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Luna

Sol agarra os dedinhos na minha camisa ao sentir o movimento diferente.

Luana, namorada de Richard — que chegou se mostrando bem simpática — berrava algumas palavras que eu me esforçava pra não prestar atenção. Eles estavam trancados naquele quarto há meia hora. Piquerez disse que é normal.

— Pois é, não existem mais caras compromissados nesse time. — Veiga comenta, me entregando um dos controles do videogame ao se jogar na outra extremidade do sofá. — É por isso que eu não namoro. O fim é a pior parte.

— Você não namora porque pensa no fim antes de pensar no começo, então. — Murmuro, segurando as costas de Sol, que agora estava de pé no meu colo.

— É inevitável, tudo tem um fim. — Raphael encosta no sofá, esticando o braço no encosto, alcançando a mãozinha da menor.

— E antes disso tem o meio e o começo. Você realmente passaria dois terços de algo pensando na conclusão?

Eu fazia isso. Eu não podia aproveitar as coisas porquê já pensava em como ia acabar. É mais normal do que parece.

— Faz sentido, eu acho — Ele chia, finalmente ligando o videogame. — E você? Aproveitou o... — Veiga se interrompe quando a de cabelos curtos chega no cômodo. Ela para por ali alguns segundos antes de sair e fechar a porta. — Tempo que ficou aqui me dando lição de moral? — Completa, tirando Sol do meu colo. — Porque agora você vai precisar ir consolar o Richard.

Junto as sobrancelhas. Eu tinha?

— Anda, garota! — Ele bate algumas palmas, me fazendo levantar no susto. — É só falar que vai ficar tudo bem e que a Luana não merece ele, de qualquer forma. Vai!

Me apresso para atravessar o corredor e chegar na frente da porta de Richard. Eu consigo fazer isso.

— Fui eu quem terminei e eu estou muito bem. Nada que álcool não resolva. — Ríos murmura, secando os olhos. Talvez ele não esperasse que fosse eu. — Ah, Luna. — Chia, refazendo a postura e me mostrando um sorrisinho fechado. — Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

Suas bochechas estavam vermelhas e seus cabelos bagunçados além do normal. Os anéis de seus dedos se encontravam em um montinho sobre a cama, as mãos impacientes e os lábios frequentemente umedecidos.

Não penso muito antes de abraçá-lo. Ele apoia a cabeça na minha barriga e guia minha mão para seus cabelos.

Era novo pra mim. Eu não sou boa com palavras e não tinha nem o que dizer agora. Não sei como é terminar um relacionamento e na faço ideia de como ele está se sentindo. Eu não sabia se devia tentar.

— Vai ficar tudo bem e a Luana não te merece, de qualquer forma. — No final acaba soando como uma pergunta. Ele ri.

— Foi o Raphael quem disse isso, né? — Questiona, enquanto meus dedos adentravam seus cabelos. Assinto. — Ele não gostava muito dela.

— Ele não gosta de muita gente, pra falar a verdade.

alright, richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora