right my wrongs

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Richard

Luna sai do banheiro bastante tempo depois. Minha mãe ainda não tinha chegado. Ela murmurou um "eu estou bem" e fez o caminho até seu quarto.

Dava pra ouvir Gomez e Veiga brincando com Sol daqui de cima, então não me preocupo com mais nada. Apenas vou atrás.

Ela estava sentada na cama, prendendo os cabelos. Eu sentia que precisava abraçá-la sempre que a visse, eu queria fazer isso sempre.

— A gente podia ver um filme, tem sorvete na cozinha. — Sugiro, me sentando ao seu lado. — Ou você quer jogar videogame? Você gosta bastante de videogame, né?

Ela jogava com Veiga as vezes. Ganhava dele na maioria delas, parecia uma boa distração.

Conversamos por um bom tempo ali. Consegui arrancar algumas risadas dela, consegui vê-la como uma jovem normal. Luna me contou sobre sua vó, sobre sua antiga escola e sobre a maquiagem que minha irmã tentou fazer nela ontem. Eu adorei ouvir.

A ideia de começar a gostar dela me atingiu um tanto que bruscamente. Assisti-la mover as mãos e sorrir as vezes, o jeito que balançava a manga que sobrava do meu moletom que ela usava. Eu me senti mal por esses sentimentos de primeira. Com tudo o que ela passou, ela não precisa de parzinho romântico agora, por mais que sua idade dissesse o contrário. Eu não quero que ela passe pelo o que passou de novo.

Luna não vai encontrar alguém que a mereça, ela é demais pra qualquer um.

Já eram dez da noite quando decidimos ver o tal filme. A essa altura, Veiga já tinha chego aqui com uma versão cansada e sonolenta de Sol. Assisti Luna usar a maior delicadeza do mundo pra dar banho na filha, minha mãe me chamou e aí eu disse que voltava aqui quando saísse do quarto da mais velha.

— Se aquele filho da puta cruzar o caminho da Luna alguma vez, de novo, eu não respondo pelos meus atos. — Ela prende os cabelos no topo da cabeça, a pele um tanto avermelhada.

Já tinha bastante tempo que ela tinha chego, mas ela falava com o mesmo ódio que gritava dentro daquela casa.

— Não que um tapa na cara e uma garrafa de café quente não seja violência. Mas você sabe que eu sei fazer pior.

— O que aconteceu lá, Dona Sandra? — Murmuro ao me sentar nos pés da sua cama, ela bufa.

— Eu mandei aquele velho pra puta que pariu e eu falei que ia denunciar eles pra policia. Abandono de menor, abandono de incapaz, estupidez, sei lá, eu vou. A Luna é preciosa demais pra ter pais assim, Deus me livre.

alright, richard rios.Onde histórias criam vida. Descubra agora