fallin' all in you

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— Até amanhã, papai do ano. — Joaquín acena, rindo ao me assistir entrar no Uber com o não tão pequeno embrulho nos braços.

O frio em Nova York é dez vezes pior que em São Paulo, e se eu já estava começando a ficar com o nariz irritado, imagina a Sol que é um bebê. Então eu enrolei ela na cobertinha que a Luna mandou na bolsa dela e agora a gente estava voltando para o hotel.

Ainda estava um tanto cedo e de alguma forma o relógio não parecia andar. Devem ser duas horas da tarde há uns três dias, eu juro.

Eu decidi que queria pedir Luna em namoro há muitos poucos minutos. Era uma ideia nova, por mais que isso esteja na minha mente há um bom tempo.

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— FECHA OS OLHOS! — Escuto minha irmã gritar de dentro do quarto, assim que bato na porta.

— A Sol está dormindo no meu colo, não tem como, meu anjo. — Respondo. — Anda logo, o que aconteceu?

— Só fecha os olhos! Não precisa andar. Eu vou abrir. — Continua. Não me seguro em bufar antes de o fazer. Minha irmã é maluca.

Sinto ela tirar Sol dos meus braços e se afastar. Escuto Luna resmungar alguma coisa que eu não conseguia entender, antes que minha irmã dissesse que eu podia abrir os olhos.

Encontro uma versão irritada de Luna. Com a feição insegura e as mãos brigando entre si. Eu demoro pra perceber o motivo daquilo, mas quando percebo, eu nem tento segurar um sorriso.

— Você cortou o cabelo! — Digo, assistindo seus ombros relaxarem e um sorrisinho surgir em seu rosto quando toco a versão bem mais curta de seus fios. — Ficou tão linda! Porque não me contou? Eu iria com você!

— Era uma surpresa. — Ela murmura, fazendo minha irmã me encarar com um sorrisinho sugestivo. Ela foi a primeira a saber do pedido, ela sabe que a surpresa maior vem mais tarde. — Você gostou? Sua irmã quem cortou.

— Eu não vou dizer que ficou mais bonita. — Começo. — Porquê seria impossível você ficar mais bonita do que já é.

— Você é um bobo. — Ri fraco, dando alguns passos para trás. — Ela disse que você nem ia perceber.

— Eu quis manter o suspense. — Minha irmã justifica, se jogando na poltrona de canto.

Meu coração se aqueceu assim que a ideia de que a minha opinião importava me atingiu. Ela estava toda nervosa pra saber o que eu ia pensar, e, por mais que aquilo inflasse o meu ego, eu não queria deixar transparecer.

— Luna. — Meu irmão adentra o cômodo, cantarolando. — Meu Deus do céu, tamanha perfeição está diante dos meus olhos! — Ele sorri, me fazendo juntar as sobrancelhas, quase que automaticamente. — Eu conheço um anjo e ela se chama Luna Mazzinelli Ramos.

alright, richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora