar uma babá para a Sol, entrar numa faculdade, trabalhar só no período da noite e ter a tarde toda com ela.

Quando ela se tornou tão independente?

— Luna, você não precisa... Sair lá de casa. Eu sempre fico com a Sol e você está se dando super bem com a professora! Não precisa se mudar.

Não é que eu não quisesse que ela conseguisse se cuidar e conquistasse tudo isso. Eu quero. Ela precisa. Mas doía um pouco vê-la tão decidida e corajosa.

Eu já tinha me acostumado com sua presença e não queria que isso mudasse. Nunca mesmo.

— Eu sei, Rich. — Murmura. — Eu te falei que não ia viver nas suas costas pra sempre. E sem contar que a gente vai se ver todos os dias!

— Eu... Entendo. E te apoio, de todas as formas possíveis. Mas morar sozinha? A gente te faz companhia, você não precisa sair lá de casa!

— Vocês vão voltar a jogar de novo dentro de algumas semanas! O time tem compromissos e eu também tenho, esse dia ia chegar uma hora, Rich.

Encosto na cadeira, um tanto confuso. Ela não precisava ser tão madura. Eu me dei a responsabilidade de mantê-la segura e não podia deixar isso acontecer. Ela tem que ficar num potinho!

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segunda parte da mini maratona, a noite tem a terceira e última.
mas ainda estamos longe do final, relaxem!

alright, richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora