Luna
Tentei não pensar em coisas negativas nos últimos dias.
Eu estava estudando todos os dias pela manhã, minha professora é muito simpática. Insisti com que Richard me deixasse conseguir um emprego e com isso, eu trabalhava numa lanchonete, me tomava o final da tarde e boa parte da noite, mas o salário era bom, eu estava considerando em alugar o apartamento perto do centro de treinamento dos meninos.
O dia estava sendo estressante e nem parecia terminar. Faltavam três dias para o Natal e aparentemente São Paulo inteira veio parar numa lanchonete de bairro. Eu já havia errado uns quatro pedidos e levado umas dez broncas. Hoje não era o meu dia.
- Como eu ia saber que aquela merda era fabricada? - Resmungo ao entrar no carro, Richard beija minha cabeça e ri fraco. - A Sol?
- Ficou com o Veiga. Eles estavam tomando sorvete! - Responde, manobrando o carro. - Tudo bem? Você parece nervosa.
- O cliente tinha alergia a alguma coisa, eu não lembro agora. Daí eu coloquei alguma coisa que eu também não lembro o que era. Daí ela voltou muito brava, dizendo que o negócio não era natural e que só podia ser natural, Richard, eu não ia adivinhar que aquela merda é fabricada!
- Realmente. Ela foi grossa? Te tratou mal? - Ele umedece os lábios, encostando no banco e mantendo apenas uma das mãos no volante, na parte inferior.
- Não, ela foi falar direto com o gerente. - Bufo. - Não tem como hoje ficar pior, sério.
[...]
- Você precisa de um banho, e de comida. - O jogador murmura, apertando os dedos em meus ombros e me abraçando por trás em seguida, me seguindo até dentro de casa. - E eu te falei que trabalhar não era uma boa ideia.
- Tudo bem, foi só um dia ruim. Todos nós temos desses. - Dou de ombros, empurrando a porta e dando de cara com a minha filha correndo em volta do sofá, onde Raphael estava.
Ela se apoiava nos móveis para não cair, só então percebi a expressão irritada dele e o controle do videogame nas mãozinhas de Sol.
- Mama! - A miniatura comemora, jogando o aparelho contra o sofá e correndo na minha direção, caindo no meio do caminho.
Rio e me apresso para pegá-la, enchendo suas bochechas de beijinhos e escutando sua gargalhada.
- Ela te deu trabalho? - Me dirijo a Veiga, recebendo apenas um olhar mal humorado como resposta.
- Eu cuido dela enquanto você toma banho, depois eu estava pensando que a gente podia sair pra comer alguma coisa. Esfriar a cabeça.
Rio fraco. Ele tira Sol do meu colo e me dá um leve empurrãozinho, me incentivando a entrar no corredor.
-
e vamos de mini maratona hoje? vamos sim :)
volto a tarde com mais um capítulo e com outro a noite. beijos!
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alright, richard rios.
Hayran Kurgu"não é tarde demais pra construir tudo novamente. porque uma chance em um milhão ainda é uma chance e eu vou correr os riscos!" onde luna e sua filha bebê estavam sendo despejadas de seu apartamento. sem ter lugar para passar ao menos uma noite com...